PREGAÇÃO

Fico tão envergonhado! (Série 2 CORÍNTIOS 35 de 54)

2Co 8.1-5      52 minutos      31/05/2015         

Mauro Clark


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De 52 a 57 dC, entre igrejas que fundara e trabalhara, Para dedicou-se a uma grande coleta para os pobres crentes de Jerusalém. Várias cartas se referem a essa coleta.

 

Motivos que devem ter causado o empobrecimento dos crentes em Jerusalém:

  1. A própria conversão pode ter causado ostracismo social e econômico (pelos judeus)
  2. Experiência de vender e ter coisas em comum (não causou, mas pode ter contribuído)
  3. Fome na Palestina em 46 dC (At 11.27-30)

 

Agora Paulo se dirige-se aos Coríntios para animá-los a contribuir (ou continuar - v.10).

E dedica 2 capítulos inteiros à questão da caridade.

 

Escrevendo aos crentes de Corinto (na Acaia), Paulo se refere à ajuda dos crentes da Macedônia (região vizinha) aos judeus crentes necessitados, na Judéia.

Nos cinco primeiros, usa o exemplo dos macedônios para estimular os coríntios.

Depois é que se dirige diretamente aos coríntios, sobre a possibilidade de participarem.

 

Alguns pontos sobre os macedônios:

v.2b:

1) a capacidade financeira deles: ... profunda pobreza...

profunda: grego: lit.: que chegou ao fundo.

É bom sempre termos em mente que estaremos falando de pessoas muito pobres.

Para quem gostasse de desculpas, aqui já teria uma ótima: “Que pena, mas não temos condições de ajudar. Se e quando melhorarmos, Paulo, conte conosco.”

 

Grande obstáculo à caridade é pensar que não tem condições - talvez até sinceramente!

Devemos quebrar esse vício mental de sempre achar isso. Temos condições, sim.

Os irmãos macedônios tiveram condições.

Outra pessoa que também teve condições: Mc 12.41-44

 

Quando nos pedem esmola, usamos desculpa: “Não tenho”. Geralmente, tem!

Alguns são mais sinceros e dizem “Não tenho trocado”. E pode ser mesmo verdade.

Só que entra outro problema: é quase cruel, dizer: “Olha, um valor digno, eu não vou te dar, agora se eu tivesse um trocado, digamos 10 centavos, que não me faria a menor falta, aí eu te daria”.

Em qualquer caso, talvez seja melhor dizer “Desculpe, fica para outra vez”.

E melhor ainda, é fazer uma “ousada” experiência: dar um valor mais significativo e verificar se, por isso, faltou dinheiro para a comida, remédios, roupas, prestações, etc.

(À parte da nossa dureza, admito que esmolas a pedintes é assunto complexo).

 

2) As circunstâncias em que os irmãos levantaram a oferta deles:

v.2a : no meio de muita prova de tribulação

Tribulação: pobreza em si e perseguição religiosa.

Eles não estavam com tudo em paz ao redor. Ao contrário: duramente provados.

Prova sobre prova.

Ainda para o que gostam de desculpas: “Ah, Paulo, se fosse em outra ocasião, poderia contar conosco, mas veja como estamos. Nós é que estamos precisando de socorro e você vem pedir que nós ajudemos os irmãos de Israel. Não temos nem cabeça para isso.”

 

Atitude menos ruim, mas ainda mesquinha, seria: “Lamento que você venha nos pedir isso logo agora. Mas, tudo bem, fazer o que? Temos obrigação de ajudar os outros, não é? Deus manda. Então, vá lá alguma coisa.”

Veja se foi assim que fizeram:

 

v.4

3) A reação deles ante ao assunto:

Pediram (suplicaram) como muitos rogos que participassem!

Parece que Paulo no início não os incentivou a participarem, talvez tenha até mesmo feito o contrário, por causa da situação deles.

Mas eles não se conformaram e imploraram para dar!

 

Imagine o pastor dizendo para você: “Sei que você está apertado, não precisa participar desta campanha”.

Qual seria a sua reação?

“Ufa, escapei!”? Ou como os macedônios? “Negativo! Agradeço, mas não abro mão!”

 

E por que reagiram assim? Porque entenderam a essência:

... a GRAÇA de participarem

Não seria uma participação forçada, obrigatória, mas espontânea, pela graça!

Era um alto privilégio participar!

Como se alguém respondesse para o pastor: “Mas, pastor, é melhor PARA MIM participar! É uma ato de graça da minha parte. Não me negue isso!”

 

4) A atitude com que deram: 

v. 2b: ... abundância de alegria

Não apenas “alegria”, mas ABUNDÂNCIA (grego: em excesso, mais que o necessário).

No cap. 9 falaremos mais sobre a alegria ao dar.

 

Se você fizesse uma lista de coisas que lhe deixam exageradamente alegre, ajudar um irmão em necessidade estaria incluído?

 

5) A doação em si, comparada com o nível financeiro que era muito baixo.

v.3:

Deram na medida das posses, e mesmo ACIMA delas.

No cap. 9 veremos que quem semeia com fartura, com fartura ceifará. Pois esses irmãos semearam com fartura.

 

Será que algum de nós teve oportunidade nessa semana de semear com fartura?

Ou será que nem pensamos nisso? E no mês passado? E no ano passado?

 

Irmãos, uma pregação como essa não é apenas para ouvir e dizer: “Que lapada!”

Mas para praticarmos! Vamos agir!

Sei que precisa aparecer oportunidade. Mas e se a oportunidade estiver na sua frente e você nem perceber?

Além disso, que tal você cavar oportunidades?

 

Mas quando falei “a doação em si” deveria ter falando DOAÇÕES. Pois havia outra:

 

v.5

deram-se A SI MESMOS primeiro ao Senhor, depois a nós...

Alguns macedônios entregaram a si próprios para servir! Uma doação de natureza diferente! Entregaram-se A DEUS, sob o comando de Paulo.

 

... pela vontade de Deus

Tudo dentro da soberania de Deus: não pelo esforço de Paulo, não por algo de bom intrínseco aos macedônios, mas com Deus movendo todos.

 

6) O resultado

v.2d: Através da doação, puderam mostrar o tamanho da generosidade deles

Ou seja, deram oportunidade para que a luz deles brilhasse.

Belo contraste: profunda pobreza x grande riqueza.

 

Quando o crente dá, está fazendo exatamente o que Cristo quis de nós: que mostrássemos ao mundo a nossa luz através das boas obras.

Não que as façamos para isso. Mas o resultado é inevitavelmente esse.

 

Termino perguntando: se foram os irmãos que deram, por que Paulo começa a passagem falando na graça de Deus (v.1)?

Dois motivos:

1. A vontade de dar vem de Deus. O homem natural quer o contrário: mais para si.

2. Dar é um privilégio, é altamente benéfico. Receber no coração a vontade de dar, é receber um presente, uma graça de Deus.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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