PREGAÇÃO

É muita ira! (Série APOCALIPSE 45 de 75)

Ap 15.5-8      58 minutos      07/04/2019         

Mauro Clark


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Vimos João descrever a bela cena dos mártires da Tribulação cantando no céu o cântico de Moisés e o cântico do Cordeiro, assim como o próprio conteúdo dos cânticos.

No v. 5 João retoma o que dissera no v.1, sobre a visão dos 7 anjos com os flagelos.

 

v.5-6:

5 Depois destas coisas, olhei, e abriu-se no céu o santuário do tabernáculo do Testemunho, 6 e os sete anjos que tinham os sete flagelos saíram do santuário, vestidos de linho puro e resplandecente e cingidos ao peito com cintas de ouro.

A descrição agora é bem detalhada, solene, majestática.

... abriu-se no céu o santuário do tabernáculo do Testemunho

Exatamente a mesma visão de João quanto o 7º anjo tocou a trombeta: 11.15,19

Já falamos do santuário no céu, também chamado de tabernáculo, onde Deus estava.

Testemunho: as duas tábuas com os 10 Mandamentos.

Primeira referência em Apocalipse das famosas tábuas de pedra. Parece que elas estavam no céu, ou originais celestiais, das quais as duas pedras eram modelos.

Seja como for, a sugestão é óbvia: na hora do último castigo sobre a humanidade pecadora, Deus exibe os Dez Mandamentos no céu.

 

Os 7 anjos saem da presença de Deus, onde deviam estar adorando e sendo instruídos.

Sua aparência era impressionante, com grande fulgor, vestidos com linho e ouro.

Ao sair do santuário, os anjos ainda não haviam recebido as taças cheias da ira de Deus. Apenas “tinham os sete flagelos”, ou seja, poder para produzir as catástrofes.

 

v.7: Então, um dos quatro seres viventes deu aos sete anjos sete taças de ouro, cheias da cólera de Deus, que vive pelos séculos dos séculos.

Agora é que cada anjo recebe uma taça cheia da cólera de Deus.

Do capítulo 14 até aqui, é a 4ª. vez que fala da ira ou cólera de Deus(e 4 vezes antes)

1ª. v.14.10: vinho da cólera de Deus... do cálice da sua ira... preparado sem mistura: a ira de Deus é comparada a um vinho, preparado sem mistura, que é então colocado num cálice e dado a beber ao condenado.

 

2ª: 14.19: lagar da cólera de Deus, onde as uvas pisadas eram pessoas ceifadas da terra. É como se o vinho produzido pelas uvas pisadas fossem o vinho da cólera de Deus, que por sua vez seria colocado numa taça e dada para ser bebido à força.

3ª: 15.1

4ª: Agora, sete taças cheias da cólera de Deus serão derramadas, uma a uma, sobre a terra, cada uma produzindo calamidades e terríveis sofrimentos.

 

E ainda mais três vezes a ira divina será referida em Apocalipse: 16.1, 19; 19.15.

 

As pessoas temem a ira de autoridades: do pai, do diretor, do chefe, do juiz, até do assaltante com arma na mão. Mas não temem a ira de Deus! Por que? Cegueira total.

 

E é desconcertante que até crentes têm dificuldade de lidar com o assunto “ira de Deus”.

Existe crente com a tendência de achar Deus meio exagerado, rigoroso demais na sua ira contra os incrédulos, que afinal, não são pessoas assim tão más.

Sente-se desconfortável com isso e pouco toca no assunto ao falar do Evangelho.

Mas isso está incluído na pregação do Evangelho!

Resultado: quem geralmente fala da ira de Deus é um pregador sério, do púlpito, ou, no outro extremo, um fanático meio enlouquecido gritando numa praça pública.

Mas não é para ser assim. Se você é crente sério e ama o pecador, fale da ira de Deus para ele.

 

Voltando:

... de Deus, que vive pelos séculos dos séculos.

João não perde uma oportunidade de falar de um atributo de Deus.

E não deve ser por acaso ele se refere à eternidade de Deus logo depois de falar da ira de Deus. A ira de um Deus eterno é ira eterna.

 

v.8: O santuário se encheu de fumaça procedente da glória de Deus e do seu poder..

Mais dois atributos de Deus: GLÓRIA e PODER.

Era uma glória tão grande que externava a si mesma emanando fumaça.

 

... ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprissem os sete flagelos dos sete anjos.

É como se Deus interrompesse toda e qualquer adoração direta, diante dEle, enquanto estivesse descarregando sua ira sobre a humanidade rebelde.

 

Chegara a hora de derramar as sete taças, contendo os sete últimos flagelos (v.15) – que são os piores.

Logo depois dos flagelos vem a destruição de Grande Babilônia e então a volta de Cristo.

 

E quais os primeiros sete flagelos? As consequências da abertura dos 7 selos que selavam o Livro que o Pai entregou ao Cordeiro, para abrir.

Grupo do meio, de sete flagelos: consequências das trombetas tocadas por sete anjos.

 

Recordemos cada um deles, como contraste com o último grupo, que veremos agora.

1º selo: cavalo branco com arco e coroa, saiu vencendo e para vencer

2º selo: cavalo vermelho, que tirou a paz da terra e fez homens se matarem entre si

3º selo: cavalo preto e o seu cavaleiro com uma balança na mão: fome

4º selo: cavalo amarelo, cavaleiro chamado Morte, Inferno seguindo, autoridade para matar a quarta parte da terra com espada, fome, feras da terra.

5º selo: debaixo do altar, as almas de mártires, que pediam justiça e receberam vestidura banca e ordem para aguardar um pouco mais.

6º selo: grande terremoto, sol se tornou negro, lua como sangue, estrelas caíram pela terra, o céu ficou enrolado, homens se esconderam nas cavernas e pediram a morte, para se esconder da ira do Cordeiro

7º selo: silêncio no céu por meia hora e visão dos 7 anjos com as sete trombetas (parece que o próprio 7º. selo é composto das 7 trombetas.

 

1ª trombeta: queimada 1/3 da terra, e das árvores, e também toda erva verde.

2ª trombeta: morreu 1/3 da vida no mar, e destruída 1/3 das embarcações.

3ª trombeta: estrela ardente Absinto caiu do céu sobre 1/3 dos rios e fontes das águas, muitos morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas.

4ª trombeta: feridos 1/3 do sol, lua e estrelas, que escureceram.

5ª trombeta: Aberto poço do abismo, saíram gafanhotos como cavalos, chefiados por Abadom/Apoliom, que atormentaram por 5 meses os não crentes, que pediram a morte.

6ª trombeta: 4 anjos soltos para matar 1/3 dos homens, por meio de exército de 200 milhões de cavalos e cavaleiros. Homens não se arrependeram das más obras.

7ª trombeta: vozes dizendo que o reino do mundo se tornou de Cristo e abriu-se no céu o santuário de Deus, com a Arca da Aliança, houve trovões, relâmpagos e pedras de fogo. Veja que não há nenhuma calamidade.

Do jeito que o sétimo selo é composto das 7 trombetas, parece que a sétima trombeta é composta dos flagelos das 7 taças.

Além do mais, ao falar das 7 taças, João retoma exatamente a mesma visão da 7ª trombeta: tabernáculo aberto no céu.

 

Tudo indica que desde a abertura do 1º. selo, houve uma continuidade na execução de todos os flagelos, até a última taça ser derramada.

Sendo assim, tudo o que foi descrito além dos próprios flagelos, ocorreu simultaneamente a eles, e não entre eles. Recordando alguns:

* Os 144 mil judeus crentes que foram selados

* Grande multidão no céu, com vestiduras brancas e palmas nas mãos, cantando diante do trono de Deus e do Cordeiro

* O incensário de ouro com incenso e as orações dos santos, que foi derramado sobre a terra, causando trovões, vozes e terremotos.

* O anjo que tinha livrinho nas mãos, bradou com grande voz, produzindo trovões, João ia escrever, mas o anjo não deixou e o mandou comer o livrinho.

* João mede o santuário com uma vara, deixando de fora o átrio exterior do santuário, porque foi ele dado aos gentios, que por 42 meses, calcarão aos pés a cidade santa.

* Duas testemunhas que profetizam por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco, com muita autoridade, são mortas pelo anticristo, os cadáveres ficarão expostos em Jerusalém por 3,5 dias, depois ressuscitarão e irão para o céu.

* Mulher grávida (Israel), teve filho varão que regerá todas as nações com cetro de ferro.

* Um dragão, grande, vermelho (Satanás), com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas. A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse. Mas o filho foi arrebatado para Deus até o seu trono.

* A mulher fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante 1260 dias.

* No céu, Miguel e seus anjos pelejaram contra o dragão e o expulsaram para a terra.

* Grande voz no céu proclamando a salvação que estava chegando.

* Satanás persegue a mulher (Israel), que foge para o deserto, é sustentada por 3,5 anos.

* Satanás foi perseguir os outros crentes.

* Besta com 10 chifres e 7 cabeças (anticristo) surge do mar, recebeu grande autoridade de Satanás, foi golpeado de morte, mas foi curado e passou a ser adorado. Arrogante e blasfemo, recebeu autoridade para matar muitos santos.

* Outra besta emerge, da terra, com dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão, o Falso Profeta. Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que os homens adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.

* Imposta marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, sem a qual ninguém compra ou vende. Quem tivesse sabedoria, que calculasse o número da besta: 666.

* Visão do Cordeiro em pé sobre o monte Sião, com os 144.000 judeus crentes.

* Cântico no céu com harpistas

* Anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar

* Outro anjo anunciando a queda da grande Babilônia

* Outro anjo, diz que quem seguir o anticristo beberá do vinho da cólera e da ira de Deus, sem mistura, e será atormentado com fogo e enxofre, diante do Cordeiro.

* Visão de um semelhante a filho de homem, sentado numa nuvem branca, com uma foice afiada. Outro anjo o manda ceifar e assim o fez.

* Outro anjo saiu do santuário, também com foice afiada. Recebeu ordem de outro anjo para ceifar os cachos da videira da terra, pois as suas uvas estão amadurecidas. O que tinha a foice vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus, que foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.

 

Voltando, termino com 2 observações:

1ª. É impressionante o contexto: enquanto no céu hinos belíssimos eram cantados honrando a Deus, na terra o que havia era guerra, morte, peste, fome, sangue.

Esquisito? Nem tanto! Os próprios hinos cantados na terra e registrados na Bíblia, que deram base aos do céu, falavam da ira de Deus e da vingança que um dia ocorreria - exatamente o que estava ocorrendo na terra!

As coisas de Deus não são contraditórias, são totalmente coerentes, harmoniosas: Deus é santo e por isso odeia pecados. Deus é justo por isso se vinga das ofensas recebidas. Deus é fiel, por isso cumprirá Suas promessas a Israel, de ser luz para as nações. Deus tem palavra e disse iria castigar os que Lhe rejeitaram, deram as costas ao Seu Filho e perseguiram os Seus servos, e cumprirá cada ameaça.

Assim, tanto os belos hinos celestiais cantados pelos redimidos pelo Cordeiro, como os gritos de dor e pavor dos rebeldes sofrendo na terra, no mesmo momento - tanto um como o outro, glorifica a Deus. De modo diferente, mas glorifica!

 

Como é Deus se glorificará em você? Levando-lhe para o reino do Cordeiro, ou cumprindo as ameaças de enviar para o inferno os que não Lhe obedecem? Você decide!

 

2ª. Falei que ira de um Deus eterno é ira eterna. Mas há um, e somente um modo, de interromper essa ira: aceitar a oferta de Deus em desviar essa ira e colocar sobre os ombros de Cristo, que já foi devidamente punido por essa ira.

 

Que Deus nos abençoe. Amém!

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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