PREGAÇÃO

Paulo, o super-homem? (Série COLOSSENSES 9 de 30)

Cl 1.28-29      59 minutos      29/01/2017         

Mauro Clark


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Nos v.26-27, Paulo diz que recebera de Deus a missão de revelar um mistério (segredo) que estivera oculto e explica qual o mistério: Cristo em vós, a esperança da glória. 

Nos dois últimos versículos do capítulo, ele deixa claro que sua tarefa era muitíssimo mais complexa do que apenas dar conhecimento ao mundo que Cristo trazia esperança com a salvação que realizara na cruz, e ponto final.

 

A comunicação do segredo que Cristo veio salvar tanto judeus como gentios, era apenas o INÍCIO da sua missão.

Na realidade toda a sua vida estaria dedicada a fazer com que as pessoas interagissem corretamente com Cristo, crendo nEle, se beneficiando com a salvação que Ele trouxe.

 

No v.28 ele mostra em detalhes do que se constituía esse trabalho.

v.28

... o qual: refere-se ou ao mistério revelado ou a Cristo, que dá na mesma.

Paulo utiliza três verbos para falar das suas atividades como ministro:

1. anunciamos: gr.: declarar, promulgar, proclamar publicamente.

Como as pessoas daquela época iriam saber que Cristo trouxe a certeza de glória a quem cresse nele - judeus ou gentios - se ninguém falasse?

Pois era exatamente isso o que Paulo passou a fazer desde a sua própria conversão.

 

2. advertindo a todo homem

gr.: νουθετεω noutheteo: gr.: admoestar, advertir, exortar

A ideia aqui é mais do que apenas anunciar.

Se houvesse abertura do ouvinte, Paulo entrava no mérito, mostrava o quanto era razoável o Evangelho, argumentava da importância de aceitar Cristo, etc.

 

Exemplo: Alguém diz para um amigo que haverá vacina no dia tal. Já outro, além de informar a data, diz que é bom tomar, que não custa nada, que o risco é alto de ficar sem vacina, que não sabe quando haverá de novo. Que diferença!

 

Pois assim é a pregação do Evangelho: se possível, não apenas “falar que Cristo salva”.

Mas, havendo receptividade ir além: Salva de que? E salva quem? E quais as consequências de se recusar Cristo? Que risco há de seguir algum outro tipo de filosofia?

 

Esse componente crucial da pregação parece estar em baixa atualmente. Motivos:

* A ideia moderna, obsessiva, quase neurótica, de “ganhar a vida”, deixa pouco tempo tanto para falar (crente) como para ouvir

* Superficialidade dessa geração, com pouco interesse nas coisas do alto

 

Qual tem sido o seu caso? Além de apenas “falar de Cristo”, tem buscado oportunidade para conversar com o que ouviu, com a chance de advertir, exortá-lo?

 

Do passo 1 (anunciar) para o 2 (exortar) houve um afunilamento. Nem todo o que ouve quer conversar, admite ser exortado. Mas Paulo estava atento para detectar um caso.

Agora há um novo afunilamento:

 

3. ... e ensinando a todo homem em toda a sabedoria

Ensinar é muito mais profundo do que exortar.

A ideia é que alguém ouviu, quis conversar, acolheu algumas exortações e resolveu ir adiante, aprender!

E, como sempre, Paulo está pronto: “Quer aprender? Eu ensino. Não o que eu penso das coisas, mas conforme a sabedoria de Deus!”

 

E qual o objetivo de Paulo nisso tudo?

... a fim de que...

Quando ver essa expressão, abra os ouvidos, pois anuncia uma explicação - e coisa valiosa é uma explicação que um autor bíblico fornece.

 

... apresentemos todo homem perfeito em Cristo

Parece que Paulo se imaginava diante de Cristo apresentando ao seu lado alguém no qual ele investiu seu tempo, seu trabalho.

E o sonho dele era que esse alguém estivesse perfeito em Cristo.

perfeito: gr. completo, que não falta nada.

 

Ao lado de Paulo estava um ex-pecador perdido para quem Paulo anunciou o Evangelho e depois exortou. O pecador se convertera e Paulo o ensinou e o ajudou a se transformar segundo a imagem de Cristo.

Que objetivo belíssimo, irmãos!

 

Observação importante:

Esse objetivo apontava para ... os outros!

Se apresentasse todo homem perfeito em Cristo, Paulo estava satisfeito.

A satisfação dele não era apenas o trabalho em si, mas especialmente o RESULTADO do trabalho na vida de outros.

 

Ex: Empregado do Roberto Carlos: costurou botão e ficou orgulhoso - não de ter costurado um botão, mas de permitido que seu patrão se apresentasse corretamente.

Ao trabalhar para Cristo, o crente não deve se concentrar no trabalho em si, mas no resultado que aquele trabalho está tendo na vida dos irmãos ou dos outros.

 

Antes de passar para o último versículo, observe:

... advertindo a TODO HOMEM...

... ensinando a TODO HOMEM...

... a fim de que apresentemos TODO HOMEM...

Tres vezes a expressão “todo homem”.

Ora, Paulo não achava que iria conseguir advertir a todos para quem pregasse o Evangelho, sem exceção. E nem ensinar a todos que advertira, sem exceção.

E muito menos que conseguiria apresentador todos os crentes com quem trabalhara, perfeitos em Cristo.

O que significa isso? Que cada pessoa que atravessava seu caminho, ele olhava com interesse de falar de Cristo e ganhá-la para Cristo e aperfeiçoá-la em Cristo.

Não haveria diferenciação de classe, cultura, inteligência. Todos seriam considerados.

Que bela maneira de ver o ser humano!

 

“Ah, pastor, foi um fardo muito pesado que Paulo colocou sobre si. Devia ser muito duro”.

 

O grande apóstolo concordaria plenamente:

v.29

... para isso: Paulo diz o que enfrentava, para atingir o seu objetivo:

me afadigo...: gr: trabalhar com tanto empenho a ponto de ficar exausto.

esforçando o mais possível: gr. αγωνιζομαι agonizomai: esforçar-se com zêlo extremo, empenhar-se em obter algo; metaf. competir, lutar, com dificuldades e perigos

 

A tarefa a que Paulo se propunha era duríssima. Tanto que estava preso, em Roma.

Mas ele estava disposto, se afadigava e se esforçava ao máximo

 

Tudo bem, você não é nenhum apóstolo Paulo, mas é um servo de Cristo. O quanto tem se disposto a servir ao seu Senhor? Até o cansaço? Até a exaustão?

 

Agora vem uma pérola de conceito cristão.

Paulo tinha um segredo para tanta capacidade de trabalhar, se esforçar, sofrer:

... segundo a sua eficácia que opera eficientemente em mim.

Um poder externo!

Sua...: de quem? De Cristo, conforme o v. 28.

... eficácia: ενεργεια energia: trabalhar, eficiência (no NT usado apenas para poder sobre-humano, seja de Deus ou do diabo - Strong).

 

Paulo não era nenhum Super-Homem. É que ele tinha um Super-Salvador!

 

E esse Super-Salvador é exatamente o mesmo Salvador nosso!

Não significa que Ele atuará no seu ministério do mesmo modo como no de Paulo.

E nem que utilizará a mesma magnitude de poder que fez com Paulo. Isso é com Ele.

Mas uma coisa é certa: a combinação desses dois elementos é imbatível: esforço do crente MAIS poder de Cristo!

O crente pode se esforçar até se matar. Sem o apoio de Cristo, nada adianta.

E o poder de Cristo sem o crente, embora possível, não é como Cristo gostaria de agir.

Cuide então de dar o seu máximo e deixe o restante com Ele.

 

(Ponto Alto: Olha a minha foto!)

É impressionante as fotos de atletas em plena corrida: músculos contraídos, mente concentrada, esforço total, aspecto de exaustão, semblante de dor.

Se pudéssemos tirar uma foto da corrida no trabalho de Deus, a de Paulo sairia assim.

Ele mesmo praticamente se descreveu assim em 1Co 9.24-26

 

Como seria a sua foto? No limite do esforço máximo? Ou correndo, mas sem grande esforço? Andando em pleno estádio? Ou sentado na arquibancada, assistindo? Ou nem mesmo no estádio, em casa, dormindo? Pense nessa foto!

 

E você, amigo, ouça o Evangelho, converse sobre isso e vá a Cristo!

 

Que Deus nos abençoe! Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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