1Jo 1.3-7 65 minutos 20/03/2022
Mauro Clark
Cap. 11 pode ser dividido em 2 partes, entrelaçadas.
1a.: Reclamação do povo e a resposta de Deus. Vimos semana passada.
2a.: Moisés reclama do peso e a resposta de Deus.
Hoje veremos a reclamação de Moisés e na próxima pregação, a providência de Deus.
v. 10-15
Moisés ouve a reclamação e o choro do povo. A ira de Deus se acende.
Tudo pareceu muito grave para Moisés, que explode numa oração longa e amarga.
Talvez oração mais amarga e dura registrada na Bíblia.
Moisés reclama que Deus colocou sobre ele uma carga extremamente pesada: cuidar de um povo rebelde, como se cuida de criança.
Com um detalhe: ele não era o pai daquela “criança”.
A insinuação é óbvia: “Senhor, tu geras o povo, és Pai dele, faz promessas e eu é que tenho de levar o povo no colo?”
Parece que Moisés ainda não havia entendido o princípio de que Deus quer que os filhos dEle cuidem uns aos outros.
E exige de alguns mais responsabilidade nessa tarefa.
Apesar da diferença de situação, há um contraste de Moisés com Paulo.
Paulo compreendeu corretamente o peso da responsabilidade, a ponto de dizer que:
* gerou pessoas - Fm 10
* se considerava como mãe dos crentes das igrejas - Gl 4.19
* estava pronto para dar a própria vida por eles - 1Ts 2.8
* desejava muito poder reparar a deficiência da fé deles: 1Ts 3.10
Achava natural que tinha de carregar o peso das igrejas que fundara: 2Co 11.28-29
Nunca o vimos reclamar a Deus desse peso.
Ao contrário: irmãos eram a glória dele: 1Ts 2.19-20
Se Paulo tinha um segredo, aqui está: compreendeu que levar a carga dos irmãos não era particularidade dele.
Todos deveriam levar a carga de todos: Gl 6. 2
E mais: cada um deveria suportar os outros: Rm 15.1; Cl 3.13
Ele próprio fazia isso: 2Tm 2.10
Levar carga cansa. Dá vontande de reclamar.
Mas faz parte da vida cristã carregar o outro, suportar, aguentar.
E o peso aumenta à medida que cresce a responsabilidade do crente na igreja.
Jovem diretor da Mocid. Jr.: carga extra: reclamç. s/programas, críticas, etc.
Imaginem o peso sobre o pastor.
Às vezes a tendência é de pensar como Moisés e perguntar: “Senhor o que faço? Esse povo é Teu, igreja é Tua. Toma no Teu colo!
E o que cada um de nós deve fazer quando não estiver suportando a carga?
Correr para Deus: 1Pe 5.6-7
Mas não reclamando, se queixando, como Moisés!
Lembram que falei que murmúrio contamina?
Parece que Moisés foi contaminado: ouviu o povo reclamar e foi reclamar também.
Em vez da comida, queixou-se do ministério!
Na pregação passada alertamos contra o murmúrio pelas coisas da vida, em geral.
Hoje alerto sobre um tipo de murmúrio bem específico: contra o ministério, o serviço na obra de Deus.
Seja qual for, deve ser pesado. Não há serviço leve no trabalho de Deus.
Por outro lado, não há no Universo serviço mais NOBRE! Vibre com o seu serviço!
Moisés diz que não estava aguentando o peso e encara tudo aquilo como um mal que Deus fizera a ele.
Um mal? Parece que ele não conhecia o princípio de Rm 8. 28!
Aliás, Rm 8.28 é um caso típico de passagem que todo mundo sabe de cor, mas que pouco aprofundamos.
Aqui tem uma verdade simplesmente fantástica, que parece um sonho: nada que Deus faz conosco é mal. NADA!
Não podemos dizer isso de um pai, ou mãe, marido, irmão, filho, de ninguém.
Nós somos tão ruins, que mesmo querendo fazer o bem, às vezes prejudicamos (educação super-protetora, dureza excessiva, moleza excessiva).
Mas com Deus não é assim: Ele quer fazer o bem, e faz!
Às vezes é fácil provar isso. Mas às vezes é difícil: tragédias com crentes que não vemos onde está o bem e achamos que óbvio que aquilo é um mal.
Nesses casos, como podemos afirmar que é para o bem? Porque Deus disse! Só por isso. E isso é fé!
E Moisés, coitado, termina a oração pior do que começou: pedindo a morte: depressão!
Não é bom pedir a morte com esse espírito. Lembra Elias: 1Re 19.4
Deus sabe exatamente a hora de nos levar. Não precisa forçar a partida.
É diferente de dizermos que gostaríamos de nos encontar logo com ele, como Paulo fez: Fp 1.21-26
Ele também queria morrer, mas com outra atitude e por outro motivo: estar com Cristo.
E mais: ele sabia que a sua missão era tão nobre, que por outro lado, queria ficar.
Novo contraste com Moisés: Moisés queria morrer por causa do povo; Paulo queria não morrer exatamente por causa do povo!
Obviamente Moisés foi um gigante como servo de Deus, mas, como todos nós, era falho.
Nesses casos comentados, fiquemos com Paulo.
Que Deus nos ajude a suportarmos melhor uns aos outros, sem reclamar.
E a encararmos com mais alegria e disposição o serviço que Ele nos der – seja qual for esse serviço. Amém