Ex 33.7-11 39 minutos 13/06/2021
Mauro Clark
Vimos que Deus diz que não iria mais com o povo, apenas mandaria um anjo.
Parece que havia ao longe a possibilidade de reconsideração.
Moisés comunica, o povo se entristece e tira os enfeites, em sinal de contrição.
v.7
costumava tomar: idéia de algum tempo.
Não sabemos exatamente quanto tempo se passou do v.7 ao 11 - se dias ou semanas.
Tenda: não o tabernáculo, ainda nem começado e talvez até suspenso.
Talvez isso ocorreu enquanto o povo se preparava para partir, como Deus mandara.
O mais provável é que Moisés quisesse ganhar tempo, na espeança de que algo ainda viria da parte de Deus para mudar a situação.
Vejam a importância da visão de um líder, a sensibilidade para as coisas espirituais.
Não é à toa que tanto peço que orem por sabedoria por mim. Sinto o peso.
fora, bem longe do arraial
Parece que Moisés queria mostrar 4 coisas:
1. Deus não estava mais no meio deles, como já tinha dito.
2. Mesmo afastado, Deus continuava acessível.
Ao pecarmos, pode ocorrer do Espírito Santo se entristecer e “se afastar” de nós, ficar inoperante. Mesmo nessas ocasiões, Deus continúa acessível.
Sempre devemos buscá-Lo.
É engano pensar que Deus está tão ofendido que não quer mais se relacionar conosco. (Equivalente ao pensamento do descrente de que só se converterá quando pecar menos).
Veja o que a Bíblia diz a crentes em pecado: Tg 4.8-10
3. Ele próprio, Moisés, mostrou ostensivamente que continuaria buscando a Deus
Grande lição para os pastores: se a igreja estiver em pecado, coletivamente, o líder deve ostensivamente tomar a frente na busca e no tratar com Deus.
4. Quem quisesse, tinha inteira liberdade de também ir até à tenda adorar.
Moisés mostrou que o que ele fazia, qualquer um também poderia fazer.
Contrário do gnosticimo, onde o conhecimento dos mistério de Deus era limitado a alguns.
Carismatismo: só consagravam quem falava em linguas.
Ora, se alguém pudesse se fazer de superior, seria exatamente Moisés, a quem Deus se revelava de maneira especial.
De fato ele era autoridade, mas isso não impediu que ele deixasse claro: quem desejasse poderia buscar a Deus do mesmo modo que ele, exatamente no mesmo local (embora houvesse algumas diferenças).
O pastor da Igreja deve deixar claro que não tem nenhum acesso especial a Deus.
Todos podem ter do mesmo modo.
v.8-11a
Pela narrativa, parece que pouca gente ia até a tenda da congregação. A grande maioria ficava mesmo nas suas tendas.
Indo Moisés para a tenda da congregação, todos ficavam olhando em pé, até ele entrar.
Como tudo indica que ele entrava só, pode ser que pedisse que os outros saíssem.
Mesmo essa minoria é muito importante.
Mostrava que entre o povo havia quem realmente buscasse ao Senhor.
Uma coisa é estar arrependido, como o povo em geral estava.
Outra é tomar a iniciativa de buscá-Lo, querer a presença dEle, insistir em adorá-Lo.
Geralmente é uma minoria que sustenta espiritualmente uma igreja (mesmo igreja boa).
Não apenas na oração e adoração direta, mas também no serviço (que é consequência).
Certamente o ideal é que todos buscassem ao Senhor e o servissem com a mesma dedicação. E se assim fosse, teríamos uma outra igreja muito mais agradável a Cristo!
Cena dentro da tenda da congregação:
Parece que Moisés ficava só.
Deus descia e falava face a face, ou seja, conversando em frente a ele (não significa que Moisés via Deus face a face - v.20).
Nm 12.6-8 indica que Moisés devia ver alguma forma.
Seja como for, esta é uma revelação estupenda: Moisés conversando com Deus.
Caso único no VT: os profetas recebiam revelação através de visões.
Mas conversar com Deus, como dois amigos conversam, é caso único.
Como seria interessante saber o que Moisés e Deus conversavam!
Nem nós hoje, que somos habitação de Deus, novas criaturas, temos esse privilégio de conversar com Deus.
Sim, temos um relacionamento direto: dizemos o que queremos para Ele em oração e Ele nos transmite o que deseja, através do Espírito Santo.
Mas não era uma conversa presencial plena. Isso só no futuro: 1Co 13.12; Ap 22.3-4
Que privilégio tiveram os que viveram na época de Cristo: Viram a Sua glória, “como a do Unigênito do Pai” (mas a plenitude da glória divina dEle estivesse “escondida”).
Cena fora da tenda da congregação:
A nuvem pousava à porta da tenda, indicando que Deus estava presente lá dentro.
Vendo a nuvem, da porta das próprias tendas. os judeus se levantavam e adoravam.
Mesmo que o ideal é que estivessem lá na tenda da congregação, pelo menos adorar na porta de casa era melhor do que não adorar de jeito nenhum, como se estivessem desinteressados no que estivesse ocorrendo lá com Moisés.
Já falei que numa igreja são minoria os que adoram e servem a Deus mais intensamente.
A maioria, embora frequente, se envolve pouco com o trabalho da igreja, falam pouco de Cristo, se envolvem muito com as coisas da vida. etc.
Parece que preferem “adorar” de longe, sem buscar muita intimidade com Deus.
Certo que pelo menos é melhor acompanhar “meio de longe” do que se isolar e ficar indiferente com o que está ocorrendo com o reino de Deus.
Mas o ideal mesmo é que se envolvessem a fundo.
v.11b
Quando Moisés voltava para casa, deixava Josué lá. Josué não se apartava.
Alguns acham que ele apenas tomava conta da tenda.
Mas é mais provável que ficasse lá para a hipótese de Deus aparecer, como de plantão.
Se Deus aparecesse lá e não houvesse ninguém?
Moisés era muito ligado no estado espiritual do povo, preocupado com cada detalhe.
Era preciso restabelecer a comunhão de Deus com o povo e passar aquela crise.
O pastor deve pensar em tudo, cada oportunidade para melhorar a saúde da igreja.
E feliz do pastor que tem os seus “Josués”!
Que Deus nos abençoe. Amém