Ap 21.1-22.17 57 minutos 01/12/2019
Mauro Clark
Continuemos vendo as passagens dos cap. 21 e 22 que não falaram da Nova Jerusalém.
22.5b: ... e reinarão pelos séculos dos séculos.
A ideia de reinarmos com Cristo não terminará com o Milênio.
Do v.6 em diante parece começar de fato a fase final do livro.
João fica visivelmente perturbado com o que está vendo e ouvindo.
Já vimos que Deus teve de dizer “Escreve, João”, como se ele tivesse parado, absorto.
À medida que o fim se aproxima, é como se João fosse aumentando o ritmo com que escrevia, inclusive sacrificando um pouco a ordem lógica dos assuntos.
Os assuntos vêm, vão, e voltam novamente.
Não fica claro quem exatamente está falando, como se as falas se interpusessem.
Às vezes, é João. Outra, é um anjo. Quando menos se espera, é Deus quem fala, sem sabermos se é o Pai ou o Filho. De repente, Jesus se identifica claramente.
O ritmo é quase alucinante. E espetacular!
22.6b:
O Senhor, o Deus dos espíritos dos profetas...
São muitas as qualificações do Filho, feitas ao longo de Apocalipse por João, por algum anjo ou mesmo pelo próprio Jesus Cristo.
Essa atesta a autoridade dos profetas na Bíblia: não falaram por si mesmos, mas tomados por um espírito que vinha de Cristo (de Deus): 2Pe 1.20-21
.. enviou seu anjo... mostrar aos seus servos as coisas... em breve devem acontecer
Quase repetição de Ap 1.1. Ali, abrindo o livro. Aqui, fechando o livro.
22.7: Adianta dois assuntos que voltará a repetir mais à frente:
a. Virá sem demora.
b. Feliz o que guarda as palavras da profecia de Apocalipse. Importância da obediência.
22.8-9:
Confuso, enlevado, emocionado, tocado, perturbado – tudo ao mesmo tempo – João comete um erro, aliás repete um erro que já havia cometido (19.10): prostrou-se aos pés de um anjo para prestar-lhe adoração.
Usando praticamente as mesmas palavras do outro, o anjo recusa com elegância, dizendo-se conservo (ou seja, tão servo quanto) o próprio João, os irmãos de João (talvez os judeus), os profetas e dos fiéis em geral.
E aponta a única opção para quem deseja adorar alguém: adora a Deus.
...aponta a única opção para quem deseja adorar alguém: "adora a Deus".
Talvez impressione a lentidão de João em perceber a impropriedade de agir assim.
Mas, é melhor ficarmos calados, antes de alguma crítica.
Nenhum de nós tem ideia do que é ver, experimentar tudo o que João estava passando.
Como já falei, ele estava profundamente perturbado.
Seria injustiça taxá-lo de idólatra por dois gestos isolados e em situações excepcionais.
É razoável acusar João de idólatra? Acho que não.
Que ele cometeu dois atos isolados de idolatria, é óbvio.
Mas seria exagero, mesmo uma injustiça, qualifica-lo de idólatra.
É diferente de pessoas que por anos a fio, a vida inteira, praticam a idolatria, tendo a Bíblia nas mãos, ensinando que isso ofende a Deus.
Mesmo assim, tenhamos cuidado ao julgar, mesmo tratando-se de julgar atitudes.
O que parece ser idolatria ou heresia, às vezes pode ser fé modesta exercida por alguém com desconhecimento e fraquezas.
22.10: Disse-me ainda: Não seles as palavras da profecia deste livro, porque o tempo está próximo.
Novamente a questão do tempo estar próximo.
Ideia de que o tempo que faltava para ocorrer tudo aquilo era tão curto, que não adiantaria selar, para abrir logo depois.
- O problema é que já se vão 2 mil anos!
De fato, mas observe:
a. Para Deus, mil anos é como um dia.
b. Pelo relógio escatológico, o próximo passo é a 1ª. fase da 2ª. vinda de Cristo nas nuvens, para arrebatar a Igreja.
Ou seja, o “próximo” de João deve ter também um forte o sentido de iminência.
c. Quando se olhar para trás, tudo terá sido muito rápido!
O fato é que, se João tivesse selado o que escrevera, não teríamos o livro de Apocalipse!
22.11: Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se.
Esquisito, pois parece recomendar (imperativo) que o iníquo continue fazendo o errado.
Mas a ideia é que a revelação está feita e tudo será muito rápido até o cumprimento.
Quem quiser que faça o que lhe aprouver.
Se o pecador quiser continuar no seu pecado, como se nada tivesse sido revelado, que continue. E aguente as consequências!
Como o pai que ameaça para o filho: “Pois me desobedeça, para ver o que acontece”.
Quanto ao crente, se aproveitar as revelações para fazer exatamente o contrário do ímpio, ou seja, continuar a crescer, ótimo. É o que se espera que faça.
Seja como for, cada um será responsável pela própria reação e tudo será feito como revelado.
Jesus agora assume a palavra (v.12 a 16). Interessante que João não ressalta isso.
Talvez faça parte do ritmo veloz das revelações de que falei.
Continuaremos na próxima semana.
Que Deus nos abençoe. Amém!