PREGAÇÃO

Um time de primeira (Série COLOSSENSES 30 de 30)

Cl 4.7-18      63 minutos      01/10/2017         

Mauro Clark


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Paulo chega ao final da sua carta.

E nos brinda ao abrir uma janela pessoal - do ministério e dos seus próprios sentimentos.

Quanto ao ministério, a primeira coisa que surpreende é o tamanho da sua equipe!

Cita nominalmente nada menos que oito ajudantes.

Quase cada um vem com uma avaliação carinhosa.

 

v. 7-9
Começa citando dois discípulos, os quais iriam entregar pessoalmente a carta.
Tíquico, irmão amado, fiel ministro (diácono) e conservo no Senhor
Conservo
: mesmo sendo um apóstolo e o líder de Tíquico, Paulo reconhece que era simplesmente um colega dele, no sentido de que ambos eram servos do mesmo Senhor.

Valiosa lição para os líderes, nesse bela e humilde atitude.

 

Onésimo, o fiel e amado irmão, que é do vosso meio
Esse é o famoso Onésimo, alvo de um livro do cânon, a carta a Filemon.

 

A missão tinha dois propósitos:
1. Dar conhecimento da nossa situação (v.8a)... vos farão saber tudo... (v.9)

Ou seja, informar.

2. ... e de alentar o alentar o vosso coração
alentar
: παρακαλεω parakaleo: chamar para perto, visando, confortar, aconselhar, etc.

 

Note que o primeiro objetivo poderia ser feito pelo correio, numa carta detalhada.

Mas vem o segundo, alentar, consolar, que não teria correio que resolvesse.

 

Veja a preocupação de Paulo de não apenas mantê-los informados, mas confortados. Detalhe: Paulo não havia fundado a igreja em Colossos, nem havia estado lá!

Mesmo assim, estava ligado com o bem-estar dos irmãos que nem conhecia.

 

Outra lição. Em primeiro lugar, para pastores, missionários e líderes em geral, se preocuparem também com crentes de outras igrejas - orando, pregando, divulgando o trabalho, fazendo parte de ministério para-eclesiásticos (seminários, missões, etc).

Mas também para cada crente, orando, se correspondendo, etc.

 

v.10-14
Seis nomes de discípulos que estavam lá, em Roma, saudando os irmãos de Colossos.
Aristarco, prisioneiro comigo
É o único indicado como estando preso juntamente com Paulo.


Marcos, primo de Barnabé (sobre quem recebestes instruções... aconhei-o)
Esse é João Marcos (autor do Evangelho de Marcos).

Participou do início da 1ª. viagem missionária, mas logo retornou (14 anos antes).

Na 2ª. Barnabé queria leva-lo, Paulo recusou, os dois brigaram e se separaram.

Não sabemos quando Paulo reatou com Marcos.

Agora, vemos novamente Marcos com Paulo em Roma, pensando também ir a Colossos.

Acolhei-o: talvez houvesse alguma dúvida sobre Marcos.

 

Jesus, conhecido por Justo.
Esses três eram os únicos judeus que estavam ajudando Paulo no ministério.

... lenitivo: παρηγορια paregoria: consolo, alívio, mitigação (entre outros).

 

Você tem sido “elixir paregórico” para alguém?


Epafras, que é dentre vós, Servo de Jesus Cristo...

É impressionante como as orações de Epafras pelos irmãos de Colossos tocaram Paulo, a ponto de ele destacar três pontos sobre elas:

a. Intensidade, das orações: ... esforça sobremaneira αγωνιζομαι agonizomai: lutar

b. Frequência: ... continuamente

c. Alvo: para que vos conserveis perfeitos e ... convictos em toda a vontade de Deus

Não se refere a saúde, emprego, etc (devia incluir isso, mas não como prioridade)

 

Curioso é que Paulo sabia o conteúdo da oração de Epafras! Como?

Ou porque Epafras contava a Paulo ou orava alto, talvez numa roda de oração.

Você compartilha algo das suas orações? E tem orado com irmãos?

 

Paulo ainda tinha mais uma coisa a dizer de Epafras:

... muito se preocupa por vós, pelos de Laodicéia e pelos de Hierápolis

Não era apenas Paulo que se preocupava com as igrejas, mas homens como Epafras, com o coração totalmente voltado para a obra de Cristo.

Era um homem especial. Paulo fala muito mais dele em Filipenses (2.25-30).

 

Lucas, o médico amado
Segundo evangelista ao lado de Paulo! E também autor de Atos.


Demas
Aqui nenhuma palavra. Em Fm 24 o chama (com outros) de “meu cooperador”.

 

v. 15:

Paulo se refere a pessoas que queria saudar:

Irmãos de Laodicéia

Ninfa e à igreja que ela hospeda em sua casa

Você hospeda ao menos um grupo de estudo bíblico em sua casa?

 

v.16:

Permuta entre as cartas à igreja de Colossos e a de Laodicéia.

Detalhe: a carta aos Colossenses entrou no Cânon, à de Laodicéia, não!

Por que? Vontade soberana do Espírito Santo.

 

v.17

Recado a Arquipo, filho de Filemon (chamado em Fm 2 de “companheiro de luta”):

atenta para o ministério que recebeste do Senhor, para o cumprires

Não sabemos o motivo dessa exortação, mas alguma coisa precisava ser melhorada.

O fato é que foi via igreja, como se dissesse à igreja: “Cobrem dele”!

 

Ministério cristão é algo muitíssimo sério e precisa ser acompanhado de perto pela igreja.

 

v.18

Na despedida, assinada pelo próprio Paulo, um pedido muito pessoal:

Lembrai-vos das minhas algemas

Alguns acham que era uma lembrança à autoridade que tinha.

Outros (como eu), que estava pedindo que orassem por ele.

E talvez até algo mais que isso: revelando que estava sofrendo.

Por mais “up” que fosse, por mais que animassem os outros, ele tinha suas fragilidades e também precisava de apoio, de simpatia, de dividir o peso.

E pedia que sofressem com ele, chorassem com ele, dividissem a carga, mesmo longe.

 

Temos vários irmãos e irmãs, com famílias, filhos, que estão hoje muito longe com o único propósito de pregar o Evangelho. E muitos em países hostis.

Além do apoio financeiro, lembre-se dos sofrimentos deles, orem, escrevam, perguntem, mostrem algum interesse.

 

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Encerro com uma verificação interessante:

Quatro anos depois de escrever Colossenses, Paulo estava novamente preso, novamente em Roma e novamente escreveu uma carta (desta vez a Timóteo, 2Tm).

E dos oito nomes citados naquela época, ele volta a citar quatro (2Tm 4.9-12)

Vale a pena comparar as duas situações de cada um:

 

* Tíquico: Quanto a Tíquico, mandei-o até Éfeso. Ainda em plena atividade

* Lucas: Somente Lucas está comigo. Firme, ao lado de Paulo.

* Marcos: Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério

Firme, fazendo algum trabalho fora de Roma, mas fazendo muita falta a Paulo.

Exemplo clássico de reconciliação após crise grave no início do ministério deles.

 

* Demas: Porque Demas, tendo amado o presente século, me abandonou e se foi para Tessalônica

Única nota destoante.

Não diz que se desviou da fé, que abandonou Cristo, mas abandonou Paulo, deixou de trabalhar com ele.

E não para se envolver em outro ministério, mas para algum trabalho secular.

Não significa que todo crente que trabalhou no ministério esteja errado ao voltar para trabalhar no mundo. Mas que causa estranheza, é fato. Cada um se avalie.

O ideal é entrar, envolver-se cada vez mais, se apaixonar e lá servir enquanto tiver forças.

 

Que Deus nos abençoe com tantas lições neste trecho, e em toda a carta. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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