PREGAÇÃO

Um Natal sofrido e espetacular

Mt 1.18-25      48 minutos      25/12/2012         

Mauro Clark


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18 Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. 19 Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. 20 Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. 22 Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta:    23 Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). 24 Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. 25 Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus.
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Hoje comentarei o nascimento de Cristo envolvendo a participação de José.

 

v.18

desposada: espécie de noiva, embora mais forte.

Situação muito constrangedora para José: a noiva, que supunha virgem, aparece grávida.

 

Voltemos um pouco no tempo.

O anjo Gabriel tinha aparecido a Maria e avisado que ela ficaria grávida (Lc 1.31)

Logo depois da revelação Maria foi a casa de sua prima Isabel, que estava com 6 meses da gravidez de João Batista (Lc 1.36-40)

Tudo indica que Maria não falou a José sobre a gravidez anunciada pelo anjo.  

 

Maria ficou 3 meses com Isabel e depois voltou para casa (Lc 1.56)

Pode ser que começa exatamente aí a narrativa de Mateus.

Quando Maria voltou com 3 meses de gravidez, José logo notou que estava grávida.

Mesmo assim parece que não houve diálogo entre eles.

 

Imaginem o sofrimento de José:

* mistura de decepção com recusa em aceitar a realidade

* pensamentos sobre a sua reputação e dignidade perante a sociedade

* casamento por água abaixo

 

v.19

José estava com um terrível problema. Como enfrentá-lo?

* Aguardar por um flagrante e apedrejar o casal adúltero?

* Repudiá-la publicamente?

 

Não. José não era disso.

Aliás, ele foi qualificado de um modo que poucos homens na Bíblia tiveram o privilégio:

justo: não sem pecado, mas com um relacionamento correto com Deus.

Homem de fé e obediência.

 

Além dele (e obviamente de Jesus): Abel, Noé, Jó, José de Arimatea.

Pois José era homem desse peso.

Sua reação seria compatível com o seu andar correto.

Apesar de se achar traído por Maria, ele não iria humilhá-la e nem queria briga.

A solução mais pacífica que encontrou foi deixá-la secretamente.

 

Paremos um pouco aqui.

À primeira vista parece estranho que o Filho de Deus estivesse vindo ao mundo causando um problema familiar tão grave.  

Talvez o razoável fosse exatamente o contrário: que aquele nascimento fosse cercado de coisas boas, proporcionando uma aproximação ainda maior entre aquele jovem casal.

De fato, olhando por alto, parece estranho.

Mas quando se examina com cuidado, a realidade é bem diferente.

 

Geralmente Deus se relaciona com os que O amam, mesclando bênçãos com provação.

As provações têm o propósito de fortificar o crente, para que ele possa servir a Deus ainda com mais eficiência.

 

José estava no momento mais delicado da sua vida.

O maior milagre da história da humanidade estava acontecendo dentro da sua casa, dentro do ventre da sua noiva!

 

Mais alguns meses e estaria nascendo no seu lar uma criança que seria o próprio Deus feito homem!

Além do aspecto curioso e fantástico do caso, surgiriam várias conseqüências que afetariam radicalmente a vida de José:

 

* a Criança seria ferozmente perseguida por Herodes. José teria de protegê-la.

* o Menino teria de ter as instruções normais nos primeiros anos de vida. José seria o responsável direto, já que ele seria o pai legal de Jesus.  

* Maria ficaria com má fama para alguns (Jo 8.41). José teria de suportar aquilo e proteger Maria.

* Essa fama de Maria iria também atingi-lo diretamente, pois ele era o marido “traído”.

 

Em suma: Deus queria fazer de José um gigante espiritual e para isso teria de exercitá-lo.

E nada melhor para crescer na fé do que um grande problema.

Ah, e como era grande o problema de José!

E como homem justo, a sua atitude, mesmo dentro de profunda tristeza e decepção, foi tranqüila, mansa, pacífica.

 

v.20-21

Quanto maior o trator, maior a estrada que ele abre.

Quanto maior a provação, maior o canal de comunicação com Deus que abre, e maior a quantidade de bênçãos que fluirá deste canal.

 

Agora chegara a hora de José receber a sua benção.

E ela vem na forma de uma revelação espetacular em que um anjo aparece num sonho.

Espetacular não apenas na forma, mas principalmente no CONTEÚDO .

 

O anjo confirma a gravidez de Maria.

Mas a Criança não tinha sido gerada por um homem, mas pelo próprio Espírito Santo.  

Por isso, o menino não seria um homem comum, mas (conforme Mt e Lc) seria chamado Filho do Altíssimo, Rei eterno, um Ente santo, Filho de Deus.

Iria salvar o mundo dos seus pecados, ou seja, seria o Salvador do mundo.

Por isso seria chamado Jesus - tradução do grego Iesous, que traduz Joshua do hebraico: Jeová salva.

 

CONTRASTE entre o que José naturalmente estava pensando e o que era a realidade:

* em vez de esposa infiel, tinha uma mulher bendita dentre todas as mulheres do mundo.

* em vez de marido traído, ele se via altamente privilegiado por ter sido encarregado de
  cuidar, proteger, instruir aquela criança tão especial.  

* em vez de um filho ilegítimo, proveniente de adultério, sua mulher daria à luz o próprio Filho de Deus, o Salvador.

Agora, com a revelação, tudo estava devidamente esclarecido.

 

Observação: Mesmo que tudo isso não tivesse sido revelado, Deus estaria sendo maravilhoso com José da mesma maneira.

A revelação permitiu a José conhecer os fatos, aliviar-se e seguir as instruções.

 

Deus não nos revela e explica cada detalhe das provações que nos faz.

Muitas vezes no meio do sofrimento, procuramos uma resposta lógica, mas não achamos.

Só que isso não significa que Deus está nos maltratando ou desprezando.

Ele é bom de qualquer maneira, quer explique, quer não.

 

E como normalmente Ele não explica mesmo os detalhes (os princípios estão na Bíblia), precisamos exercitar a nossa fé e confiar plenamente nEle.

E com base nessa confiança, tomarmos atitudes de submissão e fidelidade.  

 

José só recebeu a revelação DEPOIS de mostrar ATITUDE correta diante do caso.

A provação dele foi tão DURA e REAL como as que passamos.

 

v.22-23

Aquele nascimento fora predito 700 anos antes.

Deus conosco: divindade da Criança. O próprio Deus entre nós.

 

v.24

fez como lhe ordenara

Veja a OBEDIÊNCIA de José.

O que adiantaria ter recebido uma bela revelação para depois não obedecer?

 

Muitos conhecem bem a revelação de Deus nas Escrituras, até elogiam, dizem que crêem estar ali a Verdade, mas NÃO OBEDECEM!

 

v.25

Maria permaneceu virgem até nascer Jesus. Depois, vida conjugal normal.

 

pôs o nome de Jesus

Novamente obediência de José e de Maria, pois ambos tinham recebido a mesma ordem, em revelações diferentes.

 

Você tem aceito que:

* aquela Criança (depois Homem), era Salvador de todos os que Lhe pedem salvação?

* Jesus era homem como nós, mas sem pecado algum, ou seja, um Ente santo?

* Jesus era o próprio Deus entre os homens?

 

Caso tenha dificuldade de reconhecer isso, o Natal, para você, não passa de uma gigantesca festa social. Que desperdício!

 

Mas para os que conhecemos a salvação dEsse maravilhoso Filho de Deus, o Natal é uma ocasião muito especial, pois nos lembra aquele nascimento tão vital para nossa vida.

 

E que o justo José, o seu andar com Deus, seu sofrimento, seus cuidados com a esposa, sua mansidão, sua obediência, que tudo isso nos sirva de exemplo em nossas vidas.

Inclusive lembrando que, como o Natal de José, a própria vida aqui pode ser sofrida, mas com Deus e Cristo no centro, sempre será espetacular.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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