PREGAÇÃO

Congregar-se, coisa boa!

Hb 10.25      58 minutos      02/07/2017         

Mauro Clark


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CONGREGAR-SE... COISA BOA!

Hb 10.25

 

não deixemos: lit.: “não vamos desistir”, “não vamos abandonar o costume”.

Passagem clássica sobre a importância dos crentes se manterem congregados, reunidos.

Vemos aqui uma ordem clara da Bíblia: congreguem-se, estejam juntos.

 

Existe tendência de se associar a presença nas atividades como algo que vai alegrar o pastor e a ausência como algo que vai chateá-lo ou entristecê-lo.

Pode até ser, mas isso não é motivo razoável, e sim, que a Bíblia manda.

É plano de Deus que o crente se congregue.

 

como é costume de alguns:

Era costume de alguns não se congregarem.

Essa exortação, portanto, não era apenas para prevenir, mas para remediar.

O problema já estava ocorrendo... dois mil anos atrás!

 

Que motivos levariam alguém a deixar de se congregar, ou se congregar pouco?

* Medo de perseguição (ou violência)

Graças a Deus não temos perseguição no Brasil, pelo menos até hoje.

Por outro lado, a VIOLÊNCIA e o medo que causa é problema grande e real.

Certamente que Deus, quando quer, nos protege de todo mal. 

Por outro lado,  sempre com propósitos benignos, Ele permite que Seus filhos às vezes sejam vítimas de violência.

Como agir? Se não estamos tentando a Deus, tomando os cuidados possíveis, não devemos deixar de nos congregar com medo de assalto.

 

* Trabalho/estudo
Até que gostariam de ir às atividades da igreja, mas se sujeitam a tal ponto ao trabalho que terminam sem energia, tempo, etc.

 

Interessante é que alguns acham que trabalhar muito é virtude, mostra responsabilidade, disposição, ou seja, o oposto do que transmite o preguiçoso, o boa-vida.
Até certo ponto, é válido. Mas é preciso ter cuidado.

O trabalho demais não só rouba o tempo, mas tira o costume e o desejo de se congregar.

Qualquer tipo de trabalho que prejudique o crente a se congregar devidamente deve ser alvo de oração diante de Deus para uma mudança.


Mesmo raciocínio para com um estudante com seus estudos rotineiros. (Exceção em época de exames, concursos, etc).

Não caia na cilada dos “cuidados do mundo e a fascinação das riquezas” - Mt 13.22

 

* Prazeres lícitos vida

O motivo aqui não é coisa séria como trabalho e estudo, mas atividades como passeios, divertimentos, esportes.

Tudo isso não apenas é válido, mas importante para a vida.

Mas se chega a impedir o costume de se congregar, passa a ser nocivo.

Irmãos assim, quando vão à igreja, até que gostam.

Mas isso só ocorre quando praticamente não há mais nada para fazer.

E ainda acham que estão justificados: Lc 14:  comprei campo, casei, etc

 

* Individualismo
Pessoa acha que pode adorar, servir a Deus e crescer sozinho. Dispensa os outros.
É uma espécie de orgulho espiritual - que precisa ser combatido.
O fato de que o crente é um membro do corpo de Cristo destrói essa ideia.
2Tm 2.2: Como transmitir se está sozinho?

* Falta de apetite espiritual: não há sede das coisas de Deus.
Crente com fastio espiritual acha sem graça, até desagradável se congregar com os irmãos, falar das coisas de Deus.

É como beber agua à força, antes de uma ultrassonografia.

Por isso preferem não vir.

A causa vai desde a simples falta de conversão até costumes e circunstancias que precisam ser identificados e combatidos. Se é o seu caso, trate esse problema.

 

Em suma, cada crente que não se congrega devidamente tem os seus motivos.

Alguns certamente não justificáveis diante de Deus.

Outros motivos são justos e aceitáveis (cônjuge descrente, saúde precária, distância, horário de tabalho, etc.)

Mas nunca esqueçamos o princípio bíblico: Deus quer os crentes congregados!

Se não é o seu caso, por motivo razoável ou não, coloque diante de Deus, e tenha como alvo uma participação mais ativa.

 

Mas por que os crentes devem se congregar?

O próprio texto responde:

façamos admoestações

Grego: parakaleo: para: perto; kaleo: chamar: chamar para consolar, exortar, pedir, etc).

O crente deve se congregar para receber exortações, conselhos, consolo, etc.

Receber e dar também: é uma via de duas mãos.

 

Apesar de não estar explícito aqui, é evidente que pesa sobre qualquer igreja a responsabilidade de fornecer tudo isso para os seus congregados.

Se alguém recebe aqui boa pregação, mas não aconselhamento, a igreja está falhando.

Se recebe aconselhamento, mas não boa pregação, a igreja está falhando.

Se recebe pregação e aconselhamento, mas não consolo, a igreja está falhando.

O tipo de assistência que uma igreja precisa prover é muito abrangente e complexa.

 

Pois bem, o crente que se ausenta, está deixando de receber toda essa assistência.

E, a rigor, quem fornece tudo isso ao crente é o próprio Deus!

Os pastores, os professores, discipuladores, cada um que transmite alguma coisa, são apenas instrumentos de Deus, através do qual ELE fortalece cada um de nós.

Fortalece como? Com tudo o que ouve e aprende lá.

Mesmo que o crente ore, leia a Bíblia e bons livros em casa, não terá o poder espiritual e amparo fraterno que teria, caso se congregasse devidamente.

 

Por que tantos crentes caem no pecado? Oram e não são respondidos? Vivem doentes, com medo, angustiados? Com problemas financeiros?

Entre muitas razões, pode ser fraqueza espiritual, que talvez não tivesse, se envolvido mais com a igreja.

 

E quanto a crianças, adolescentes, que não podem vir sozinhas e precisam dos pais?

A responsabidade dos pais de trazer seus filhos para a igreja é enorme!

Essa é a hora de formar os princípios da pessoa.

Acho que os pai que não trazem seus filhos para a igreja são muito corajosos:

1. Estão expondo seus filhos a se tornarem crentes fracos e medíocres.

2. Vão se haver com o próprio Deus, que confiou essas crianças a eles.

 

Voltando:

Mas ao dizer que o crente que se ausenta está deixando de receber toda essa assistência, é só um lado da moeda.

Ele está deixando DE PRESTAR uma parte dessa assistência: a que ele pode suprir.

Apesar de importantíssimo, não comentarei esse aspecto hoje.

 

E quanto à FREQUÊNCIA com que devem se congregar?

tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.

Que Dia? O Dia do Senhor. Uma série de acontecimentos que culminará com a volta de Cristo para reinar (Arrebatamento da Igreja, Tribulação e volta propriamente dita a Israel).

 

tanto mais quanto...:

À medida que o Dia se aproximava, mais deveriam se reunir. Quanto mais melhor.

Observe que essa ordem tem 2000 anos. Ou seja, o “Dia” ficou 2000 anos mais próximo!

Os crentes deveriam estar se congregando numa frequencia altíssima!

Não apenas nos cultos semanais, mas em qualquer tipo de reunião, até mesmo um estudo bíblico entre dois irmãos.

 

Claro que nisso tudo deve haver limites de bom senso (deixando tempo para a família, descanso, lazer).

Seja como for, a Bíblia claramente recomenda um alto nível de congregação, comunhão.

 

Acho que a nossa igreja está num limite bom em termos de oportunidades: três cultos, discipulado, Mocidade, crianças, além de programas tipo aniversários, etc.

Mas há duas grandes faltas: Grupos de Estudo Bíblico nos Lares e Grupo de Casais.

Quanto ao esporte, tentamos projetar uma quadra para a nova sede, mas o terreno era muito pequeno. Fica para quando comprarmos os terrernos vizinhos!

 

Seja como for, demos graças a Deus por participarmos de uma igreja que se preocupa em providenciar para que Hb 10.25 seja seguido: oportunidades para que não deixemos de nos congregar. Isso é inestimável para a vida cristã.

 

Termino com o v. 24

Não é por acaso que o autor considera a importância dos crentes se congregarem logo depois de falar da necessidade dos irmãos praticarem o amor e boas obras.

Ora, a igreja é o meio por excelência para o crente praticar o amor e as boas obras. Dali ele se expande para o mundo.

O crente que não consegue se congregar robustamente com seus irmãos, se familiarizar com eles, comungar, aprender a amar cada um, a praticar boas obras com eles, tem tudo para falhar nisso, onde quer que vá nos seus caminhos.

O ponto de partida é a igreja, onde estão os filhos de Deus, os remidos por Cristo, que se congregam juntos.

Nunca irmãos, deixarmos de nos congregar como parte significative da nossa vida.

 

E com a nossa pregação e testemunho, levemos pessoas a Cristo, para que se integrem a nós e passem a se congregar conosco.

 

Que Deus nos ajude. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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