PREGAÇÃO

Entre os mortos o que vive

Lc 24.1-12      59 minutos      27/03/2016         

Mauro Clark


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Entre os mortos o que vive

 

Lc 24.1-12

 

v.1

Várias mulheres (v.10): Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago, e outras

Jesus se fez acompanhar de algumas mulheres em suas andanças: Lc 8.1-3

Agora, algumas delas foram ao túmulo para embalsamá-Lo. Era domingo de madrugada.

 

Na realidade, o que elas queriam mesmo não era estar com o corpo inerte de Jesus!

Mas com Ele próprio, a Sua característica doçura, palavras de sabedoria e muito amor.

Mas infelizmente isso não era  possível.

A morte entrara em cena na vida dAquelele homem sem pecado, que só fazia o bem.

Três dias antes (6a. feira), Ele mesmo concordara em morrer.

E quando a morte surge, o que deixa em seu rastro é a saudade, a dor.

Era isso o que aquelas mulheres sentiam. Ficaram sem o Mestre amado. Ir ao túmulo não O traria de volta, mas seria um pequeno consolo ao seus corações tristes.

 

Cada pessoa que vai a um cemitério, visitar o túmulo de ente querido, vai a contragosto.

O próprio cemitério é lugar sombrio, estranho, funesto.

E cada um sabe que não encontrará lá seu saudoso parente ou amigo.Apenas um túmulo.

E por que vai? Porque há um certo conforto em prestar uma homenagem ao que se foi e também consolo por estar fisicamente no lugar onde a pessoa foi colocada sem vida.

Uma estranha sensação de proximidade. Estranha, mas ilusória.

Mas assim é o ser humano, coitado, tem que se contentar com migalhas de consolo, com minúsculas sensações de alívio dentro de um contexto terrível, de grande sofrimento.

O homem tem de se dobrar à realidade cruel de que todos morrem e vão embora.

 

E essa era exatamente a situação daquelas boas mulheres: prestar uma homenagem ao seu Senhor e sentir um pouco a proximidade com Ele.

Nunca poderiam imaginar que seriam extremamente privilegiadas entre toda a humanidade.

A própria geração de Cristo já foi privilegiada por ter entre si o próprio Filho de Deus encarnado.

Entre as pessoas da época que povoavam o mundo, maior privilégio tiveram os judeus, que foram o alvo imediato da vinda dEle e era em Israel que Ele estava.

Entre os judeus, mais  privilegiados ainda foram os que O viram pessoalmente.

E entre os que O viram, Aqueleles que creram nEle e tornaram-se Seus discípulos.

E entre os discípulos, alguns viram coisas bem especiais, como os apóstolos.

E também em posição especialíssima, estavam essas mulheres.

Ah, jamais imaginavam o que as esperava.

 

v. 2-3

O primeiro susto: a pedra estava fora do lugar. Algo muito estranho.

Quem iria tirar uma pedra pesadíssima que guardava um morto?

Talvez os soladados que estavam por lá. Mas para que fariam isso?

Mas o segundo susto foi maior: entraram na pequena gruta e o corpo havia desaparecido!

Naquele exato momento, Aquelelas mulheres, sem saber, estavam sendo os primeiros seres humanos a comprovar, com os próprios olhos, a ressurreição de Jesus Cristo.

 

v.4-6a

Aparecem dois anjos. Elas, cheias de temor, baixaram os olhos.

Os anjos começam a lhe falar, fazendo uma pergunta que eles mesmos respondem

por que buscais entre os mortos ao que vive? Ele não está aqui, mas ressuscitou.

Que pergunta! Talvez a pergunta mais importante registrada na Bíblia.

O tom da pergunta é quase de desafio: poderia o Filho de Deus permanecer morto? Poderia a própria Vida ficar aprisionada pela morte? Não, isso seria absurdo.

 

E que resposta: talvez a afirmação bíblica mais significativa para a raça humana perdida.

Cristo ressucitou!

Aqui está o centro da doutrina cristã, todo o Evangelho, toda a salvação oferecida em Cristo, toda a perspectiva da vida eterna depende desse fato.

Paulo expressou isso com clareza: 1Co 15.12-19

A pregação dos apóstolos tem como própria base a ressurreição de Cristo.

A fé era baseada na pregação. Ora, se a pregação era falsa, a fé era vã, vazia, oca.

E se a fé era vazia, não houvera salvação e todos continuavam perdidos, e iludidos.

Paulo resume: se não temos esperança em Cristo quanto ao futuro, somos os mais infelizes dos homens.

Não! É impossível haver cristianismo sem a ressurreição de Cristo.

 

O fato é que essa pergunta, por que buscais entre os mortos ao que vive?, tem atravessado a história da raça humana por vinte séculos e ressoa até os dias de hoje.

Milhões de pessoas buscam entre os mortos Aquele que ressuscitou.

Cada vez que alguém...

... diz que Jesus foi apenas um grande profeta, está buscando entre os mortos Aquele que ressuscitou.

... diz que Jesus foi apenas um homem bondoso, está buscando entre os mortos Aquele que ressuscitou.

... pendura um crucifixo na parede ou no pescoço, está buscando entre os mortos Aquele que ressuscitou.

 

Essas pessoas não fazem da ressurreição de Cristo uma realidade em Suas vidas.

Podem até acreditar que Ele está no céu, vivo, poderoso.

Mas não conectam a ressurreição de Cristo com a possibilidade de eles próprios serem ressuscitados, como Cristo foi.

 

Há ainda um outro sentido em que pode ser feita a pergunta “por que buscais entre os mortos ao que vive?”

Quando alguém se converte a Cristo, passa da morte para a vida, ou seja, ressuscita em termos espirituais. Ali está uma nova criatura. 2Co 5.17

Em geral, as pessoas não entendem isso. Estranham o novo procedimento do convertido e se inquietam quando não vêem as velhas características.

Ora, isso é buscar entre mortos os que vivem.

 

* Quando os colegas de farra sentem a ausência do antigo companheiro, que se converteu, estão procurando entre os mortos alguém que agora vive!

* Quando o pai ou a mãe chama para a missa o filho que agora está verdadeiramente adorando a Deus em um culto baseado na Bíblia, esses pais estão procurando entre os mortos alguém que agora vive;

* Quando o patrão chama o empregado para mais uma tarefa desonesta, e o empregado, récem-convertido se recusa, o chefe está procurando entre os mortos quem agora vive.

 

O fato é, irmãos, que toda vez que procuram em nós as velhas criaturas que fomos, estão apenas procurando entre os mortos pessoas que agora vivem em Cristo.

Cristo ressuscitou. Nós também ressuscitamos com Ele. Ele, fisicamente, nós apenas espiritualmente, por enquanto!

 

v. 6b-8

Aqui fato curioso: os anjos lembram que elas não deveriam estar tão admiradas, pois o próprio Jesus havia dito que seria entregue e crucificado, e que ressuscitaria ao 3o. dia.

Foi aí que elas cairam em si e reconheceram que, de fato, Ele havia prevenido aos discípulos que isso ocorreria.

E aqui temos de ser um pouco duro com as irmãs e dizer que toda aquela admiração não era um bom sinal, pois indicava pouca fé.

Se tivessem levado a sério as palavras de Jesus, a reação teria sido outra.

Claro que ficado ainda muito excitadas e alegres com tudo, mas não atemorizadas.

Apenas diriam Bem que Ele nos disse. Amém!

 

Se fosse você, teria reagido exatamente assim, não é mesmo? Não creio.

Não estou mostrando um aspecto negativo daquelas mulheres por prazer.

O que eu quero mesmo é mostrar que SOMOS IGUAIS a elas!

Temos as afirmações fantásticas nas Escrituras sobre o futuro, lemos e relemos, mas não levamos muito a sério. “Isso tem grande teor poético”. Ou “os escritores antigos usavam o exagero como figura de linguagem.” Ou “Será bom, mas não tanto.”

 

Irmãos, penso que qdo. chegarmos no céu, ficaremos PROFUNDAMENTE ADMIRADOS, talvez tanto quanto aquelas mulheres no túmulo vazio de Cristo.

Se for admiração por coisas que não estavam reveladas, tudo bem.

Tudo bem se for por DETALHES de coisas que já sabíamos de modo vago ou geral.

Mas se for por coisas que JÁ SABÍAMOS antes, então nossa admiração exibirá um aspecto fraco da nossa fé e das nossas convicções.

 

Ex.: * Você sentando em um tribunal julgando anjos - 1Co 6.1-3

* Você com alto cargo no reinando de Cristo no milênio - 2Tm 2.11-12

* Puro, se mais inclinação para pecar - 1Jo 3.1-3

* E tantas outras coisas.

 

Mas não precisamos olhar para o futuro distante para descobrirmos coisas maravilhosas reveladas na Bíblia.

Cristo nos falou de coisas fantásticas agora mesmo, nesta vida.

Sendo assim, não precisamos nos admirar quando essas coisas ocorrem.

 

Ex.: * Presença dEle em nosso meio com resultados excelentes

* União da igreja que permanecer fiel a Ele

* Vitórias espirituais (sobre pecado, relacionamentos, etc)

* Paz no meio de grandes tribulações

Quando essas coisas acontecerem, fiquemos alegres, mas não admirados. Afinal, Ele disse que seria assim!

 

v.9-12

Elas voltaram correndo do túmulo e contaram aos apóstolos.

Interessante: mesma reação das mulheres: admirados, como num delírio.

Mesmo tendo estado intimamente ligados a Cristo e treinados por Ele, os apóstolos não deram às palavras de Jesus a credibilidade que merecia.

 

Isso mostra fator importante: estar mais perto de Cristo do que os outros, ou mais em contato com a Palavra de Deus, não significa automaticamente que está mais livre de fraquezas, deslizes ou de pecado mesmo.

Os próprios apóstolos tiveram exatamente a mesma reação das mulheres.

Fico preocupado quando irmãos dão a entender que o pastor é especial, no sentido de oração, de conseguir coisas com Deus, de transmitir certo poder que os outros não têm.

Não é assim. Se o pastor tem uma coisa que os outros não têm é a AUTORIDADE PASTORAL, que vem junto com a responsabilidade de cuidar do rebanho.

Mas essa autoridade não garante a ele imunidade de fé pequena, de dúvidas, de deslizes.

Por isso peço tanto que orem por mim: minhas dificuldades com fé pequena é igual à sua.

 

Graças a Deus pela ressurreição do Senhor Jesus Cristo.

E pela nossa própria, que temos convicção que ocorrerá:

1Co 6.14; 2Co 4.14; 1Ts 4.14-16;

Afinal, a ressurreição de Jesus é exatamente a GARANTIA da nossa.

 

Comentei no início da saudade e da dor dos que ficam quando alguém morre.

E do consolo quase patético de ir ao túmulo. E que o homem tem de se dobrar à realidade cruel de que todos morrem e vão embora.

Mas não encerrarei uma pregação sobre a ressurreição de Cristo com um tom de derrota.

Na realidade, a existência não termina com a morte de alguém - sendo salvo ou não.

E é exatamente aí onde entra o efeito da ressurreição de Cristo.

Para os que crêem nEle, o pós vida é infinita alegria e felicidade.

Todos vão se encontrar com Ele, no céu. Todos vão reinar com Ele no milênio e depois ficar eternidade adentro com Ele, e uns com os outros.

A morte nos entristece, sim, mas sabemos que é provisório.

 

E para quem não tem Cristo? A morte é o próprio desespero. Isto é, até ir a Cristo!

Que tal fazer isto?

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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