PREGAÇÃO

Que luz, que brilho, que glória! (Série 2 CORÍNTIOS 14 de 54)

2Co 4.3-6      59 minutos      31/08/2014         

Mauro Clark


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Terminamos a pregação passada supondo que alguém poderia perguntar a Paulo: “Mas se você é abençoado por Deus, tem autoridade apostólica, expõe a Verdade com tanta fidelidade, por que muitos não aceitam o Evangelho que você prega?”

 

É como se Paulo respondesse:

se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto

se: não é que Paulo duvidava, mas tem o sentido de “já que”.

 

nosso:

Como estava usando o plural “nós” desde o início, Paulo falou “nosso” aqui. Mas com certeza ele queria dizer “meu”, como fez em Rm 2.16 e outras.

Fico imaginando se seria o caso de Cristo dizer:

- Um momento, Paulo, seu não, MEU! Eu vim ao mundo, eu morri pelos pecadores, eu ressuscitei, etc.

 

Mas penso que seria exatamente o contrário: Cristo ficaria alegre em ver Paulo chamando de “meu” o Evangelho dEle, Cristo.

Afinal, Cristo havia dado a Paulo o Evangelho, no sentido de tê-lo salvado com o Evangelho e tê-lo convocado para dedicar a vida inteira pregando aquele Evangelho.

E mais: Cristo enviou o Seu Espírito para inspirar Paulo a escrever para o mundo boa parte do Evangelho, no sentido de doutrina cristã.

Além do principal divulgador, Paulo tornou-se o grande teólogo do Evangelho.

 

- Mas, se Paulo chamava o Evangelho de “meu” por ter sido salvo pelo Evangelho e divulgar o Evangelho, então eu poderia também chamar o Evangelho de “meu”?

 

Claro! Talvez não com o peso com que Paulo dizia, mas com certeza seria apropriado. 

E creio que isso também traria alegria a Cristo.

Aliás, quanto maior fosse esse “meu” dentro do seu coração, maior a alegria de Cristo.

Seria uma indicação de que você não apenas entendeu, mas ADOTOU para si o Evangelho dEle.

De hoje em diante, ao ouvir “Evangelho”, pode pensar: “Puxa, esse Evangelho é meu!”

 

... EVANGELHO: todo o ensino bíblico, com ênfase no NT, com a boa notícia da Nova Aliança no sangue de Cristo.

 

... está ENCOBERTO: ocultar, esconder.

No cap. 3 Paulo já falara de embotamento espiritual, como um véu sobre o coração dos judeus que não entenderam o ministério e a Pessoa de Cristo, que cumpriu e deixou para trás a Nova Aliança.

Agora ele volta a tocar nesse ensino bíblico fundamental: a incapacidade de entender a pregação da Palavra de Deus.

 

Antes ele falara apenas dos judeus. Agora abre o leque:

... é para OS QUE SE PERDEM que está encoberto

perder: grego αποολλυμι apollumi: lit.: destruir fisicamente, perder; met.: condenar à miséria eterna do inferno.

(Curiosidade: Ap 9.11: Απολλυων Apolluon: “O Destruidor”, o anjo das profundezas do inferno).

 

O “leque” que Paulo abriu é do tamanho da humanidade, pois todos nascem perdidos.

Ou seja, o entendimento da revelação da Palavra de Deus está encoberto a todo ser humano que nasce: Rm 3.11; 1Co 2.14

Em outras palavras: não é por algum defeito que o Evangelho não brilhou para esses.

É por “defeito” deles!

 

Paulo faz agora uma revelação fantástica, dessas que só mesmo sendo revelada diretamente pelo Espírito de Deus.

v.4

o deus deste século (NVI: era) cegou o entendimento dos incrédulos

É o diabo, que Jesus chamou de “príncipe deste mundo”: Jo 12.31; o maligno: 1Jo 5.19

 

... incrédulos: que não crêem.

Esses “incrédulos” são os mesmos “que se perdem” do v.3.

Quem não crê em Deus está perdido.

 

A afirmação causa arrepios: o diabo interfere nas mentes das pessoas, que já nascem sem entendimento espiritual e, de alguma forma misteriosa, cega o entendimento delas à medida que vão adquirindo consciência e as mantém cegas durante toda a vida.

 

E mais: ele tem um propósito altamente maligno e perverso para agir assim:

para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus

A ideia é: quando o Evangelho é pregado ou mesmo vivido pelos crentes, é como se uma luz fortíssima brilhasse intensamente no mundo.

Se pudesse, o diabo teria impedido, desde o início, que essa luz brilhasse.

E bem que procurou, ao tentar desviar Jesus da cruz, com as tentações.

Se Jesus houvesse pecado ou desistido de morrer pelos pecadores, não haveria nenhum Evangelho para pregar, nenhuma luz para brilhar.

Mas Jesus não pecou e nem desistiu da cruz.

E Ele mesmo anunciaria a luz ao povo (judeus) e aos gentios: At 26.23

Aliás, Ele próprio era a Luz do Mundo e tinha de brilhar para todo o mundo: Is 49.6

E sendo a própria imagem de Deus, Jesus é um Ser divino e cheio de glória.

 

Paulo aproveita para esclarecer:

Ler v.5

Como se dissesse: “O Evangelho que eu prego não é para o meu proveito ou honra ou fama. Sou apenas um servo de vocês, por amor a Jesus. Tudo é por Ele. E fique claro: o centro desse Evangelho é Jesus Cristo, que é o Senhor, é Deus!”

 

Voltando:

Como não pôde impedir que Cristo realizasse a obra de salvação e brilhasse , então Satanás interfere diretamente na mente das pessoas, para que continuem sem condições de ver a luz brilhando.

E pensar que muitos não crêem nem que o diabo existe e fazem piadas com ele!

 

Agora vem algo espetacular, de tirar o fôlego:

v.6:

Porque Deus, que disse: Das trevas resplandecerá a luz, ele mesmo resplandeceu em nosso coração, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo

Notem as palavras: resplandecer, luz, resplandecer novamente, iluminação, glória.

Acho que este é o versículo mais iluminado, mais resplandescente da Bíblia!

Contraste evidente com os termos sombrios e com a escuridão dos versículos anteriores: “encoberto, perdido, cegar, incrédulo, não resplandecer”.

 

O ensino é: em alguns perdidos e cegos, o mesmo Deus que criou o mundo fazendo a luz brilhar na escuridão inicial, esse mesmo Deus intervém poderosamente e Se revela no coração, com Sua luz resplandecente e ilumina a mente do pecador para que passe a conhecer a glória de Deus.

E essa glória de Deus é exibida de maneira clara, específica, na face de Cristo, ou seja, na Pessoa de Cristo.

 

Só que o ouvinte - perdido, incrédulo e cego pelo diabo - não entende.

Para ele, Cristo é um homem estranho talvez até louco, ou um político desastrado, ou um profeta bonzinho, ou um perigoso impostor, qualquer coisa, menos o que realmente Ele é: a imagem do próprio Deus!

Se não houvesse interferência externa de Deus no coração, e cada pessoa fosse deixada por si mesma, todos nasceriam perdidos, viveriam perdidos e cegos pelo diabo, e morreriam perdidos.

 

Pois aí está o resumo da resposta de Paulo: “De fato, o meu Evangelho, que é centrado no glorioso e Senhor Jesus Cristo, está encoberto para os incrédulos, vítimas do diabo que os mantém cegos e perdidos. Mas Deus resplandeceu no coração de alguns, que, iluminados, passaram a conhecer a glória de Deus, na Pessoa de Cristo”.

 

Que maravilha, irmãos, termos sido alcançados por tamanha misericórdia, e recebido visão para enxergar a glória de Cristo.

E você, amigo, seja humilde, reconheça a sua cegueira e peça a Deus que se digne resplandecer em seu coração também!

 

Que Deus nos abençoe a todos. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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