PREGAÇÃO

Sofrimento eterno (Série APOCALIPSE 41 de 75)

Ap 14.9-13      54 minutos      03/02/2019         

Mauro Clark


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Na fase final da Tribulação e antes da visão dos sete flagelos derramados das sete taças, João relata várias visões de anjos, que dividi em dois blocos.

O 1º. bloco se refere à visão de 3 anjos voando pelo meio do céu.

Vimos que o 1º. anjo prega o Evangelho eterno pelo céu e o 2º. anjo anunciou a queda da grande Babilônia.

Vejamos agora o que falou o 3º. anjo:

 

v.9-11

Seguiu-se a estes outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome.

 

Novamente Deus manda um mensageiro avisar a todos o que era fundamental saber. Agora, que quem recebesse a marca da besta, beberia do vinho da cólera de Deus.

Aderir ao anticristo seria rejeitar a Deus. Não haveria meio termo.

João então descreve a situação de um condenado, que enfrenta a ira de Deus contra o seu pecado. Três características dessa terrível situação:

1) Beberá do vinho da cólera de Deus.. do cálice da sua ira... preparado sem mistura

A ira de Deus é comparada a um vinho, preparado sem mistura, que é então colocado num cálice e dado a beber ao condenado.

sem mistura: forte, puro, sem água para abrandar.

 

“Cólera” e “ira” aqui não se trata de uma palavra no hebraico, traduzida por duas palavras diferentes em português. São de fato duas palavras diferentes e com conceitos diferentes!

cólera: θυμος thumos

ira: οργη orge

 

“Thumos: condição mais agitada dos sentimentos, uma explosão repentina de indignação interior, com característica de rapidamente se acender e rapidamente desaparecer.

Orge: condição da mente mais estável ou duradoura, geralmente visando se vingar.

(Vine, Unger, & White, Dicionário Expositivo Completo do Vine).

 

Observe que ambos os sentidos são referidos aqui com relação a Deus.

O pecador enfrentará tanto a cólera de Deus no sentido interno de explosão de indignação, assim como a ira, no sentido de condição mental mais duradouro, mais calmo, e pensando em vingança.

A ira de Deus não mais será misturada com misericórdia, compaixão, paciência: é pura!

 

2) Tormenta eterna:

... será atormentado com fogo e enxofre... A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite...

Obviamente se refere ao lago de fogo - Ap 19.20

Observe o caráter eterno do sofrimento no inferno (diferente de anulação da existência).

A Bíblia toda fala desse castigo sem fim:

Is 66.22-24: o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará...

Dn 12.2: … e outros (ressuscitarão) para vergonha e horror eterno.

Mt 18.8: … seres lançado no fogo eterno.

Mt 25.46: … para o castigo eterno...

Mc 9.47-48: ... lançado no inferno, onde não lhes morre o verme nem o fogo se apaga.

Jd 7: ... para exemplo de fogo eterno...

Ap  20.10: ... para dentro do lago de fogo... onde serão atormentados de dia e de noite pelos séculos dos séculos

Quanto à questão da falta de descanso, comentarei no v.13.

Isso é sofrimento além da nossa capacidade de imaginar. Mas é a verdade!

 

3) Diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro

Não causa surpresa saber que tudo ocorrerá na presença de Cristo.

Mas é interessante saber que os próprios anjos no céu terão acesso à visão do inferno.

Isso não contradiz 2Ts 1.9 e Jd 13, sobre o banimento da comunhão com Deus.

 

v.12

Quase repetição de 13.10c.

Talvez um recado de consolo aos crentes, de que vale a pena perseverar, vale a pena obedecer a Deus, vale a pena manter intata a fé em Jesus Cristo, mesmo diante de muito sofrimento e perseguição.

 

Entre o 1º e 2º bloco de visões, João ouviu uma voz do céu:

13 Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.

Das duas frases, obviamente o próprio Espírito Santo falou a segunda. E é provável que tenha falado a 1ª. frase também.

Seja como for, João recebeu uma ordem:

Escreve...

Por que a ordem, se ele já estava escrevendo tudo, conforme ordenado em 1.11?

Penso que, normalmente, João (embora inspirado pelo Espírito Santo), escrevia como achava melhor, mas agora as palavras foram citadas literalmente, uma a uma

Depois desta vez, apenas mais duas vezes ele é especificamente ordenado a escrever.

Evidentemente, Deus considerou de extrema importância enfatizar essas coisas.

 

Voltando, vejamos o conteúdo do que deveria escrever, palavra a palavra:

Bem-aventurados

Esta é a 2ª. das 7 bem-aventuranças dos crentes em Apocalipse:

1:3; 16:15; 19:9; 20:6; 22:7; 22:14

 

 os mortos...

Antes de tudo, chama atenção que os bem-aventurados, felizes... são pessoas mortas!

À primeira vista, parece que morrer, em vez de ser apavorante, terrível, é uma coisa boa.

Será mesmo? Sim, mas não para todos. Os mortos que João declararia como felizes eram os que preenchiam uma condição:

... que, desde agora, morrem no Senhor.

Aí está o segredo: morrer no Senhor!

O que significa “morrer no Senhor”?

A expressão “no Senhor”, ou “em Cristo” aparece muitíssimas vezes no NT, de várias formas: estar em Cristo, ser batizado em Cristo, gloriar-se em Cristo, ser cooperador em Cristo, ser aprovado em Cristo, santificado em Cristo, ser sábio em Cristo, caminhar em Cristo, ser vivificado em Cristo, dormir em Cristo (1Co 15.18).

Em todas essas “em Cristo” significa estar em união com Cristo, como consequência de ter sido salvo nEle, unido com Ele pelo selo do Espírito Santo.

Morrer em Cristo, então é morrer unido com Cristo, o que significa ir imediatamente para o Paraíso, ao lado dEle, aguardar a ressurreição do corpo.

 

... desde agora:

O texto aponta mais especificamente para os crente que morreriam a partir daquele momento em que João falou.

E naquele contexto, a morte do crente se daria mais por perseguição e martírio, do que por doença ou velhice. Também poderia ser resultado dos julgamentos implacáveis de Deus contra a humanidade pecadora e que em alguns casos, seria impossível que os crentes também fossem atingidos.

 

Mas é lícito aplicar de maneira generalizada: em qualquer época, em qualquer situação, por qualquer motivo que seja, morrer em Cristo é uma bem-aventurança.

Por outro lado, é enganoso sair por aí dizendo para qualquer um “Amigo, não tenha medo da morte. Na realidade, morrer é uma bem-aventurança”.

Para quem não tem Cristo, morrer é uma catástrofe, é enfrentar tormento eterno.

 

Na próxima semana comentaremos a frase explicitamente dita pelo próprio Espírito Santo:

Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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