1Co 11.17-34 é o texto mais detalhado sobre a Ceia nas Escrituras.
Uma parte desse texto (v.23-26) é muito conhecida: quase sempre lida nas Ceias.
O restante é praticamente desconhecido. Examinemos todo o texto, passo a passo.
Trecho de hoje: v.17.
Paulo deixa claro que está iniciando um assunto em que não pode elogiar os coríntios. Pelo contrário, irá repreender e exortar a que ajam corretamente.
O motivo: estavam se “ajuntando não para melhor, mas para pior”.
ajuntar e “reunir” (v. 18): mesma palavra.
Conforme o v. 20, refere-se aqui não a uma reunião qualquer, mas à Ceia.
Ou seja, os coríntios estava comemorando a Ceia de maneira errada.
Aliás, tão errada que a reunião estava sendo não para melhor, e sim para pior.
Não era um resultado neutro, mas negativo, gerando prejuizo para eles.
Melhor não comemorar a Ceia de maneira alguma do que daquela forma.
Exatamente em que eles estavam se reunindo para pior, na comemoração da Ceia?
Hoje não entrarei nos detalhes quanto aos coríntios especificamente.
Quero explorar essa questão do reunir para melhor e para pior, de modo geral.
Partindo do particular (Ceia), e generalizando (reuniões de outra natureza na igreja), podemos concluir que há duas maneiras de se reunir: 1) para melhor e 2) para pior.
1) Reunir para melhor
Reuniões em que há ganho espiritual dos participantes.
Os crentes crescem no aprendizado bíblico, no conhecimento das coisas de Deus, em sabedoria, no amor entre eles.
Em reuniões assim, todo o corpo cresce, como é o ideal para toda igreja (Ef 4.11-13).
Obviamente esse tipo de reunião deve conter os elementos que agradam a Deus, como doutrina correta, reverência, respeito, ordem, presença abundante dos frutos do Espírito.
2) Reunir para pior
Talvez aqui alguns estranhem: “Eu pensei que toda reunião da igreja era para melhor. É só fazer umas orações, talvez um devocional, ninguém xinga ninguém, e está tudo certo.”
Talvez uma fórmula melhor ainda para garantir uma boa reunião seja falar de Jesus.
Anos atrás, um pastor batista concelebrou um culto ecumênico dentro da Catedral, com padres e bispos.
Detalhe: membros daquela igreja não se chocaram com o pastor: “Ele falou de Cristo”!
Concordo que esse é um caso extremo.
Mas repito a importância de que em cada reunião da igreja – formal ou informal – todos os princípios cristãos sejam observados.
Caso contrário, poderá irritar a Deus, como os judeus em : Is 1.10-17; Am 5.21-24
Há certos programas religiosos que nem deveriam haver: são reuniões para pior.
Podemos afirmar que as reuniões da IBLM são sempre para melhor?
Creio que sim, embora devamos sempre estar alertas para isso.
E mesmo que a doutrina, a reverência e o respeito nos cultos e reuniões sejam observados, ainda há riscos de cultos mecânicos, hinos cantados apenas da boca para fora, ou programas para encher calendários.
Cada crente deve estar bem consciente do propósito dos cultos, da concentração interior, de uma adoração altamente consciente.
Indo do aspecto coletivo para o individual, é importante lembrar que a mera participação numa atividade religiosa/espiritual não é suficiente para o crente estar agradando a Deus.
Pode acontecer do crente participar de um ótimo culto, respeitoso, mas ele pessoalmente não estar agradando a Deus:
* Espírito orgulhoso, não quebrantado - Lc 18.10-14
* Sensualidade - desejar mulher (ou homem) - Mt 5.27-28
* Pendência com pessoas - Mt 5.23-24
* Pendência com Deus: pecados não confessados: 1Jo 1.9-10
* Concentrado nas coisas na terra - Cl 3.1-2
Para os outros, está tudo bem com o irmão: é “fiel”, não perde um culto, canta no coral, etc. Mas para Deus aquele crente está errado e até irritando-O.
Como você tem se comportado nesse questão?
Na próxima Ceia entraremos no problema particular da igreja de Corinto.
Termino com o conselho que dei no livro É Por Aí: “Quando for ao culto, cultue”!
E que participemos hoje da Ceia com toda a atenção, para melhor!
Que Deus nos abençoe. Amém