v.1
multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmúrio...
Com o crescimento da igreja, novos problemas foram surgindo e soluções adotadas.
Nunca devemos nos abalar com novos problemas!
Com princípios bíblicos, oração e trabalho, Deus nos dará soluções, no tempo certo.
Mas qual foi o problema em Jerusalém?
houve murmúrio dos helenistas contra os hebreus...
Helenistas: judeus nascidos fora de Israel (Dispersão), falavam grego.
Hebreus: judeus de Israel mesmo, falavam aramáico.
A igreja fazia distribuição de alimentos diariamente para as viúvas.
E por algum motivo as viúvas dos helenistas não estavam recebendo como as outras.
Ou seja, continuavam em necessidade.
v.2
O problema chega aos apóstolos. (Não sou apóstolo, mas disso eu entendo bem!)
Antes de dar a solução, deixaram claro que eles não iriam cuidar disso:
Não é razoável que nós abandonemos a Palavra de Deus para servir às mesas.
Interessante os apóstolos afirmam para uma igreja nova, com problema sério, envolvendo viúvas (classe muito especial perante Deus) que não iriam cuidar do problema.
Fico imaginando um membro da igreja chegar e dizer:
“Como é? Não vão cuidar? Mas é obrigação sua. Quem mais qualificado espiritualmente para cuidar disso? Quem esteve pessoalmente com o Senhor Jesus, bebendo da fonte, vendo como Ele tratava os outros? Ah, não me conformo.”
Se houve alguém assim, ficou inconformado, pois os apóstolos de fato não foram.
Existem ocasiões em nossas vidas em que temos de chegar para pessoas que esperam algo de nós e dizer “não farei”. E explica. Se não for compreendido, continua firme.
Mas por que não cuidariam? Preguiça, orgulho, desinteresse? Claro que não.
Duas coisas:
1. Questão de eficiência:
Compreenderam que não poderiam fazer as duas coisas bem feitas: cuidar da Palavra de Deus (pregação) e cuidar das viúvas (assistência pessoal).
Se pudessem, certamente teriam feito. Mas concluiram: ou uma ou outra.
2. Questão de prioridade: já que teriam de escolher uma, optavam pela pregação da Palavra de Deus.
v.3
E tomaram uma decisão: a igreja escolheria sete homens para fazer o serviço.
Reuniram a comunidade.
Importante: a solução foi deles, mas a igreja participaria ativamente da execução da solução, escolhendo os sete.
Duas exigências para os sete homens:
1) Boa reputação
Aqui vemos a importância do bom testemunho de qualquer crente na própria igreja.
2) cheios do Espírito e de sabedoria (duas condições, uma consequência da outra).
Normalmente, a expressão “cheio do Espírito” se refere a uma condição no ato de falar ou pregar, mas aqui se trata de visão espiritual, compreensão das coisas do alto por iluminação do Espírito.
Lembram da única condição que Deus falou de Josué a Moisés? Cheio do Espírito!
Considera-se que aqui nasceu a instituição dos diáconos.
Mais de 30 anos depois, ao escrever 1Tm, Paulo se refere aos diáconos (gr. diáconos, servos) como oficiais da igreja, adicionando outras condições rigorosas para o cargo (1Tm 3.8-13, ver também Fp 1.1).
Paulo só falou das qualificações necessárias, mas não do serviço em si.
(Não comentarei hoje sobre as qualificações de 1Tm.)
A única passagem que fala da natureza do serviço é essa de At 6, e mesmo assim nem contém a palavra diácono (que significa servo) referida aos sete.
Aparece apenas o verbo “servir” (gr. diaconeo) (v. 2)
E mesmo em outras passagens que aparecem a palavra diácono (servo) geralmente se refere a uma variedade de sentidos, com a ideia básica de servir, não no sentido técnico, referente ao ofício diaconal, como ocorre em 1Tm 3.8,12 e Fp 1.1.
Em suma, o NT não alista as atribuições exatas para os diáconos como oficiais da igreja.
Por isso mesmo, isso varia de igreja para igreja.
Nas Igrejas Batistas Regulares, geralmente a ênfase é no serviço envolvendo patrimônio, funcionamento administrativa e também de assistência a irmãos necessitados.
Acho que a ênfase em At 6 não era o serviço em si da comida, mas as viúvas!
O serviço às mesas era um meio de atingir o alvo final: atender as viúvas dos helenistas.
Considero a principal responsabilidade dos diáconos a assistência a pessoas com necessidade de apoio - físico, material, pessoal.
Importante: não inclui necessidades espirituais, que cabem aos pastores suprirem.
v. 4
Os apóstolos voltam a tocar na questão da prioridade da pregação da Palavra e acrescentam mais um ítem: oração.
Obviamente essas duas responsabilidades básicas dos apóstolos, servem de guia para a responsabilidade pastoral.
Por mais importante que seja a assistência espiritual dos pastores aos membros, acho que pregar a Palavra de Deus e orar estejam acima nas prioridades.
v.5-6
... o parecer agradou a toda a comunidade
Mesmo no tempo dos apóstolos, com toda a autoridade que tinham, já era importante a opinião da congregação.
Qual o sistema de direção da igreja local adotado pelo NT?
Não é claro. Ora indica a importancia da democracia, ora a autoridade dos pastores.
É como se deixasse isso a critério de cada igreja local.
Em geral, os Batistas adotam a democracia plena.
Sete homens. Como todos tinham nomes gregos, devem ter sido helenistas.
Estêvão: único com referência espiritual: cheio de fé e do Espírito Santo
Filipe: tornou-se evangelista, com filhas profetisas (8.5; 21.8)
Nicolau: prosélito: gentio convertido ao judaismo
Oração e imposição das mãos: transferência de autoridade dos apóstolos para eles.
Ficaram então formalmente investidos da nova função.
Para poder ser um diácono, se somarmos os critérios rigorosos de At 6 e 1Tm 3, vemos a nobreza e a importância desse ofício aos olhos de Deus.
Deus exige muita seriedade e responsabilidade dos diáconos, que ajudam os pastores e tratam de pessoas carentes, sensíveis, sofridas.
Orem pelos nossos diáconos!
v.7
Lucas continua relatando muitas conversões, até de sacerdotes.
Esta é pelo menos a 3a. vez que Lucas de aumento no número de convertidos.
Você tem orado por mais conversões na nossa igreja?
Que Deus nos abençoe. Amem