Existe um assunto muito explorado por igrejas e seitas evangélicas: dinheiro.
Além dos males causado pela exploração de pessoas humildes e bem intencionadas, e da péssima imagem que formam dos evangélicos em geral, existe um mal adicional: intimida as igrejas sérias a tocarem no assunto dinheiro.
Só que essa intimidação deve ser resistida, pois a Bíblia fala muito em assuntos que envolvem dinheiro: dízimo, ofertas, esmolas, ajuda, liberalidade etc.
E deixar de falar algo que a Bíblia ensina é errado.
A solução é o equilíbrio: nem calar, por considerar um tabu e nem enfatizar demais.
É o caminho que tenho procurado seguir.
Quando se fala em contribuição financeira, o ponto mais importante é o chamado dízimo. Resumidamente:
VT: contribuição de 10% da renda par o sustento do trabalho de Deus (Templo).
NT: sem obrigar esse percentual, mantém o princípio de igrejas serem mantidas pelos próprios membros, ao darem de modo voluntário e proporcional ao ganho de cada um.
Quanto ao percentual, uma vez que, pelo VT sabemos que Deus se agrada de 10%, este é um bom número. Eu diria no mínimo 10%.
Em suma: chamamos de dízimo o valor entregue rotineiramente pelo membro (geralmente todo mês), e que normalmente representa 10% do seu ganho.
Com esse valor a igreja se sustenta (paga pastores, despesas, compras, etc.).
O assunto hoje não é dízimo, mas ofertas voluntárias (bens ou dinheiro) além do dízimo.
A primeira vez que vemos na Bíblia esse tipo de oferta foi na saída dos israelitas do Egito.
No pé do Monte Sinai, Deus dá os dez mandamentos e o restante da Lei a Moisés e fez aliança com os judeus.
Fazia parte dessa aliança a realização de sacrifícios num templo, onde também Deus se manifestaria de maneira especial, no Santo dos Santos.
O templo deveria ser construído em Jerusalém, uma construção extremamente esmerada e riquíssima.
Salomão faria esse Templo 450 anos depois.
Mas Deus queria que os judeus construíssem imediatamente, ali mesmo acampados, um templo provisório, chamada Tabernáculo.
Mas com que recursos seria construído o Tabernáculo?
Ex. 25.1-9: Deus falando a Moisés
Ex 35.4-9: Moisés transmitindo ao povo com as próprias palavras.
Alguns pontos que servem como princípio para a questão da doação de ofertas:
1) Voluntário
Ex 25. 2: de todo homem cujo coração mover para isso
Ex 35.5: cada um de coração disposto, voluntariamente.
Ex 35.20-29: O povo compreendeu que não era obrigatório
* 450 anos depois, para a construção do Templo, Davi e o povo agiram assim: 1Cr 29.1-8
* 600 anos depois de Davi, o povo agiu assim na oferta para o segundo Templo, depois do exílio babilônico: Ed 1.6
* Paulo aplicou o mesmo princípio quando recolhia oferta entre os crentes, não para construção, mas para ajudar aos pobres de Jerusalém: 2Co 8.3: se mostraram voluntários
A primeira condição para um crente participar de um obra: é não dar como obrigação, de má vontade, ou para não dar margem para falarem dele, ou com medo de ser castigado por Deus, ou qualquer outro motivo, que não seja um coração totalmente voluntário.
Ou seja, dar porque tem vontade!
2) Conforme as posses de cada um
Ex 35.5: tomai do que vocês têm
A oferta deveria ser tirada do que cada um tinha, não do que não tinha.
Não seria caso de alguém pedir um empréstimo ou uma doação para doar.
Cada um daria dentro das suas possibilidades.
* Seria o mesmo princípio na construção do 2o. Templo, após o exílio babilônico: Ed 2.69
* Os crentes de Antioquia agiram assim, na oferta aos crentes da Judeia: At 11.29
* Paulo usa mesmo princípio: 2Co 8.11-12
Por outro lado, não vemos a ideia de que é para dar do que sobra.
Caridade não é dar do que não nos faz falta.
A doação que Deus valoriza é a que nós tiramos do que temos, do que usamos, do que gostamos.
Pena que somos muito agarrados às coisas e fazemos pouco isso.
- Mas qual o limite? Até que ponto darei do que uso ou do que preciso?
Marque o seu limite!
Vejamos algumas pessoas que marcaram o próprio limite:
* Davi: 2Sm 24.18-24: bonito!
* Zaqueu: Lc 19.8: Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres.
* Viúva no templo: Lc 21.1-4: da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento
* Crentes da Macedônia: 2Co 8.3: na medida de suas posses, e mesmo acima delas…
Em suma: quando pensar em oferta pense em duas palavras para aplicar ao próprio coração: voluntariedade e generosidade: 1Cr 29.9; Rm 12.8; 2Co 8.2; 9.6
Veremos os outros três pontos na próxima pregação.
Que Deus nos abençoe e se agrade de nós. Amém