PREGAÇÃO

Jesus: Caminho, Verdade e Vida

Jo 14.4-11      61 minutos      10/03/2013         

Mauro Clark


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Continuando o diálogo entre Jesus e Seus apóstolos, no noite da última Páscoa, Ceia e traição.

Jesus os anima, prometendo que iria preparar lugar para eles na casa do Pai e depois voltaria para buscá-Los e eles estariam onde Ele próprio estivesse. E complementa:

 

v. 4

A soma das coisas que eu já falei, é mais que suficiente para que vocês saibam como chegar até onde Eu estou indo, a casa do Pai.”

Jesus habilmente conduz a conversa para a Pessoa dEle como sendo o meio de chegar até o céu.

Ele sabia que essas coisas não estavam claras para os confusos discípulos.

 

v.5

Para mostrar o péssimo estado da vista de alguém, conta-se que o oculista perguntou: Que letra é aquela na parede? O outro responde:  - Que parede?

 

Os discípulos estavam muito abaixo do nível da conversa que Jesus queria com eles.

Eles não sabiam nem o destino para onde Jesus estava indo, quanto mais o caminho para chegar lá.

Jesus esclarece tudo com a bela e famosa frase:

 

v.6

“Tem Certeza, Amigo?” nasceu da observação de argumentos de não crentes.

Pois talvez o campeão seja : “Há muitos caminhos até Deus; você vai por um, eu vou por outro, e nós nos encontraremos lá.”

 

Esse é o versículo mais poderoso para combater essa heresia.

Aliás, essa afirmação é riquíssima e poderíamos dedicar várias pregações a ela.

Mas não quero perder a idéia do contexto, vamos vê-la rapidamente.

 

Eu sou o caminho...

Não diz “Eu conheço o caminho”; ou “Eu ensino o caminho.”

E nem diz “sou UM DOS caminhos”, como uma alternativa.

É absolutamente taxativo: O caminho, o único possível.

Para quem achar que estamos jogando muito peso sobre o artigo O, Jesus arremata no final da frase:

ninguém vem ao Pai senão por mim.

 

Exclui qualquer vestígio de possibilidade de alguém chegar a Deus de outro modo.

 

Quando pensar em Cristo como o Caminho, não pense nas várias alternativas para chegar entre um ponto e outro. Mas numa única ponte sobre um precipício.

 

Outras passagens que atestam Jesus como ÚNICO intermediário: 1Tm 2.5; Hb 9.15

ÚNICO Salvador: At 4.12

ÚNICO que foi morto e comprou para Deus, com o próprio sangue, pessoas de todas as tribos do mundo: Ap 4.1-10

Simplesmente não há outro caminho até Deus, além de Cristo.

 

… e a verdade - Jesus não está apenas afirmando que DIZ a verdade, que não mente.

Ele é a PRÓPRIA VERDADE personificada.

Verdade aqui não é apenas aquilo que está conforme os fatos ou que não é falso.

O conceito é mais largo: verdade é tudo o que encontra respaldo em Deus, que está afinado com os planos, os padrões, com a santidade, com o próprio caráter de Deus.

TUDO em Jesus é totalmente verdadeiro, puro, transparente, sincero.

Olhando por outro ângulo, NADA em Jesus é falso, duvidoso, malicioso, escorregadio, capcioso, com segundas intenções.   

É impossível passar na mente dEle um só pensamento que não seja correto, digno, puro, essencialmente verdadeiro.

 

Que maravilha ter um Salvador assim. Poder descansar em Alguém com esse padrão.

 

… e a vida

Em vez de pensarmos na vida física ou na vida eterna (quase como sinônimo de eternidade), melhor pensar em vida como conhecimento de Deus e conseqüente relacionamento com Ele.

Pecado cortou esse relacionamento, causando morte - física e espiritual.

Só há um meio de ter esse relacionamento plenamente restabelecido:através de CRISTO.

 

Quem crê em Cristo é imediatamente ligado ou religado com Deus, passa a ter ENVOLVIMENTO pessoal com Deus.

Passa a CONHECER PESSOALMENTE a Deus.

Essa é a VIDA da qual Jesus fala.

Ele é a vida, Ele liga a pessoa a Deus, ressuscitando-a espiritualmente.

E esse relacionamento com Deus é irreversível, nunca mais se acaba.

Começa aqui e continua mesmo depois da morte física. É por isso que chamamos de VIDA ETERNA: não acaba nunca.

E quando é o começo? Depois da morte? Não. O começo é AGORA, NESSA VIDA! Quem tem Cristo já começou a usufruir a vida eterna. Jo 3.36; 5.24

 

v.7

Evidentemente não significa que os apóstolos desconheciam Cristo.

Mas o conheciam de forma imperfeita. Esse conhecimento foi se desenvolvendo muito lentamente.

No começo era muito confuso, fraquejavam, não entendiam a Pessoa dEle, os ensinos. Só foram entendê-lo mesmo depois da ressurreição e ascensão.

 

O que mais os atrapalhava era a idéia de que, como Messias, seria o salvador do país.

Jesus iria livrar o país do domínio dos romanos. Não haviam compreendido pelo VT que o Messias teria um ministério sofredor e que morreria pelo seu povo, antes de livrá-lo politicamente.

O Messias de fato fará isso, mas no futuro, quando livrará Israel de ser exterminado pelos gentios.

 

Mas havia ainda um problema mais complicado: até aquela época, os judeus tinham a noção de que o Messias seria um ser divino, mas certamente sem a menor idéia de como seria a relação do Messias com Deus.

Ainda não tinham idéia clara da Trindade.

Ou seja, mesmo que houvessem compreendido que Jesus era de fato o Messias, ainda estariam longe de compreender que Jesus e o Pai eram o mesmo Deus, apesar de Pessoas divinas distintas.

Aos poucos Jesus foi ensinando isso, como quando disse, alguns meses antes: “Eu e o Pai somos um” - Jo 10.30

 

Agora Ele volta ao tema, dizendo que o conhecimento completo do Pai vem através do conhecimento completo dEle próprio, Jesus.

Uma vez que estavam conhecendo melhor o Filho, automaticamente estavam conhecendo melhor o Pai. Uma coisa estava ligada à outra.

Dali em diante poderiam dizer que conheciam o Pai e O tinham visto, em Cristo.

 

Mas essas palavras ainda estava muito pesadas e misteriosas para eles.

Com muita objetividade, Filipe diz:

 

v. 8

Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta. 

 

Criança quando ganha um livro, logo pergunta: tem figuras?

Típico do ser humano: tem preguiça de raciocinar, de imaginar, quer ver, tocar, sentir.

Na área espiritual é a mesma coisa: muitos não se esforçam para tentar compreender as verdades de Deus, através do estudo sério, contemplação.

É mais cômodo ter visão, ver milagre, ver coisas fantásticas.

Pois foi assim que reagiu Filipe. Ele não estava compreendendo o que Jesus estava dizendo e nem queria fazer grande esforço em compreender.

 

Como se dissesse: “Senhor, tuas palavras são muito complicadas. Dá-nos uma lição bem prática, visível: mostra-nos o Pai, dá-nos uma visão bem especial dEle, na Sua glória. E estaremos satisfeitos. Ficaremos mais convictos de que estás profundamente ligado com o Pai.

 

v.9-11

As palavras de Filipe provocaram um longo pronunciamento de Jesus.

Vamos desenvolver hoje somente até o v. 11.

Jesus ficou magoado. O tempo com os apóstolos (aprox. 3 anos) era suficiente para que eles houvessem conhecido melhor Jesus, se familiarizando com o fato de que Ele era a expressão exata do Pai.

 

Temos reações que mostram estado espiritual tão infantil, que fico imaginando se não ouviríamos de Jesus as mesmas palavras: “Mauro, tenho estado contigo há tanto tempo, mais de 35 anos, através do meu Espírito, e tu ainda não me conheces bem? Como podes reagir assim, duvidar assim, deixar de compreender minhas verdades assim?”

 

Sem desenvolver essa linha, duas sugestões para evitar esse tipo de repreensão:

1) Reconhecer sua fraqueza, confessar e pedir misericórdia a Cristo.

2) Buscar mais comunhão com Ele, através de estudo bíblico e oração.

 

Voltando, Jesus faz uma afirmação mais ousada do que a do v.6, do nível de “Eu e o Pai somos um”:

quem me vê a mim vê o Pai

Tudo o que Deus queria falar, tudo o que Deus queria expressar, tudo o que Deus queria mostrar dEle mesmo aos homens, Ele o fez através do Seu Filho Jesus Cristo.

Mais uma vez Jesus claramente afirma a Sua divindade.

Se não há diferença entre ver a Ele próprio e ver o Pai, então Ele é igual ao Pai.

 

Frase boa para os Testemunhas de Jeová, que rejeitam a divindade de Cristo.

 

Claro que somente pela fé eles poderiam aceitar todas as verdades.

Mesmo assim, Jesus procura ajudar a fé deles, dando argumentos menos difíceis de comprovar:

 

1) Eles se maravilhavam com as PALAVRAS de Jesus?

Pois bem, essas palavras vinham do Pai, faziam parte do trabalho que o Pai queria fazer através do Filho.

No Colégio Cearense, li discurso do meu irmão, como presidente do Grêmio (ele estava deonte). Se alguém elogiasse, eu teria de dizer: “essas palavras não são minhas. O crédito é do meu irmão”.

Jesus agiu dessa forma com relação a Ele e o Pai.

 

2) Eles se maravilharam com as poderosíssimas OBRAS de Jesus?: curou toda sorte de doenças, expulsou demônios, multiplicou alimentos, repreendeu vento e mar, até deu vida a mortos. Pois todo esse poder vinha do Pai.

Embora sendo Deus, o Filho havia se esvaziado ao vir ao mundo como homem. Agora Ele dependia inteiramente do Pai para falar e para agir, através do Espírito do Pai.

Que revelações espetaculares de Jesus, registradas na Bíblia.

 

Importante: tudo o que Deus quis revelar aos homens continua sendo através do que Cristo fez e disse, conforme registrado na Bíblia.

O Jesus que Deus quer mostrar aos homens hoje, é precisamente o mesmo que mostrou aos apóstolos.

E a MANEIRA de Deus revelar Jesus, é exatamente a mesma do início do cristianismo: pelas páginas do NT (que explica a Pessoa e Obra de Cristo) e pelo VT, que apontava para Cristo.

Não há revelações novas. Não há releitura dos Evangelhos. Não há novidades teológicas.

Fuja dessas coisas como correria de uma cobra venenosa.

Agarre-se à velha Bíblia, estude-a e peça que Deus lhe ilumine.

 

Quanto a você, amigo, é engano mortal pensar que pode chegar a Deus sem Cristo.

Jesus NÃO é apenas um grande profeta, um homem bom, um pacifista.

Sem Cristo não se chega a Deus. Quem não tem Cristo, não tem Deus.

Quem aceita Cristo como o único Caminho até Deus, como a própria Verdade absoluta, como o Único que pode nos dar eternamente Vida com Deus, esse chega imediatamente a Deus.

Não só como criatura, mas agora como filho de Deus.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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