Cristo, o Confiável (Série 2 CORÍNTIOS 5 de 54)

v.18

Nos v. 17-18 Paulo havia comentado o absurdo de ser acusado tão duramente por haver mudado um plano de viagem. E pergunta de maneira retórica: se ele era homem de dizer sim e não ao mesmo tempo, ou seja, de duas palavras.

E partindo dessa questão da viagem alterada, trata sobre a palavra dele de maneira abrangente: a nossa palavra para convosco não é sim e não.

“Não explorem a minha mudança de um simples plano de viagem para acharem que tudo o que falei para vocês deve ser posto em desconfiança. Aliás, tomo a própria fidelidade de Deus como testemunha de que fui ordenado por Ele a lhes transmitir algo confiável e verdadeiro - o Evangelho.”

v.19

Ao falar da fidelidade de Deus e da importância de se ter uma só palavra, Paulo apela para o exemplo de Cristo. E faz uma rápida DIGRESSÃO.

Cristo Jesus ... não foi sim e não; mas sempre houve nele o sim

Jesus foi um homem totalmente confiável.

Nunca ensinou duas coisas, nunca duvidou de quem era, nunca hesitou no que ensinava.

Conforme os Evangelhos Sinóticos, quando ia dizer algo solene, Jesus começava com Em verdade vos digo...

João sempre dobrava a expressão: Em verdade em verdade vos digo

... em verdade: grego αμην amen = verdadeiramente, que assim seja.

STRONG: Amém é uma palavra memorável. Foi transliterada diretamente do hebraico para o grego do Novo Testamento, e então para o latim, o inglês, e muitas outras línguas. Por isso tornou-se uma palavra praticamente universal. É tida como a palavra mais conhecida do discurso humano. Está diretamente relacionada - de fato, é quase idêntica - com a palavra hebraica para “crer” (amam), ou crente. Assim, veio a significar “certamente” ou “verdadeiramente”, uma expressão de absoluta confiança e convicção.”

Jesus é tão confiável que Ele próprio é chamado de Amém: Ap 3.14 (vejam as duas palavras que descrevem o Amém: testemunha fiel e verdadeira)

Jesus não opinava, afirmava; não especulava, determinava.  É a própria Verdade: Jo 14.6

As palavras dEle não eram apenas bonitas e continham verdades: eram tão preciosas, tão poderosas que tinham o poder de levar à vida: Jo 6.63

Ele fazia questão de transmitir segurança nos discípulos, quanto ao que dizia: Jo 14.1-2.

Quando lhe pediam algo, dizia o que podia conceder e o que não podia: Mt 20.20-23

Seu padrão não admitia alguém com duas palavras, conversa dúbia: Mt 5.37

Exatamente do que Paulo estava injustamente sendo acusado.

v.20

Paulo conecta esse Cristo, tão expressão da Verdade, com as grandes promessas de Deus, que encontravam exatamente nEle, Cristo, o cumprimento: Lc 24.44; Gl 3.16

Tudo se concentra nEle. Os planos de Deus para a humanidade convergem em Cristo.

A própria criação foi feita por intermédio dEle e para Ele: Cl 1.15-19

Ele é o Alfa e o Ômega; o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim: Ap 22.13

É por isso que terminamos as orações “em nome de Jesus, amém”.

Não é mera fórmula, mas uma confissão de que cremos firmemente que tudo o que envolve Jesus Cristo é verdadeiro.

... também por ele é o amém para a glória de Deus, por nosso intermédio. (v.20)

NVI: Por isso, por meio dele, o Amém é pronunciado por nós para a glória de Deus.

É a 2a. vez que Paulo diz ... por nosso intermédio. (A 1a. foi no v. 19: “por mim, etc.”).

A idéia é clara: Paulo estava profundamente envolvido na proclamação de alguém tão verdadeiro como Cristo, a própria expressão da Verdade e em quem se concentram todas as promessas de Deus.

É como se Paulo dissesse: “Seria grande incoerência eu pregar alguém que é totalmente confiável, Cristo, e eu mesmo não ser”.

Doía muito em Paulo a acusação de não ter sido verdadeiro.

Se você fala de Cristo, diz que é discípulo dEle tenha cuidado no que fala, no que promete, mesmo um mero plano de uma viagem!

Se você se tornar não confiável, não está prejudicando apenas a sua imagem, mas a de Cristo também!

Parece que aqui há um desabafo de Paulo, tipo: “Foi bom para vocês terem ouvido falar de alguém tão maravilhosamente confiável como Jesus, não é? E depois terem conhecido melhor a Cristo, através de uma exposição clara e honesta. E depois terem se entregue a Cristo de coração, sendo beneficiados pela salvação dEle.

Agora deixe-me perguntar: Quem anunciou essa Pessoa maravilhosa a vocês? Quem lhes fez esse grande favor, lhes proporcionou esse valiosíssimo benefício? Fui eu próprio e meus dois companheiros! Como estão agora duvidando do meu caráter, da minha confiabilidade?”

Talvez constrangido, Paulo teve de lançar mão de algo muitíssimo importante que havia feito aos coríntios. Não há favor maior do que falar de Cristo a alguém.

Como se dissesse: Eu fiz isso a vocês. E agora é assim que me tratam?

Cada crente, se tiver a mínima noção da importância de uma conversão e senso de gratidão, vai ser muito grato e generoso com quem lhe levou a Cristo.

Paulo sentiu-se à vontade para “cobrar” isso também de Filemon: Fm 18-19

Não sei quanto a você, mas eu me sinto exatamente assim com o meu “pai na fé” - meu querido Haroldo Reiner.

Termino com 2 palavras ao não crente:

1) Sente falta de se relacionar com alguém totalmente confiável? Não perca mais tempo procurando. Só tem um: Cristo!

2) Valorize as pessoas que estão falando de Cristo para você. Elas lhe são muito mais valiosas do que talvez você pense.

Quanto a nós, crentes, sempre meditemos no quão verdadeiro é o nosso Salvador e, como consequência, a importância de nos tornarmos cada vez mais confiáveis.

Que Deus nos abençoe. Amém