Na mensagem atrasada, vimos que Deus é ultra detalhista.
Na passada, começamos a mostrar que o detalhismo de Deus co-existe ao lado de outra característica: Ele é supersensível!
Fiquei de ver duas facetas opostas dessa sensibilidade, como lados de uma mesma moeda.
1. É fácil entristecê-lo.
Vimos um Deus muito sentido, ferido em 1Sm 8.1-7, quando diz a Samuel:
Atenda à voz do povo em tudo o que lhe pedem. Porque não foi a você que rejeitaram, mas a mim, para que eu não reine sobre eles.
Passei o restante da pregação mostrando, de modo prático, como o crente, mesmo sem perceber, frequentemente magoa a Deus, ao rejeitar a totalidade do controle de Deus sobre a própria vida. Obedece a Deus, sim, mas só em parte.
Continuando na questão de que é fácil entristecer a Deus, vejamos agora um Deus não apenas magoado, mas também muito irritado: Is 1.10-15
Os judeus se tornaram mestres na arte de adorar a Deus só no exterior: faziam sacrifícios, festas, mas tudo associado com iniquidade, maldade, pecado.
Deus achava isso insuportável.
Talvez muitos pensassem: “Ah, o que interessa é que estamos cumprindo rigorosamente os rituais que Deus mandou. Ele não vai ao ponto de se incomodar com o que se passa no nosso interior ou se fazemos algumas coisas que Ele não gosta muito. De uma maneira geral, dá para agradar a Deus.”
Errado. Ele observava cada ato, cada pensamento de cada judeu!
Quanto ao crente hoje, não é suficiente apenas, por exemplo, ser rigoroso no dízimo.
E quanto ir ao cultos, não é suficiente apenas frequentá-los assiduamente.
Se essas coisas vierem sem um coração sincero, uma luta constante de aperfeiçoamento, de pecados confessados, prática de amor com as pessoas – além de magoarem a Deus, irão irritá-Lo.
Deus não abre mão do seu coração, das coisas pequeninas, de um pensamento seu durante o dia, de uma oração de dois segundos no meio de uma conversa, de um gesto de gratidão, das suas mais íntimas intenções.
Receio que, no céu, iremos descobrir que magoamos e até irritamos a Deus bem mais do que pensamos. Fiquemos atentos.
Agora, o outro lado da moeda:
2. É fácil tocar o coração de Deus, levando-O a ter novamente prazer em nós.
Antes de ler um trecho belíssimo, explico o ciclo dos juízes (1390 a 1030 aC): pecado, castigo (servidão a estrangeiros), arrependimento, pedido de perdão, perdão, livramento (juiz), paz. Depois, pecado, castigo...
Um desses ciclos, sob a opressão dos amonitas: Jz 10.6-16
RC: então se angustiou a sua alma por causa da desgraça de Israel
Literal: “sua alma se impacientou, não conseguiu mais suportar.”
O povo era reincidente no mesmo pecado várias vezes, e pecado gravíssimo: idolatria.
Deus estava magoadíssimo, a ponto de dizer procurem outro deus, Eu não livro mais. Aqui vemos a sensibilidade de Deus “à flor da pele”.
E foi exatamente essa sensibilidade que o povo tocou quando confessou os pecados, tirou os ídolos e adorou a Deus.
Simplesmente derreteram o coração de Deus, que os livrou através de Jefté.
- Ah, mas isso foi um evento isolado, uma reação única de Deus, que não se repete!
Errado. Veja o que Moisés escrevera, 260 anos antes: Dt 32.36-43
Era característica de Deus reagir com misericórdia e compaixão ao arrependimento e pedido de ajuda do seu povo, mesmo tendo sido magoado!
Irmãos, isso é uma verdade espetacular!
Com o devido temor, precisamos saber usufruir do privilégio de termos um Deus sensível.
Quando pecar, nunca permita que o diabo lhe engane, convencendo que foi um pecado muito pequeno e por isso Deus nem se incomodou. Ele é sensível. Incomodou, sim!
E por outro lado, quando pecar, não permita que o diabo lhe convença que Deus está tão magoado com você que é mais prudente você continuar longe.
Que Deus estará magoado com você, é fato.
Mas essa mágoa poderá ser desfeita, Ele é passível de ser tocado, mexido, sensibilizado.
O que fazer? O que os israelitas fizeram: arrepender-se, confessar e passar a servir a Deus de imediato.
Isso deverá tocar fundo o coração de Deus e Ele voltará à plena comunhão com você.
Que Deus nos abençoe. Amém