PREGAÇÃO

Dois Templos futuros (Série APOCALIPSE 27 de 75)

Ap 11.1-2      71 minutos      26/08/2018         

Mauro Clark


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Estamos entre a 6ª e a 7ª trombetas, João descreve três eventos.

Já vimos o 1º, o anjo com um pé na terra outro no mar, que entrega um livrinho a João, que o come, e é doce na boca e amargo no estômago.

E avisa que João ainda tem que profetizar no restinho de tempo que falta para Deus fazer justiça na terra.

Vejamos o segundo evento entre a 6ª e a 7ª trombeta:

 

v.1

Foi-me dado um caniço semelhante a uma vara, e também me foi dito: Dispõe-te e mede o santuário de Deus, o seu altar e os que naquele adoram...

Alguém deu o caniço a João e lhe deu uma nova tarefa, de medir três coisas: o santuário de Deus, o altar e os que adoram no santuário.

 

Antes de tudo: onde fica o templo no qual está esse santuário?

Se tem um átrio exterior que foi entregue aos gentios, que dominarão não apenas o átrio, mas toda a cidade de Jerusalém por 42 meses, então, o templo fica em Jerusalém!

Como hoje não há nenhum templo em Jerusalém, obviamente esse templo deverá ser construído pelo menos 42 meses (3,5 anos) antes do final da Tribulação, ou seja, antes da vinda gloriosa do Messias.

 

O templo que Salomão construiu em Jerusalém (950 aC), foi destruído em 586 aC, por Nabucodonosor.

O próximo templo foi construído em Jerusalém por Zorobabel, no retorno do Exílio, terminando em 516 aC, mas muito menor e mais pobre que o anterior.

Quinhentos anos depois, no século I, o rei Herodes reforma e amplifica o antigo templo. Levou décadas para ficar pronto, terminou em 64 dC, mas foi destruído pelos próprios romanos seis anos depois, em 70dC, 25 anos antes de João escrever Apocalipse!

Ou seja, do ponto de vista de João, ele estava escrevendo sobre um templo que teria de ser construído no futuro!

 

Além desta, há várias outras passagens no VT e nos Evangelhos que falam da existência de um templo depois do que foi destruído 2000 anos atrás.

Aliás, tudo indica que serão DOIS templos futuros.

 

primeiro é esse do qual João fala, a ser construído em algum momento antes da 2ª. metade da Tribulação: ou durante a 1ª. metade (quando o Anticristo fará aliança de paz com os judeus) ou mesmo antes disso.

Daniel pressupôs a existência de um templo no tempo do Anticristo: Dn 9.27; 12:11

Jesus Cristo também pressupôs a existência desse templo: Mt 24:15ss

Paulo pressupôs a existência desse templo: 2Ts 2.4

 

De fato, em Israel hoje, tanto judeus ortodoxos, como crentes, falam desse templo.

Os ortodoxos por causa da falta de um templo e os crentes por causa dessas profecias. Inclusive consta que já existe planta, material sendo estocado, etc.

 

Uma grande dificuldade é que, segundo muitos estudiosos, o Domo da Rocha, mesquita muçulmana, sagrado para o Islã está no exato lugar onde ficava o Templo.

Se é o caso, obviamente terá de ser destruído de algum modo, para o Templo ser construído.

Alguns acham que essa façanha será conquistada pacificamente pelo Anticristo, na 1ª. metade da Tribulação, quando ele fará acordo de paz com os judeus.

Mas na metade da Tribulação o Anticristo invadirá o templo, sentará no lugar Santo como se fosse Deus. Esse templo será destruído na vinda de Cristo, quando o Monte das Oliveiras se partir em dois (Zc 14.4).

 

Quanto a um segundo templo depois desse, nove capítulos de Ezequiel, cap. 40-48, se referem a um templo maior e diferente sob vários aspectos.

Resumo:

Ezequiel, sacerdote, foi entre os cativos de Nabucodonosor para a Babilônia, em 597aC.

Cinco anos depois começou a profetizar, da Babilônia (593 a 571 aC, 22 anos).

Os primeiros 24 capítulos focaram no julgamento de Judá.

Os cap. 33-48 focam na restauração de Judá, sendo que:

Cap 37: famosa visão dos ossos, cumprida fisicamente em 1948 com a volta de Israel.

Cap 38 e 39: A Rússia (Magogue) invadirá Israel liderando um grupo de nações (hoje identificados com Irã (Pérsia), Turquia (Meseque, Tubal, Gomer), Sudão e Etiópia (Cush) e Líbia (Pute), mas serão derrotados por Deus.

Cap. 40-48: focam na construção de um templo futuro, com todo o sistema sacrificial, descrito em detalhes.

 

Por que o templo de Ezequiel deve ser outro, além do templo de Herodes e do templo da Tribulação?

Conforme falei, do ponto de vista de Ezequiel, haveria dois templos a ser construídos no futuro (ou melhor, um templo, construído por Zorobabel e reformado por Herodes).

Alguns dizem que Ezequiel se referia àquele templo (ou templos).

Mas é impossível:

1. O de Herodes tinha características físicas bem diferentes.

2. Do Templo do Milênio (Ezequiel) sairá um rio misterioso, milagroso (Ez 47.1-12). O de Herodes não tinha e nem tem sentido haver com o templo da Tribulação.

3. O de Ezequiel recebeu a própria glória do Senhor, que entrou pela porta que olha para o oriente (Ez 43.4). Nada disso aconteceu com o de Herodes e nem faria sentido com o da Tribulação.

4. Tudo indica que o Templo do Milênio será construído pelo próprio Jesus Cristo, após retornar: Zc 6.12-13.

 

Pergunta fundamental: Para que novos templos (da Tribulação e do Milênio), se Cristo já veio e cumpriu tudo o que o velho sistema sacrificial apontava para Ele?

Embora não responda a todas as perguntas, a melhor explicação é: do jeito que os sacrifícios de animais apontavam para Cristo no futuro, mas não tinham em si o poder de obter perdão de pecados, também o sangue dos animais a serem sacrificados no novo templo apontarão para Cristo, só que no passado, e igualmente não têm o poder de obter perdão de pecados. Mas serão uma demonstração visível, durante 1000 anos, do poder do sangue de Cristo, que obviamente lá estará reinando.

Importante: seja qual for a explicação, o fato é que a Bíblia AFIRMA que existirá um templo em Jerusalém depois do templo de Herodes (destruído em 70dC) e que o Anticristo sentará nesse templo.

 

Voltando:

João deveria medir o santuário daquele templo, altar (talvez do incenso) e os próprios adoradores. O que significa isso?

Há exemplos na Bíblia de medição para condenação e medição para proteção.

A maioria acha que é o último caso: Deus protegendo o templo e os Seus fiéis. Mas em que período da Tribulação? Veremos.

 

Além do que deveria medir, havia algo que João NÃO deveria medir:

v.2

... deixa de parte o átrio exterior do santuário e não o meças, porque foi ele dado aos gentios; estes, por quarenta e dois meses, calcarão aos pés a cidade santa.

Dado aos gentios: no sentido de ser entregue para ser dominado, pisado.

Duas coisas importantíssimas aqui (voltaremos a falar ao longo do livro):

I. Pela 1ª. vez se fala num período igual à metade da Tribulação: 42 meses = 3,5 anos.

Até o cap. 13, outras 4 vezes esse período será referido:

* 11.3: Duas testemunhas profetizarão por 1.260 dias = 42 meses

* 12.6: Mulher (Israel) foge para o deserto onde será sustentada por 1.260 dias

* 12.14: Mulher (Israel) é sustentada no deserto por um tempo, tempos e metade de um tempo, ou seja, 3,5 tempos (tempo como unidade para um ano)

* 13.5: À besta (Anticristo) foi dada autoridade para agir 42 meses.

 

Mas a qual metade esses eventos se referem? Veremos caso a caso.

Claro que quando se referem ao mesmo período, serão simultâneos.

Quanto à medição do santuário por João, parece que foi bem perto ou exatamente na metade da Tribulação e que os 42 meses se referem à segunda metade da Tribulação.

Outras referências a esse período: Dn 9.27 (metade da semana); 7.25; 12.7

 

II. Com certeza isso encerra o tempo dos gentios de Jesus: Lc 21.24

Santuário e exército pisado: Dn 8.13-14

 

Lição:

Quem pensa que Israel ficou para trás nos planos de Deus, creio que está enganado.

Tudo o que Deus prometeu aos judeus no VT será cumprido, em termos de restauração, de serem o povo mais importante da terra, dos povos irem lá para adorar.

Tudo o que Deus planejou para Israel ser entre os povos da terra, irá acontecer.

E mais: com o próprio Filho de Deus, judeu, o Messias, reinando em Jerusalém.

 

Isso deve ter um efeito fortíssimo em cada crente: orar por Israel, simpatizar com Israel, ser amigo de Israel, defender Israel, desejar a conversão de Israel.

Claro que hoje Israel é um país em sua maioria secular e longe de Deus. Mas nada disso elimina o fato de que, num sentido especialíssimo, é o povo eleito de Deus para Ele se glorificar no mundo e inclusive salvar no final no final da Tribulação e início do Milênio.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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