PREGAÇÃO

Ser benigno incomoda alguns? Continue sendo!

Lc 13.10-17      65 minutos      03/01/2021         

Mauro Clark


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v.10

Ensinava: quando pensar nas atividade de Jesus durante o Seu ministério, não lembre apenas das curas e milagres. Pense também no ensino.

Os milagres davam apoio ao ensino, mostrando que o poder de Deus estava com Ele e, portanto, os ensinos eram verdadeiros.

Aqui Ele ensinava numa sinagoga, num Sábado (dia do descanso, não podia trabalhar).


v.11

Surge uma mulher com um problema físico crônico e demorado: encurvada, há 18 anos.

sem de modo algum poder endireitar: ênfase na gravidade da doença.

É implícito que ela havia feito de tudo para se livrar do terrível mal.

Veja o diagnóstico que o médico Lucas deu: doença causada por possessão demoníaca.

Muitos diriam que esse diagnóstico era vago e impreciso em termos clínicos, porque a medicina da época era pouco desenvolvida.

Como Lucas não sabia o que era, disse que era espírito maligno.

Seria como dizer hoje que os médicos diagnosticam stress quando não conseguem encontrar um problema físico.

Mas não foi o caso: Lucas sabia exatamente o que estava ocorrendo e Jesus confirmou.

 

v.12

Detalhe curioso que não deve passar desapercebido.

Nos milagres, o comum era a pessoa necessitada tomar a iniciativa junto a Cristo:

* Cego Bartimeu: gritava, cada vez mais alto, pedindo compaixão – Mc 10.47-48

* Mulher hemorrágica: veio por trás e tocou-lhe a gola. – Lc 8.44

* Mulher siro-fenícia: prostrou-se aos Seus pés – Mc 7.25

Aqui, não vemos a mulher encurvada fazendo algo para ser curada. Ela nem pediu!

Grego: lit. “eis uma mulher”. Ela apenas estava ali!

Jesus toma a iniciativa de chamá-la e comunicou que ela estava livre daquele mal.

Gr.: “te livraste do teu mal”. Tempo perfeito: ação completa, mas ainda atuante.

Não que ela seria livre em poucos momentos, quando Ele impusesse as mãos sobre ela.

Ela já havia sido liberta e continuava completamente livre.

Este caso é o que melhor reflete um aspecto muito importante do processo de salvação: a questão de quem toma a iniciativa.

Pela Bíblia: Deus sempre toma a iniciativa de salvar: Rm 8.29-30; Jo 15.16; 1Jo 4.10,19

Ninguém pode dizer que está salvo porque resolveu ser salvo e deu o primeiro passo.

Isso é Deus quem faz. Homem algum jamais daria por si só, o primeiro passo.

Quem está morto não dá passo nenhum!

O fato de Deus tomar a iniciativa mostra o amor dEle pelos pecadores: Rm 5.8

Só isso deveria deixar a humanidade grata a Deus!

 

Duas perguntas poderiam ser feitas:

1) E os casos em que os doentes procuraram Jesus? Contradizem essa doutrina?

Não. São bons exemplos da participação humana no processo da salvação: o homem deve se esforçar, buscar, pedir, não se acomodar (tipo “Deus, se quiser, que me salve”).

Mas quando cada pessoa pediu a Cristo por ajuda, já havia tido um trabalho de Deus dentro daquele coração, levando-o naquela direção.

Da mesma forma, quando alguém procura salvação, já houve trabalho interior de Deus.

 

2) Uma vez que a mulher não pediu para ser curada, teria sido o caso de Cristo tê-la curado à força?

De jeito nenhum! Ele não força ninguém. Se Cristo soubesse que ela não iria aceitar a intervenção dEle, ela teria ficado encurvada até morrer.

Da mesma forma ocorre na salvação. Deus toma a iniciativa e dá a fé que salva, mas sem violentar. Existe algum crente aqui que foi salvo à força?

 

v.13

Jesus impôs as mãos: gesto simbólico para dar certa formalidade ao milagre e caracterizar de forma visível o que já havia sido determinado.

Conforme Ele mesmo já dissera, a mulher já estava livre do mal.

Tudo foi bem rápido: Ele anuncia a cura, impõe as mãos e ela imediatamente se endireita.

E ela sai reclamando: “Quem pediu para ser curada? Fui curada à minha revelia. Quero os meus direitos!” – certo? Exatamente o contrário:

… e dava glórias a Deus: E poderia ser diferente?

Ótimo exemplo para quem não entende porque os crentes gostam tanto de falar de Cristo.

É tão natural um salvo por Cristo se alegrar, quanto a mulher sair dando glórias a Deus.

Detalhe: a mulher foi curada de um mal físico.

O salvo é curado de um mal que o levaria ao inferno.

Continuando, além da mulher, todos ao redor ficaram dando glórias a Deus, correto?

Ah, se fosse!

 

v.14

O chefe da sinagoga ficou indignado com o que Jesus fez, porque foi no Sábado.

Era como se Jesus tivesse trabalhando e, assim, desrespeitando o dia de descanso.

A reação de Jesus foi muito forte:

 

v.15-16

Observe o plural: hipócritas.

Não só o chefe da sinagoga, mas outros judeus ali que estavam com a mesma atitude (certamente muitos deles eram escribas e fariseus).

Por que hipócrita (fingido, falso)?

Ao se mostrarem chocados, passavam imagem de que eles não fariam nada parecido.

Só que essa imagem era falsa, porque faziam, sim.

E algo muito menos nobre: dar água para um boi ou jumento.

Além da hipocrisia, eles mostraram mais dois procedimentos ruins:

1) Incoerência: se assim agiam, é porque não viam nenhum problema em alguns tipos de atividades no Sábado.

E se não havia problema em dar de beber a um boi, porque acusam Jesus de dar a saúde para uma pobre mulher, vítima de Satanás, sofrendo há 18 anos da coluna?

... filha de Abrãao: ou valorizando-a por pertencer ao povo de Deus ou indicando que ela tinha fé em Deus.

Em suma: o chefe da sinagoga e os que  pensavam como ele, estavam exigindo de Cristo um procedimento que eles mesmos não tinham. Estavam sendo incoerentes.

2) Falta de amor pela mulher: é tão evidente que não preciso explicar.

 

Tenha cuidado com esses 3 perigos, sempre ameaçadores:

1) Hipocrisia – passar a imagem diferente do que realmente é.

2) Incoerência – condenar alguém por um comportamento semelhante ao seu.

3) Falta de amor – quando você for tentado a dar mais importância a regras e preservar instituições do que ao bem estar das pessoas.

É importante manter regras boas e preservar as instituições, mas sem nunca esquecer de que Deus está muito interessado na maneira como você trata o próximo, ao fazer isso.

 

v.17

Com as Suas palavras duras e sábias, de raciocínio cristalino, Jesus desconcertou os Seus adversários, que ficaram envergonhados.

Mas o povo em geral se alegrava por tantas coisas gloriosas que Jesus fazia.

Se você tiver de ser criticado por alguém hipócrita, incoerente ou de pouco amor, não deixe de fazer o bem e ajudar no que for possível, seja de que forma for: materialmente, psicologicamente, espiritualmente.

Que Deus nos abençoe.

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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