PREGAÇÃO

Igreja, cuide da disciplina! (Série APOCALIPSE 9 de 75)

Ap 2.12-17      63 minutos      25/03/2018         

Mauro Clark


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Pérgamo: cidade importante da Ásia, muito idólatra, culto ao imperador e a Esculápio, deus pagão simbolizado por uma serpente. Origem de “pergaminho”.

 

v.12:

que tem espada afiada de dois gumes (repetição de 1.16)

Espada é arma de ataque, mortífera – ainda mais sendo afiada e de dois gumes!

Jesus aqui chama atenção para o imenso poder da Sua palavra.

Quando Ele julga e condena, executa a sentença com o simples falar.

Os homens lutam com punhos, pedras, facas, espadas, lanças, revólveres, fuzis, metralhadoras, granadas, bombas, tanques de guerra, navios, aviões, foguetes, mísseis.

Cristo não precisa de nada disso. Essas coisas são elementares demais para Ele, como brinquedos de criança. Seu poder está na Sua palavra!

 

Quando vier destruir os incrédulos com todos os seus arsenais e iniciar o Milênio, sua única arma será exatamente “a espada que saía da sua boca”, Ap 19.15, 21.

Essa “espada” é um símbolo do poder destruidor de uma ordem dEle.

Mas sabemos que a palavra de alguém é uma mera manifestação externa do seu pensamento. Logo, a origem do poder de Cristo está na Sua vontade!

O que Ele quer, ordena. E o que ordena, acontece!

 

v.13:

Jesus diz que conhece três coisas deles:

1. o lugar em que habitas, onde está o trono de Satanás (onde Satanás habita)

Não sabemos exatamente o que significava. Sugestões:

* Altar a Zeus

* adoração a Esculápio, cujo símbolo era uma serpente (mesmo símbolo de Satanás).

* adoração a imperadores romanos

* grossa imoralidade

* perseguição aos crentes

Uma coisa é certa: Satanás imperava naquela cidade de maneira especial.

 

2. conservas o meu nome

Por si só um ponto positivo, especialmente num lugar totalmente dominado por Satanás.

Talvez a primeira coisa que venha à mente é que falavam no nome de Jesus, se identificavam com Ele.

Ótimo, porém, mais importante era VIVEREM de modo coerente com o nome dEle, dar testemunho digno de crentes. Esta é a forma principal de conservar o nome de Cristo.

 

 3. não negaste a minha fé, ... dias de Antipas.. minha testemunha.. meu fiel, morto...

Nas três cartas até aqui Jesus deu importância ao crente não negar a fé, perseverar.

Na última, a Esmirna, Ele olhou para a frente, dizendo “Sê fiel até à morte”.

Agora, Ele olha para trás e comprova o que já havia acontecido: eles não negaram a fé, mesmo durante uma perseguição em que foi martirizado um entre eles, Antipas.

Visível o orgulho, o prazer de Jesus ao falar minha testemunha... meu fiel!

A perseverança e fidelidade de Antipas devia refletir o de toda a igreja.

Você gostaria de ser chamado “minha testemunha, meu fiel?” Pois seja!

 

Mas, infelizmente, nem tudo era elogios:

v.14-15 - Duas queixas:

1. tens ai...sustentam a doutrina de Balaão

Balaão: vidente gentio. Parecia ser fiel a Deus por um lado, mas era ganancioso, trabalhava por dinheiro.

Balaque (Moabe) queria que Balaão profetizasse contra Israel.

Mas Deus não deixou e colocou coisas boas na boca dele.

Depois Balaão se vendeu a Balaque e aconselhou enfraquecer Israel: os homens se prostituindo com as mulheres moabitas e adorando os deuses delas: Nm 25.1-3; 31.14-17

doutrina de Balaão: paganismo, libertinagem, prostituição.

 

2. tens os que sustentam a doutrina dos nicolaítas

Já comentamos que não sabemos quem eram os nicolaítas, hereges odiados por Cristo.

Talvez era a mesma filosofia de Balaão: compromisso com o mundo.

 

A rigor, essas duas queixas eram uma só: a igreja tinha em seu meio homens que sustentavam ensinos falsos e muito perigosos para a própria subsistência da igreja: prática do mundanismo (talvez dizendo que isso não interferia na espiritualidade).

sustentar: gr. κρατεω krateo: ter a posse de, segurar, pegar, apoderar-se, não se desfazer ou deixar ir, manter cuidadosamente, reter

Não era apenas questão de ter uma opinião meio esquisita sobre algumas coisas.

Eram homens absolutamente convictos do que era errado, e ensinavam e praticavam.

E o fato da igreja suportar esses homens era intolerável para Cristo!

 

Curioso: na hora de negar Cristo, aqueles crentes eram corajosos, fiéis e poderiam enfrentar a própria morte, resistiam, não negavam.

Ou seja, quando a segurança física estava em perigo, eram destemidos e enfrentavam.

Mas quando era a doutrina, a pureza, a santidade que estava em perigo, eles não tomavam a atitude de se livrar dos hereges e imorais.

 

Vemos claramente Satanás com duas estratégias de ataque.

A primeira, perseguição física. Não funcionou. Chegou até a matar Antipas, mas ele permaneceu fiel e os outros também. Terminaram elogiados por Jesus!

A segunda era ataque sutil, roendo as bases da doutrina e do comportamento moral.

E essa estava funcionado bem para o diabo, mostrando-se uma arma mais eficiente.  

E a Igreja de Pérgamo estava caindo na armadilha!

Por que? Ou porque agradava a carne, não achavam importante, comodismo, covardia.

Ou não agiam pensando que era coerente com o “amor cristão”, ou com a tolerância.

Seja como for, não faziam nada.

E Cristo não aceita nenhum desses motivos, denuncia , aponta o caminho e ameaça.

Contraste com a igreja de Éfeso, que foi elogiada por odiar as obras dos nicolaítas.

Cristo quer a Sua igreja pura: Ef 5.25-27

Para Ele, é muito melhor um crente morto, mas fiel, do que um crente vivo, mas desviado com doutrinas erradas, vida impura e mal testemunho.

 

v.16: Recomendação:

arrepende-te

Nas cinco cartas que tem denúncias, em todas a recomendação é uma só: arrepender-se!

Mas na Bíblia arrepender-se não é só consciência de algo errado, mas tomar novo rumo.

No caso aqui, era arrepender-se de que? Da tolerância àqueles hereges e imorais.

Cristo cobra da igreja aqui uma atitude contra eles.

Tinham de ser expulsos, a igreja precisava ser purgada.

 

Ameaça:

se não venho a ti sem demora

Uma providencia tinha de ser tomada.

Caso contrário, Ele próprio teria de intervir e rapidamente!

Há situações, numa igreja, em que demorar a agir é um grave erro.

 

contra eles pelejar com a espada da minha boca

Pelejar não contra a igreja, mas contra os falsos crentes que a igreja não expulsava.

Novamente em evidência a espada.

De alguma maneira eles seriam destruídos: doença, morte.

Obviamente toda a igreja iria sentir o peso da atuação de Cristo.

 

Note que Jesus somente interviria tragicamente se a igreja não tomasse providência.

 

Ninguém aqui tem ensinado falsas doutrinas, incentivando imoralidade, paganismo.

Mas a igreja precisa estar alerta para manter a igreja pura. E agir, quando necessário!

Caso contrário, Cristo toma providências diretamente e, algumas vezes, bem drásticas.

 

v.17: A promessa do Espírito Santo ao vencedor

Prometeu dar duas coisas:

1. ... do maná escondido

maná: alimento diário de Israel no deserto durantes os 40 anos. Nunca faltou.

Em Jo 6.48-58 Jesus Se chamou do pão vivo que desceu do céu para dar a vida eterna.

E ensinou a necessidade do crente se alimentar espiritualmente dEle. Ele é o nosso alimento do dia a dia.

Sem uma íntima comunhão com Ele estaremos desnutridos, fracos, sujeitos a toda sorte de doenças espirituais.

Em resumo: o maná aqui é o próprio Senhor Jesus Cristo!

 

escondido

Faz lembrar maná guardado na Arca da Aliança.

Talvez referindo-se ao aspecto íntimo da comunhão com Ele.

Jo 3.8 e 7.38: a salvação e a santificação são coisas invisíveis aos olhos humanos.

Em suma: aos crentes de Pérgamo (e todos, de maneira geral) o Espírito promete que serão eternamente alimentados por Cristo, de uma maneira pessoal e íntima.            

 

2. ... uma pedrinha branca

Naquela época, num julgamento: pedra branca, absolvido, e preta, condenado.

No esporte: prêmio

Na sociedade: reconhecimento de pessoa digna.

Não sabemos exatamente a que se refere. Certamente algo muito bom.

 

nome novo

Nos tempos bíblicos o nome era muito ligado com a personalidade, característica pessoal.

Talvez nos será dado um nome relacionado com a nossa nova vida, nosso novo relacionamento pessoal com Cristo.

 

ninguém conhece, exceto aquele que o recebe (E Deus, é claro)

Até hoje temos características que ninguém conhece, apenas nós e Deus.

Ênfase no aspecto ultra pessoal, íntimo, do nosso relacionamento com Cristo.

 

Que bom sabermos que nos espera um relacionamento pessoal espetacular com Cristo.

Até lá, simplesmente tratemos de conservar o nome de Cristo e não negar a fé nEle.

 

Que Deus nos abençoe. Amem

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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