PREGAÇÃO

Prefiro morrer e estar com Cristo (Série 2 CORÍNTIOS 19 de 54)

2Co 5.1-6      59 minutos      09/11/2014         

Mauro Clark


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v.6

bom ânimo: θαρρεω tharrheo: ter muita coragem, ser ousado, confiante.

Esta mesma palavra grega é traduzida no v.8 como “plena confiança”.

Na NVI ambas as vezes são traduzidas como “ter confiança”.

Melhor assim: Temos, portanto, sempre confiança, sabendo que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor

 

Esta versão engoliu um verbo entre as palavras “enquanto” e “no corpo”: estar presente.

Literalmente: ...enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes no Senhor

estar presente: ενδημεω endemeo = εν  en (em, no) +  δημος demos (povo): estar com o seu próprio povo, estar em casa.

 

Contraste: estar ausente: εκδημεω ekdemeo: εκ ek (fora) + δημος demos (povo): viajar para fora do país, emigrar, partir

 

Duas observações:

1. Temos uma casa terrestre, provisória, que é o corpo. Ao mesmo tempo, temos uma outra casa, definitiva, mas que está longe de nós. O problema é que esta casa definitiva é exatamente onde está o Senhor. Ou seja, para estarmos em casa aqui, infelizmente estamos longe do Senhor.

 

2. Se para estarmos no nosso próprio corpo (casa terrestre) é necessário estarmos ausentes do Senhor, então o nosso corpo atual e o Senhor são incompatíveis!

E é isso mesmo o que acontece: 1Co 15.50

Esse corpo que você tanto gosta, cuida, talvez até idolatre um pouco não é digno de estar na presença do Senhor!

 

Voltando:

A ideia é:  “O fato de estarmos num corpo sofrido (gemendo, angustiado, etc), não deve nos desencorajar, nos acovardar. Temos de confiar que isso é provisório, ou seja, só estou sofrendo porque estou ausente do Senhor. Quando eu chegar na presença dEle, não será mais assim”. E como a vida passa rápido como um neblina, mais um pouquinho e  eu estarei na presença do Senhor. E isso deve me levar a bradar confiante: Oh, Senhor, estou já chegando!”

 

Talvez você pense:

Ih, tenho de ser honesto e reconhecer que isso não acontece comigo.

 

De fato, não é de modo automático que um crente chega ao ponto de usar a fraqueza do corpo como um motivo para se tornar ainda mais ousado na fé, mais desejoso de ir se encontrar com o Senhor, mais animado com a perspectiva do futuro encontro com Cristo.

Infelizmente o mais comum é o contrário: a fragilidade do corpo leva o crente a ficar desanimado, se sentindo abandonado por Deus, confiança em baixa.

Mas devemos lutar contra essa tendência.

E como ser bem sucedido nessa luta, de maneira prática?

 

v.7

visto que andamos por fé e não pelo que vemos

andar por fé:

* Se confiamos em tudo o que Deus diz, não é porque o vimos falando ou fazendo, mas porque está registrado na Sua Palavra e nós acreditamos

* Se aprendemos a gostar das coisas que Deus gosta e a valorizar as coisas que Deus valoriza, não é porque o vemos gostando, mas porque Ele diz que gosta e valoriza.

* Se deixamos de lado as coisas que Deus odeia, não é que presenciamos uma demonstração de ira dEle, mas porque acreditamos quando Ele diz, mesmo sem vermos

* Quando investimos pra valer nas coisas do alto, não é porque temos experiências com essas coisas, mas porque Ele diz que são maravilhosas e acreditamos.

 

... não pelo que vemos (de Deus ou de Cristo), ou seja:

Não o vemos pessoalmente, não ouvimos a voz dEle, não trocamos ideias com Ele.

 

O crente que regula sua vida cristã com o que vê de Deus incorre em erro.

Esta é a causa dos excessos à busca de línguas, milagres, etc.

Paulo está aqui claramente dizendo que não andamos pelo que vemos, mas por fé.

Não tente aumentar sua intimidade com Deus e seu gozo espiritual com coisas que vê, mas em robustecer sua fé nas coisas que Deus promete e diz, mesmo sendo invisíveis.

 

v. 8

... estamos em plena confiança preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor

plena confiança: mesmo verbo do v.6: ter coragem, ser ousado, confiante.

 

Mesmo par de verbos:

deixar (o corpo): εκδημεω ekdemeo

habitar (com o Senhor): ενδημεω endemeo

 

Aqui é quase repetição do v.6, com uma grande diferença: lá, Paulo se limitou a dizer que o fato de habitar no corpo aqui não abalava a sua confiança, pois sabia que ainda o aguardava a bendita presença do Senhor.

Agora, ele diz claramente que PREFERE deixar o corpo e ir para perto do Senhor.

 

Quatro características saudáveis dessa preferência:

1. Embora não sendo uma atitude suicida ou uma vontade mórbida de morrer, é um desejo profundo, sereno, paciente, de se mudar para a morada definitiva.

Lc 2.25-32: É linda a tranquilidade com que Simeão pede para Deus leva-lo para casa!

 

2. A iminência da morte não deve ser uma tragédia, mas algo pelo qual o crente deve estar sempre pronto: At 21.13 - Paulo

 

3. Para o crente, a proximidade da morte implica em estar chegando a Cristo.

E isso deve dar ainda mais vontade de falar dEle, de servi-Lo, dentro das limitações.

2Pe 1.12-15: Pedro sabia que ia morrer mas continuava querendo instruir os irmãos.

Exemplo: pr. Nilson

 

4. Falei que é uma vontade paciente, mas às vezes beira a impaciência! Fp 1.20-24

 

Mas a preferencia de Paulo, de querer deixar o corpo e ir para o céu, além de ser apenas um sentimento interno, tinha consequências práticas na vida dele?  Próxima mensagem.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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