PREGAÇÃO

Por favor, me ame! (Série 2 CORÍNTIOS 31 de 54)

2Co 6.11-13      39 minutos      19/04/2015         

Mauro Clark


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Após falar das várias características como ministro de Cristo, Paulo volta a dar um tom bem pessoal à carta.

Ele fala de uma situação contrastante e depois faz um pedido, um pedido quase estranho!

 

v.11-12a

ó coríntios: tom altamente pessoal, íntimo.

abrem-se os nossos lábios (NIV: falamos abertamente a vocês)

Lit: temos aberto nossa boca.

Ideia é dupla: sinceridade e liberdade de falar o que achava preciso.

Pouco adianta alguém ser sincero no que fala, mas quase não falar!

Ex: Eli a Samuel: 1Sm 3.17

 

Também não adianta falar tudo o que quer, mas sem sinceridade: 1Jo 3.18; 1Pe 1.22

 

... e alarga-se o nosso coração

alargar: gr. πλατυνω platuno: lit.: tornar amplo, alargar;

Paulo tinha o coração largo, generoso, amoroso para com os coríntios.

 

Agora veja o poder da soma desses 2 fatores: dispor-se a falar com sinceridade tudo o necessário e, ainda por cima, de maneira generosa, amorosa.

 

Essa atitude generosa de coração é fundamental numa relação entre pessoas.

Afinal, alguém pode dizer para o outro tudo o que é necessário e com franqueza, mas ainda assim, ser frio, duro, indiferente à sensibilidade do outro.

 

Nosso querido apóstolo nos dá uma receita valiosíssima para nossos relacionamentos.

Relacionamento pessoal é algo muito mais complexo do que parece.

Afinal são dois pecadores interagindo.

E mesmo quando são dois pecadores perdoados em Cristo, ainda há pecado.

 

Muitos não se dão bem nos relacionamentos e põem toda a culpa na personalidade.

Claro que tem a ver, mas não significa que não há critérios a adotar nos relacionamentos.

E Paulo aqui toca no nervo: ao lidar com as pessoas, além de franco e aberto, é fundamental que seja também amoroso, pensando no bem do outro.

 

v.12a

Não tendes limites em nós...

ter limite: gr. στενοχωρεω stenochoreo: estar em um lugar estreito; comprimir, apertar.

 

É como um resumo do que havia falado: “Meu coração está sempre disposto a se alargar por vocês. Até que ponto?  Não tem esse ponto, é ilimitado, o quanto for necessário!”

 

Irmãos, isso é bonito demais!

Tão bonito que achamos até difícil de acreditar!

 

É óbvio que uma mãe ou um pai olharia para um filho e diria sinceramente que o seu coração não tem limites para ser alargado no amor a ele.

E certamente faria isso também com o cônjuge, com os pais. E com os melhores amigos.

Mas para Paulo, esse era o sentimento para qualquer irmão!

 

Só em Paulo dizer que os coríntios não tinham limites nele, deveria deixá-los constrangidos, envergonhados pelo contraste de como eles o tratavam.

Mas Paulo quis deixar explícito o tamanho da tristeza que os irmãos haviam lhe dado:

 

v.12b

... mas estais limitados em vossos próprios afetos

Que desigualdade de tratamento!

Enquanto Paulo alargava o coração, eles estravam presos, mesquinhos, dando ouvidos a calúnias maliciosas e abrindo o coração para falsos mestres. Tudo o contrário!

Que falta de reler 1Co 13, parte da carta remetida a eles próprios, pouco antes!

 

É impressionante como ainda não foi suficiente para Paulo dizer que não tinha limites para dilatar o coração para os irmãos e que eles, ao contrário, estavam com os sentimentos limitados para ele.

Então parte para um pedido direto:

11Para vós outros, ó coríntios, abrem-se os nossos lábios, e alarga-se o nosso coração.12Não tendes limites em nós; mas estais limitados em vossos próprios afetos.13Ora, como justa retribuição (falo-vos como a filhos), dilatai-vos também vós.
############ 

 

v. 13

Ora, como justa retribuição (falo-vos como a filhos), dilatai-vos também vós.

dilatar: mesmo verbo traduzido acima por “alargar-se”.

 

Paulo, num tom paternal, pede que os irmãos saibam retribuir e sejam amorosos com ele.

Como se dissesse: “Por favor, me amem!

É uma atitude muito humilde!

 

Imagine-se tratando bem um irmão, se esforçando para ajuda-lo, ajudando a carregar o fardo dele, etc e ele insistisse em lhe tratar mal, fofocando sobre você, acreditando  em calúnias contra você, etc.

Como você reagiria?

Pela carne, você daria o troco, tratando-o da mesma maneira.

Bem melhor seria você continuar tratando-o bem, tipo pagando o mal com o bem.

Mas se fosse agir como Paulo, você iria muito além: chamaria o irmão, exporia a sua mágoa e pediria claramente que ele também lhe tratasse com amor cristão.

E se não fizesse por prazer, pelo menos que fosse para lhe retribuir o bom tratamento!

 

Que Deus nos abençoe!

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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