PREGAÇÃO

Babilônia: grande sistema anti-Deus 2a. parte (Série APOCALIPSE 51 de 75)

Ap 17.1-6      62 minutos      19/05/2019         

Mauro Clark


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No última pregação, perguntamos no final o que a Bíblia diz sobre o termo "Apocalipse".

Vimos a 1ª. referência, que é Gn 10.8-10.

(Babel e Babilônia são a mesma palavra no arcadiano, significa "Portão de Deus").

terra de Sinar: na Mesopotâmia, berço do futuro império babilônico, hoje parte do Iraque.

Nimrode: Bíblia diz apenas que foi poderoso e grande caçador diante de Deus.

Não há nada de positivo ou negativo, apenas que era muito poderoso, fundou a cidade (vila) de Babilônia. Diante de Deus: ou do agrado a Deus, ou sob a atenção de Deus.

Não é bíblica a ligação de Nimrode com o culto a Semíramis e Tamuz e as religiões pagãs que se espalharam de lá.

 

Vejamos agora a 2ª. referência: Gn 11.1-9. Época: em torno 2200 aC

"Babel" (= Babilônia = Portão de Deus) semelhante a uma palavra hebraica que significa "confusão" e parece que o autor fez um jogo de palavras com a situação em Babel.

Algo gravíssimo ocorreu aqui: o primeiro registro de uma revolta coletiva contra Deus.

Tanto que Deus tomou atitude extremamente radical e dura contra a raça humana, que até hoje amarga as consequências: muitas línguas.

 

O texto não diz que Nimrode fundou Babel. Alguns afirmam, inclusive, que ele se recusou a participar da revolta de Babel e se retirou para outra ddd região. Não se se sabe.

O importante é que, independemente de Nimrode na história, é óbvio que Babel foi um marco terrivelmente infeliz para a relação do homem com Deus.

E não apenas Babel, mas a própria região de Sinar, ou Mesopotâmia, onde Satanás tentou e seduziu Adão e Eva e o pecado entrou no mundo.

Depois, o primeiro assassinato. E agora essa revolta geral contra Deus.

É uma região de fortíssima atuação do diabo e seus agentes – demoníacos ou humanos.

Também não se discute que o paganismo tornou-se generalizado na região com o culto a Semíramis e Tamuz, e muitos outros, e que versões parecidas com a lenda da mulher deusa e filho meio divino se espalharam por muitos lugares.

 

Também é óbvio que o Romanismo não deixa de ser uma versão cristianizada do antiquíssimo culto pagão a uma mulher divina e seu filho que, na prática, lhe é submisso.

Só não é razoável atribuir a Nimrode o início dessa idolatria, forçando a tese de que, pela Bíblia, se prova que a Babel de Nimrode se desenvolveu até chegar à Igreja de Roma.

 

Voltemos às menções do termo "Babilônia" na Bíblia.

A cidade conhecida como Babilônia foi fundada alguns séculos depois da revolta de Babel e depois se tornou importante e centro do primeiro Império Babilônico, (Hamurabi, 1800 aC), que construiu grandes templos e tornou famoso seu código de leis.

Esse primeiro Império Babilônico entrou em declínio, até 1200 anos depois Nabopossalar iniciar o Segundo Império Babilônico (ou Neobabilônico) referido na Bíblia (640 aC).

Seu filho Nabucodonosor (reinou de 604 a.C. a 562 a.C), tornou esse império a maior potência mundial, destruíu Jerusalém e levou grande parte dos judeus para a Babilônia.

Mas esse Império durou poucas décadas, tendo sido dominado pelos persas em 539 a.C., que entraram na cidade da Babilônia. Dali em diante, entrou em decadência.

 

Alexandre, o Grande, morreu lá (323 aC). Tinha ficado pequena, sem importância, depois floresceu um pouco, mas logo voltou ao ostracismo e terminou em ruina.

Essa Babilônia-cidade nunca foi realmente destruída, apenas abandonada.

Fica há uns 90 km ao sul de Bagdá e Saddam Husseim esboçou uma reedificação, realizou comemorações lá (1980), mas não foi adiante.

 

Além das duas passagens de Gênesis sobre Babel, o termo Babilônia, em todo o Antigo Testamento, se refere à capital do Segundo Império Babilônico ou ao próprio Império.

À parte de Apocalipse e 1Pe 5.13, tem o mesmo sentido no NT- 2 vezes em Mt e 1 em At.

 

1Pe 5.13: onde é essa Babilônia e quem é "aquela que se encontra em Babilônia"?

É quase unânime que se trata de Roma, onde Pedro estaria ao escrever a carta (uns poucos acham que Pedro estava na Babilônia literal, praticamente em ruinas).

Como tudo indica que era Roma, o termo "Babilônia" seria um disfarce para proteger os irmãos da igreja de Roma e o próprio Pedro, contra as perseguições de Nero.

Obviamente essa referência torna-se um forte argumento para os que interpretam a Babilônia de Apocalipse como Roma atual, tanto representando a organização Igreja Romana, como a cidade propriamente dita.

 

E quanto ao significado de Babilônia em Apocalipse?

Como vimos, para muitos, a Babilônia meretriz, instituição religiosa, representa o Romanismo Católico, espalhado por boa parte do mundo, com um culto explícito a Maria e aos chamados "santos". É um sistema concentrado na pessoa do Papa.

Quanto à Babilônia-cidade, veremos depois.

 

Ainda quanto a essa corrente de interpretação: algumas visões de Daniel e as próprias descrições de João sobre a besta (anticristo), sugerem que o Império Romano nunca realmente terminou e que voltará à proeminência mundial, de onde surgirá o anticristo.

E como o Catolicismo Romano nasceu do cruzamento do verdadeiro cristianismo com o Império Romano no início do séc. IV (Constantino) e os poderes políticos e religiosos se misturaram, muitos assumem que a Roma religiosa é a meretriz Babilônia, de Apocalipse.

A favor dessa interpretação, além da óbvia idolatria, como falamos, claro que não faltam exemplos ao longo de história de perseguições do Romanismo a crentes e mistura profunda com o que de pior houve na política mundial.

 

Outro pensamento, mais moderno, mas ainda pouco popular, interpreta Babilônia-sistema religioso como sendo o Islã, que desde a sua fundação no sec. 7 dC até hoje, sempre foi altamente anti-cristão, pregando a eliminação dos "infiéis".

Para essa interpretação, a Babilônia-sistema religioso é representada pela Arábia Saudita com seu islamismo radical, riqueza, poder, influencia sobre os poderosos do mundo, etc.

Para esses, Babilônia-cidade seria Meca, conforme veremos.

 

Seja como for, independemente de interpretação, a Babilônia do Apocalipse representa claramente uma organização religiosa gigantesca, mundial, anti-Deus, idólatra (em suas diversas formas), perseguidora dos crentes.

Em suma, o que Bíblia fala como "Babilônia", resume-se em três pontos:

1. Na Babel que se revoltou contra Deus, querendo atingir o céu e se recusando a se espalhar na terra.

 

2. Na Babilônia de Nabucodonosor, terrível, destruidora e desrespeitosa às coisas de Deus, altamente idólatra e que perseguiu e exilou o povo de Deus.

 

3. Seiscentos anos depois de Nabucodonosor, tudo indica que Pedro chamou Roma de Babilônia, insinuando de modo misterioso e figurativo, que a Roma da época se comparava, à Babilônia (ou "Babilônias"), tão hostís a Deus.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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