Nosso foco será apenas no v. 30.
Em vez de ficar enciumado com o aumento da popularidade de Jesus, João diz:
Convém que Ele cresça e eu diminua.
Regredir em plena atividade é uma atitude até compreensível para alguém com 70 anos, mas não com 30!
Do ponto de vista do mundo, é uma atitude estranha, meio louca.
No mundo, o normal é querer mais para si – dinheiro, fama, poder, glória.
Mas João Batista estava servindo ao reino de Deus, não ao mundo.
Anunciara o Messias. O Messias chegara. A missão de João Batista terminou!
Dali para frente ele deveria diminuir e Jesus crescer.
Que exemplo excelente para aplicarmos ao princípio da diminuição do crente versus crescimento de Cristo na própria vida.
O crente precisa diminuir a ambição pessoal, na sede de poder, no desejo de elogios.
Em suma, um encolhimento do ego carnal. Mt 16.24; Fp 2.3
Aliás, é mais do que encolhimento, é a morte da carne: Gl 5.24.
Só que, no ponto de vista do crente, essa morte é na intenção, pois a carne ainda está viva: Cl 3.5.
E infelizmente não morrerá enquanto não formos para o céu.
Mas a luta contra ela é para ser ferrenha, com inconformação por ela ainda existir.
Paulo tinha essa inconformação e maltratava muito a sua carne: 1Co 9.25-27; Rm 8.13
Quanto à questão do ego pecaminoso, o crente deve se esforçar em ser o menor, aquele que serve, que não busca a primazia.
Jesus deu exemplo disso, embora Ele seja o maior, e tenha a primazia! Mt 20.25-28
Exatamente o oposto ao que ocorre no mundo.
* O mundo aprova alguém pelo que tem, cresce, domina.
* Deus aprova alguém pelo que abre mão de si, se humilha, diminui, ama, se dá.
É um crescimento ao contrário!
Duas coisas sobre essa diminuição:
1) Não significa se despersonalizar, tornar-se passivo, buscar a insignificância, fazer questão de ser desconhecido, desinteressado nas coisas.
No desenrolar da sua vida e do seu serviço a Cristo, o crente deve ativo e vigoroso o mais que puder, usando toda a sua...
* Força de vontade, capacidade de resistência – para não pecar: 1Pe 5.8-9
* Determinação - em praticar boas obras: Gl 2.10 (“me esforcei”: gr.: fazer com diligência)
* Inteligência: para estudar, se educar na Palavra de Deus: 2Tm 3.16
* Força de argumentação para pregar, explicar a fé. 1Pe 3.15
Em suma, buscar a máxima EFICIÊNCIA no serviço a Cristo.
E como Paulo buscava essa eficiência! 1Co 9.22b; Fp 3.13-14
O crente deve se sobressair mais do que antes, já que agora é luz do mundo: Mt 5.14-16
Portanto, não se trata de diminuir de qualidade, de trabalho, de esforço, de visibilidade.
2) Dá lugar a algo maravilhoso: Cristo ser formado em nós - Gl 4.19.
O que significa isso? É o efeito da influência benigna do Espírito dEle em nós, que nos torna cada vez melhores imitadores de Cristo.
Essa influência nos faz deixar para trás a corrupção e nos leva ao aperfeiçoamento dos nossos alvos, planos, ideias, serviço, de todo o nosso ser!
O alvo final é ficarmos conforme a imagem dEle: Rm 8.29
Duas lições sobre o crescimento em Cristo:
1) Gl 2.19-20: O ponto de partida dessa maravilhosa escalada é compreender que a vida própria, pecaminosa, egoísta, ficou para trás.
2) 2Pe 1.3-8:
* É diretamente associado com o se livrar das paixões carnais.
* Ocorre simultaneamente com a prática de as virtudes cristãs
* Produz serviços cheios de frutos para Deus
À medida que Cristo cresce em nós, pessoas observam e terminamos contribuindo para que Ele se torne mais conhecido, mais adorado, glorificado no mundo.
E assim estaremos fazendo exatamente o que fez João Batista.
Podemos ser sábios, brilhantes, cultos, gênios, desde que usemos tudo para o engrandecimento de Jesus, não o nosso.
Paulo fez assim. Aliás há uma declaração que ele, com outras palavras, ele diz basicamente o que João Batista falou: 1Co 2.1-2.
Espero que você adote o mesmo princípio: “Eu diminuo, Cristo cresce!”
Que Deus nos abençoe. Amém