PREGAÇÃO

Nós, crianças

Mt 18.1-4      51 minutos      18/10/2015         

Mauro Clark


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1 Naquela hora, aproximaram-se de Jesus os discípulos, perguntando: Quem é, porventura, o maior no reino dos céus?
2  E Jesus, chamando uma criança, colocou-a no meio deles.
3  E disse: Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus.
4  Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.
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Após discutirem qual o maior no reino dos céus (Lc 9.46), Jesus diz primeira a condição para entrar.

... se não vos converterdes e não vos tornardes como criança:

A Bíblia compara a conversão a um novo nascimento espiritual: Jo 3.3

Do jeito que um bebê é gerado, nasce e se torna criança, um convertido é alguém que foi regenerado, nasceu espiritualmente e, em termos espirituais, o caminho natural é tornar-se como criança.

converterdes... tornardes...: veja a ideia de transformação, mudança.

O velho homem, uma vez convertido e transformado em novo homem, deve naturalmente perder as más características de adulto (arrogância, orgulho, egoísmo).

E adquirir características de uma criança. Que características, por exemplo?

 

Entre muitas, veremos seis.

Cada um daria uma ou várias pregações, pois são virtudes cristãs importantes.

Mas a desvantagem de não vermos de maneira aprofundada, será compensada com uma visão panorâmica.

 

1. PUREZA

Os adultos invejam a pureza das crianças. (Pureza não no sentido absoluto, pois criança já traz o pecado dentro. Mas na criança o mal não teve tempo de aflorar, de mostrar as suas garras).

O adulto sente o mal dentro de si, o ardor do ódio, o efeito corrosivo da inveja, o calor doentio das paixões ilícitas.

A criança não conhece ódio. Assim deve ser o crente: Ef 4.26

A criança não maquina vingança. Assim deve ser o crente: Rm 12.19

A criança não é sensual. Assim deve ser o crente: 2Co 7.1

 

2. DOCILIDADE EM APRENDER

A mente da criança aceita o que lhe ensinam. Contraste com o adulto: arrogante, “sábio”.

O crente deve estar de coração aberto para o que o Professor divino ensinar: Jo 14.26

 

Além de crédula, criança é ávida para aprender.

O Espírito Santo gostaria de nos ver ávidos, sedentos pelo que tem a nos dizer: 1Pe 2.1-2

... desejai ardentemente: gr. επιποτεω epipotheo: desejar muito, cobiçar, ter saudade de

 

3. SUBMISSÃO À AUTORIDADE E PROTEÇÃO DO PAI

Quando diz “Pai, deixa...” ou “Mãe, só esta vez...” a criança reconhece implicitamente a autoridade dos pais. Uma autoridade que disciplina, corrige, ensina e protege.

 

A submissão do crente à autoridade de Deus deve ser total, sem reservas.

A ponto de dizer “Seja feita a tua vontade” (Mt 6.10).

Que vontade? Não importa, qualquer que seja, pois com certeza será santa e justa e reta.

 

E sair dessa vontade é desastre na certa.

Pense na criança de dois anos mais especial para você. Agora a imagine abrindo o portão da casa e saindo por aí. É difícil até imaginar.

Pois é isso o que acontece quando um crente resolve viver fora dos padrões do Pai.

Somos indefesos como crianças. Precisamos da autoridade e da proteção do Pai.

 

4. NÃO SE ANGUSTIA

Você já ouviu: “Papai, não consigo dormir preocupado com o sustento de amanhã”.

Criança não se preocupa com inflação, desemprego, roupa, sustento.

 

Pois assim é exatamente como Jesus quer que sejamos: Mt 6.31-34

Somos incapazes e impotentes como crianças.

Cada vez que nos preocupamos, estamos nos desgastando e sofrendo à toa.

Se seu filho se angustiasse, você teria pena e tentaria acalmá-lo.

 

5. CONFIANÇA

Criança sente necessidade de confiar em alguém.

Feliz da criança que tem pais em quem pode confiar cegamente.

Nas crises, é para lá que corre e encontra o carinho protetor.

 

Pensando no exemplo anterior, se seu filho insistisse em se angustiar depois da sua tentativa de tranqüilizá-lo, você ficaria triste: “Filho, você não confia em mim?”

E é porque a nossa confiabilidade é muito limitada mesmo.

Mesmo com as melhores intenções, podemos não conseguir o que queremos.

E há situações em que o pai não consegue mesmo levar sustento para casa.

 

Mas isso não ocorre com o nosso Pai celeste.

Não há perigo de Ele dizer que tentou nos sustentar e não conseguiu.

Tudo o que nos compete é confiar: Sl 28.7; 37.5

 

Se Ele mandar fazer, façamos. Se Ele disser que nos protege, é porque protege.

Se Ele diz que estará conosco, é porque estará. Mesmo que, a nós, pareça o contrário.

Devemos crer nEle, às vezes mesmo contra o nosso próprio entendimento.

 

Quando pai diz que pomada não vai doer, o filho que confia aceita, mesmo que a sua experiência anterior tenha sido com uma injeção.

Deus se deleita naqueles filhos que confiam nEle. Algumas vezes Jesus apontou com alegria para pessoas que confiaram nEle.

 

Somente agora, no v.4, é que Jesus irá responder exatamente o que lhe perguntaram: quem é o maior no reino dos céus.

Primeiramente Ele havia falado da condição de entrar no reino.

 

6. HUMILDADE

v.4

A criança é humilde no tamanho físico, sempre olhando para cima.

É humilde na autoridade, recebendo ordens, pedindo permissões.

É humilde na capacidade de entendimento, sempre tendo de perguntar.

É humilde na condição financeira, sempre desejosa de uma moedinha que seja.

 

O crente é para ser humilde em tudo.

Humilde diante de Deus: Is 57.15; 2Sm 22.28

Humilde diante dos homens: Pv 29.23; Cl 3.12

 

Já notou que a criança que mais se humilha é a que mais é exaltada pelos pais?

Nos reino dos céus, idem: Mt 23.11-12

 

Sempre preparamos as crianças para serem adultas como nós. E está certo, claro!

Por outro lado, também é saudável tentar imitar uma criança nas coisas que comentamos.

 

Amigo, arrependa-se, torne-se como uma criança, vá a Cristo e entre no reino dos céus.

E você, que já entrou, que Ele lhe ajude a ser o maior no reino dEle, o mais humilde.

Que Deus nos abençoe. Amém 

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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