PREGAÇÃO

Derrota de Satanás, vitória do crente! (Série APOCALIPSE 32 de 75)

Ap 12.7-12      63 minutos      07/10/2018         

Mauro Clark


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Vimos que a mulher (Israel) estava grávida e o dragão (diabo) parado em frente a ela, esperando que o filho (Jesus Cristo) nascesse, para devorá-lo.

Mas Deus frustrou o plano de Satanás: Jesus nasceu, cresceu, morreu na cruz, ressuscitou e voltou ao céu até o trono de Deus.

Israel fugiu para o deserto (um lugar preparado por Deus para protegê-lo), por um período de 1260 dias = 42 meses = 3,5 anos, certamente período da Grande Tribulação (2ª. metade da Tribulação), quando o Anticristo desferirá perseguição implacável contra Israel.

 

A dramaticidade da narrativa aumenta e a cena volta para o céu:

v.7-9

Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo...

Embora o v.4 pareça se referir à revolta inicial do diabo contra Deus, claro que essa revolta se estende até os dias de hoje.

E também sabemos que Satanás ainda tem acesso ao céu, inclusive à própria presença de Deus (caso de Jó).

Parece que agora João volta a se referir à Tribulação, quando se intensificou a guerra entre o diabo e seus exércitos e o arcanjo Miguel e seus exércitos. (Dn 10.13; Jd 9)

 

E a luta foi feroz. Tres vezes pelejar, πολεμος polemos: guerra; luta, batalha guerrear.

Só o fato de haver uma guerra no céu já é impressionante em vários aspectos:

* Deus permitir: talvez querendo mostrar o Seu poder e a Sua glória.

* O atrevimento de Satanás em loucamente continuar querendo usurpar o lugar de Deus, agora usando força bruta (cuja natureza nem podemos imaginar).

* A cegueira dos demônios, súditos do diabo, em ter escolhido, um chefe tão asqueroso, abandonando um Senhor Todo-Poderoso, Santo, Justo!

 

E qual o resultado desta luta feroz?

Expulso do céu, para nunca mais voltar (não se achou mais no céu lugar para eles).

Agora João identifica o grande dragão, e o faz de quatro maneiras diferentes:

... antiga serpente: referência óbvia a Gn 3, quando o diabo, na forma de uma serpente, tentou e conseguiu derrubar no pecado o primeiro casal (mais uma viagem ao AT!).

 

diabo: gr. διαβολος diabolos: dado à calúnia, difamador, que acusa com falsidade.

Terminou como nome próprio para Satanás, anjo que se revoltou contra Deus e tornou-se o pai da mentira, chefe dos demônios. Jesus usou o nome para Judas. E chamou outros de filhos do diabo. Não é usado no AT.

 

Satanás: σαταν Satan: de origem hebraica: adversário, alguém que se opõe a outro.

Tornou-se nome próprio do príncipe dos espíritos maus, o inimigo maior de Deus e Cristo.

Usado várias vezes no AT, especialmente em Jó.

 

... sedutor: gr. πλαναω planao: lit.: fazer alguém se desviar. Fig: desencaminhar da verdade, conduzir ao erro, enganar (NVI: ... engana o mundo todo)

... de todo o mundo: já comentamos que ele é o príncipe deste mundo, o deus deste século. Recebeu de Deus grande poder sobre o mundo.

Por que este mundo é tão confuso, incoerente, estranho, com bondade e maldade juntas, mas a maldade predominando?

É que os homens, embora tragam resquícios da imagem e semelhança de Deus, nascem com a natureza pecadora, separados de Deus, desde que Adão pecou.

E, para agravar, nascem num mundo entregue a um caluniador, falso, mentiroso, inimigo de Deus e dos fiéis a Deus, especializado em desviar pessoas do bem.

O resultado é o que vemos na humanidade: maligna, com migalhas de bem.

E à medida que os tempos chegam ao fim, o mal vai aumentando em todos os aspectos.

Entre as várias evidências do avanço do mal é exatamente o aumento da desinformação, da confusão, das fake news, quando não se sabe mais onde está a verdade.

 

Voltando, o que vemos no diabo é fracasso, fracasso, fracasso! Ele é um fracassado.

Mas fracassado não significa impotente ou inerte ou sem poder, inclusive com algumas vitórias provisórias (como a Queda de Adão).

Mas no sentido geral do projeto dele, Satanás é um grande fracassdo.

E as pessoas fracassadas são exatamente as mais perigosas, pois são cheias de raiva, complexo, frustação, sensação de vítimas, vontade de fazer o mal nos outros.

No caso do diabo, com esse fracasso retumbante, expulso do céu, durante a Tribulação, ele se tornará ainda mais virulento, agressivo.

Não no céu, de onde foi expulso. Mas no lugar para onde foi. Aliás, e qual foi?

 

... sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.

Para a terra! Mas, Senhor, Tu não queres o diabo no céu e o manda para a terra?

Sim, e biblicamente não é difícil apontar alguns motivos pelos quais Deus ainda queria tratar com Satanás na terra, antes de derrotá-lo definitivamente.

* O diabo recebeu poder sobre a terra e era na terra que deveria amargar a derrota final.

* Israel precisava ser duramente perseguido pelo diabo antes de aceitar o Messias.

Aliás, parece que a mulher fugiu para o deserto exatamente porque Satanás foi atirado à terra e, uma vez lá, resolveu persegui-la (veremos em v.13-17).

* Os crentes (incluindo gentios) deveriam ainda ser provados com tentações do diabo, e mostrar sua fidelidade a Cristo resistindo até à morte.

* Os incrédulos ainda seriam dirigidos pelo diabo, via Anticristo, na batalha final contra Cristo, em Armagedon.

 

Voltando: No momento em que o diabo perde a guerra contra Miguel e é expulso para a terra, uma grande voz irrompe no céu, comemorando com grande alegria a saída desse ser maligno e sua hoste de demônios. É a décima doxologia.

Voz de quem? De seres humanos salvos, pois chamaram os crentes de nossos irmãos.

 

v.10-12a: Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus. Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida. Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais.

 

Embora repita o tema das doxologias anteriores (chegada do reino de Deus na terra), sempre temos algo a aprender. Essa bela proclamação tem 3 partes:

1. Afirmação da chegada da nova fase, em que Deus atuará diretamente no mundo.

Eram os momentos finais para que quatro coisas chegassem à terra:

I. A salvação: agora um salvo iria gozar da plenitude de ser um salvo em Cristo, na terra.

II e III: o poder, o reino do nosso Deus.

Um reino exercido direta e plenamente por Deus, embora não na Pessoa do Pai:

IV: a autoridade do seu Cristo

Bonito: mais uma vez Cristo é descrito como propriedade de Deus!

O poder e o reino de Deus chegariam na terra através de Cristo.

Como explicar que o próprio Jesus dissera 2.000 anos atrás: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra (Mt 28.18)?

Desde que retornou ao céu, Cristo teve toda a autoridade na terra, mesmo o diabo sendo o deus daqui. Tudo era feito com a permissão de Cristo só que estando Ele no céu.

Agora iniciaria o exercício pessoal e visível dessa autoridade na terra, como Rei.

 

2. O que era necessário acontecer para a chegada dessa nossa fase:

foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.

... dia e noite: sem parar, incessantemente, no céu, diante de Deus.

O diabo é um acusador implacável, incansável, obstinado.

Mas como é que nós, pecadores inveterados, conseguimos escapar de acusações feitas por um advogado de acusação tão inteligente, sutil e perverso? E não pense que tudo era mentira, certamente muitas acusações eram verdadeiras! Resposta mais à frente.

 

3. A impressionante proeza que esses irmãos realizaram: venceram o diabo

Venceram??? Mas... esses irmãos foram mortos na terra como mártires: mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.

Se morreram, não é o caso de dizer que foram derrotados?

Para os padrões da terra, sim. Para os padrões de Deus, não!

Eram grandes vencedores aos olhos de Deus.

Duas coisas neles:

a. Coragem ao se manterem fieis, mesmo sabendo que enfrentariam a morte

b. Não amaram a própria vida. Por que? Porque amaram mais a Cristo: Mt 10.37

Qualquer exemplo para nós!

 

Tudo bem que eram corajosos e apaixonados por Cristo.

Mas, mesmo assim, para se ganhar uma guerra, não é preciso apenas coragem e paixão pela causa. É preciso poder! E como eles conseguiram esse poder?

Por causa do sangue do Cordeiro! O segredo do poder deles é que eles não tinham poder próprio, mas o poder de Cristo. A fonte era o poder do sangue de Cristo.

 

Eis a resposta à pergunta de como nós, sendo pecadores, conseguimos escapar das acusações constantes do diabo: foi o resultado do ministério de Cristo como nosso intercessoradvogado: Hb 7.25;1Jo 2.1-2

E a essência da defesa de Cristo era: Esse foi purificado pelo meu sangue, justificado pela fé em mim, não deve nada à justiça divina! Esse pecado de fato ocorreu, mas nenhum efeito terá sobre a salvação dele!

 

Voltando: ainda faltava uma pérola de ensino nas palavras de João: além do poder do sangue de Cristo, eles entraram com algo próprio: a palavra do testemunho!

Foram fieis até a morte, na confissão como crentes em Cristo.

E isso para Deus era importantíssimo! A ponto do Espírito Santo mandar João colocar o valor ou poder desse testemunho ao lado do poder do próprio sangue de Cristo, como explicação da vitória sobre o diabo. É o poder da confissão da boca de Rm 10.9, ao lado do poder da fé dentro do coração!

 

Voltando: Mas a festa é só no céu. Na terra, é exatamente o contrário.

v.12b

Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.

Veremos na próxima pregação.

 

Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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