PREGAÇÃO

Das trevas para a luz

Is 9.1-7      54 minutos      11/12/2022         

Mauro Clark


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Só poderemos compreender esses versículos à luz do final do cap.8.21-22, onde

Isaías profetiza um tempo de angústia, sofrimento, ansiedade e trevas para os judeus.

O início do cap. 8 fala da Assíria (já alguns anos dominando o reino do Norte) invadindo Judá, embora não para tomar Jerusalém.

Aqueles anos foram negros tanto para Judá como para Israel (reino do Norte): idolatria, esfriamento espiritual, muito longe de Deus.

 

Agora o cap. 9 começa com um contraste, falando de tempos melhores.

Tanto a aflição como a obscuridade seriam provisórios.

Do v.1 ao 7, Isaías fala de um personagem maravilhoso, central para a vida de Israel e de todo o mundo.

Farei exposição em 3 partes:

1) O efeito desse personagem no mundo, quando esteve aqui pela 1a. vez – v.1-2

2) O efeito dele no mundo, quando vier pela 2a. vez – v.3-5

3) Características pessoais desse personagem e do reino dEle – v.6-7

 

1a. parte: O efeito desse personagem no mundo, quando esteve aqui pela 1a. vez.

v.1

Por enquanto, a abrangência não é geral: Isaías concentra em 2 tribos, Zebulom e Naftali.

Talvez estivesse usando as duas como parte do todo, no caso o reino do Norte, Israel.

Seja como for, o profeta diz que Deus, anteriormente, tornara desprezível as duas tribos.

Quando e como ocorreu isso? Em 732aC aquela região foi tornada província da Assíria.  Dez anos depois, em 722aC, o reino do Norte foi tomado completamente pela Assíria.

 

O importante não é a data exata do cumprimento, mas o anúncio de mudança de situação que Deus quis fazer: onde houve angústia e trevas e desprezo, haveria glória.

Galiléia: região que abrangia as tribos de Aser, Zebulom e Naftali.

 

Por que Galiléia dos gentios? Pela influência dos gentios vizinhos: Síria e Fenícia.

Naquela área havia uma estrada muito movimentada, chamada “caminho do mar”, que ligava os países do leste ao mar Mediterrâeo e também ao sul, levava ao Egito.

Pois aquele caminho se tornaria glorioso: toda aquela terra se tornaria gloriosa.

Mas por que? O que haveria de tão espetacular?

 

v.2

Versículo belíssimo. Dois contrastes: trevas x luz; sombra da morte x luz.

Já podemos responder em parte à pergunta: o que haveria de espetacular é que as trevas seriam dissipadas por uma intensa luz que brilharia no meio daquele povo.

Uma luz tão especial que tornaria gloriosa toda aquela região da Galiléia.

Mas que luz seria essa, tão forte que dissiparia as trevas de todo um povo? Tão poderosa que anularia a sombra causada pela morte?

 

Para responder, pulemos 750 anos, do tempo de Isaías até Jesus Cristo.

Mt 4.12-16

Jesus Cristo era essa luz!

O evangelista Mateus, inspirado pelo Espírito Santo, aplica direta e minunciosamente a profecia de Isaias ao filho de Deus que se fez homem.

 

Quanto ao papel de Jesus como luz, tão enfatizado por Isaías, foi desenvolvido não por Mateus, mas, de modo belíssimo por outro evangelista, João:

 

Jo 1.4-9 (sete vezes a palavra “luz”, “iluminar” ou “resplandecer”).

Na Bíblia, a noção de trevas é fortemente aplicada a pecado, separação de Deus.

O homem vive nas trevas, pois é separado de Deus.

Trevas: idéia de não visível, lugar ideal para coisas erradas, escusas, vergonhosas.

 

Em contraste, o próprio Deus é associado com luz: transparência, verdade, pureza.

Quando Cristo veio ao mundo, era a própria luz brilhando nas trevas.

O que ocorre quando acendemos uma lanterna no escuro? A luz mata a escuridão.

Assim é com Cristo: brilha nas trevas e as expulsa.

A luz de Cristo é jogada sobre todos

* Todos são chamados para viverem à Sua luz

* Todos podem ser internamente inundados por essa luz

* Todos são bem vindos

*Todos podem se humilhar, pedir e receber iluminação do Espírito Santo para compreenderem a Cristo.

 

Voltando a Mateus 4.12-16:

Após o ministério de aproximadamente 8 meses na Judéia, Jesus foi para a Galiléia, onde permaneceu por uns dois anos, onde desenvolveu 2/3 do Seu ministério.

 

E o povo que ali estava em trevas, viu grande luz.

É muito desagradável quando falta luz: temos de apalpar, sem rumo, etc.

E como é gostoso quando chega a luz: tudo fica claro, vemos os detalhes, podemos nos orientar perfeitamente.

Aquele povo andava em trevas espirituais: embora a idolatria explícita tenha ficado no passado, havia grande frieza espiritual, muita dureza nos corações.

E ali estava a luz de Cristo brilhando.

O próprio Deus entre os homens, um homem sem pecado. Que honra para os galileus!

 

Galileus: simples, abertos, sem muitos tabus religiosos, ansiosos por mudanças.

Bem diferente dos judeus de Jerusalém: sofisticados, altamente agarrados à tradição.

Não admira que para os de Jerusalém, os galileus eram tidos em baixa conta.

Pois foi na Galiléia que Jesus começou a pregar: não para os sofisticados e empavonados judeus de Jerusalém, mas para os galileus simples, sem cultura, rudes.

 

Importante: Apesar da Galiléia estar em foco na profecia, a profecia de Isaías é abrangente. A Galiléia foi apenas a região de onde a luz de Cristo se espalhou!

 

Peguntas: O que seria esse viver na região da sombra da morte? E em que sentido a luz de Cristo iria destruir ou anular essas sombras?

O versículo seguinte à passagem que lemos de Mateus, responde:

 

Mt 4.17: Dai por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.

Mas arrepender-se não era o final, mas o começo do que Jesus exortava a fazer.

O grande objetivo mesmo, Ele falou em Jo 8.12: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida.

 

A pregação de Jesus exortava o arrependimento, que levaria à entrada no reino de Deus, à espetacular passagem da morte espiritual para a vida eterna, das regiões tenebrosas do inferno para a luz de Cristo, para o reino de glória de Deus.

 

Jesus então saiu pela Galiléia, percorrendo cidades e povoados, curando, fazendo o bem e pregando.

Isso não significa que todos se alegravam quando viam a luz dEle e faziam o que Ele mandava, se arrependiam e se tornavam salvos.

Todos viram a luz, mas a maioria rejeitou.

Todos tiveram oportunidade de abandonar a região da sombra da morte, mas lá mesmo preferiram ficar.

 

E você, amigo, gostaria de ter visto a luz de Cristo em pessoa, aqui na terra?

Não se lastime e nem pense que agora é tarde.

E nem use como desculpa que você não se converte porque Ele não está mais aqui.

Há dois sentidos em que a luz de Cristo ainda está aqui e pode ser percebida por você:

 

1) Ele deixou um grupo de pessoas a quem chama de CORPO dEle.

É a igreja, composta dos crentes, dos que O seguem.

Quem vê um crente, vê uma “parte” de Cristo, alguém em quem Cristo se manifesta.

Portanto, seria de se esperar que o crente também fosse luz do mundo (mesmo em forma inferior e limitada).

Pois isso é exatamente o que Cristo disse: Mt 5.14-16.

Aproveite a companhia de um crente para ver como se comporta alguém que segue os padrões de Deus e também para ouvir as coisas da vida eterna.

E, a propósito, espero que os crentes sintam o peso da responsabilidade de, num certo sentido, substituir a Cristo, ao ser a luz deste mundo.

 

2) O Espírito Santo pode fazer a luz de Cristo brilhar dentro do seu coração e fazer com que você se arrependa, se volte para essa luz e O aceite como Salvador.

Assim, você sairá de um reino de trevas (2Co 4.3-4) e de sombras da morte (Jo 5.24).

 

Amigo, não deixe passar a oportunidade de ver a luz de Cristo e se voltar para ela.

É um grande privilégio seu.

Da mesma forma que Cristo resolveu se manifestar primeiro à desprezada região da Galiléia, Ele gosta de se manifestar às pessoas simples e comuns, como você - e não aos grandes e famosos (1Co 1.26-29).

Deixe-se invadir pela Luz do mundo e saia dessas trevas horríveis. E veja a luz da vida!

Que Deus nos abençoe a todos. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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