PREGAÇÃO

Israel será totalmente restabelecido 2

Rm 11.8-17      63 minutos      26/05/2024         

Mauro Clark


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11  Pergunto, pois: porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes.

12  Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude!

13  Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério,

14  para ver se, de algum modo, posso incitar à emulação os do meu povo e salvar alguns deles.

15  Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos?

16  E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão.

17  Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira,

18  não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti.

19  Dirás, pois: Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado.

20  Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme.

21  Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará.

22  Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade; mas, para contigo, a bondade de Deus, se nela permaneceres; doutra sorte, também tu serás cortado.

 

Na mensagem passada; falei que, até aqui, Paulo afirmara o fato da queda de Israel em sua maioria.

Do versículo 11 até quase o final do capítulo 11, ele vai explicar os propósitos divinos envolvidos.

E nessa explicação entram os gentios.

 

Versículo 11:  Usando a velha tática de fazer pergunta para ele mesmo responder, Paulo pergunta se o tropeço dos judeus foi um fim em si mesmo, simplesmente visando uma queda definitiva.

Não! Apesar de terem merecido o tropeção (como ficou claro no trecho passado), essa queda deles era um meio para Deus cumprir um certo objetivo, aliás, dois objetivos:

a) salvar os gentios (de maneira mais abundante, pois sempre houve gentio salvo);

b) fazer ciúmes nos judeus (já comentamos sobre isso em mensagens passadas).

 

Versículo 12:   Coerente com a idéia de que a queda não era um fim em si mesmo, mas um meio, no versículo 12 Paulo se apressa em deixar claro que essa queda seria revertida. E não apenas isso: mas essa reversão seria acompanhada de grandes bençãos para o mundo.

Se a transgressão e o abatimento dos judeus resultaram em riqueza para o mundo gentio (salvação), imagine o que seria da plenitude deles (restauração).

 

Só com este versículo 12, fica difícil a posição amilenista de que Israel é um povo como outro qualquer, que as bençãos prometidas a Israel foram cumpridas na igreja.

 

Versículos 13-14

Já experimentou elogiar uma pessoa para alguém que não simpatiza ou que rivaliza com ela? Ele fica todo enciumado e com vontade de superar a que foi elogiada!

 

Pois é exatamente o que Paulo faz com os judeus: fica falando dos gentios, da salvação deles, para ver se conseguia deixar alguns judeus “verdes” de ciúme e com vontade de competir com eles.

Incitar à emulação: provocar rivalidade.

“Mas que malvadeza de Paulo!” “Que nada, era paixão pura, profundo amor pelo povo dele.”

 

Você tem paixão pelo povo brasileiro? Esforça-se o máximo para tentar salvar o seu povo?

Pelo menos os cearenses? Ou um grupo, os índios, por exemplo, como como fazem muitos missionários?

Ao menos a sua família? O que você tem feito pela sua família?

Recentemente foi tocante ver uma irmã chorar quando perguntei como iam as coisas e ela passou a falar da família dela.

Se você não tem esse amor, peça a Cristo que derrame em seu coração a paixão pelos perdidos.

 

Versículo 15

Temos aqui praticamente a repetição do assunto do versículo 12: se a rejeição provisória dos judeus resultou em reconciliação dos gentios com Deus, o restabelecimento deles seria vida entre os mortos: provavelmente referente à salvação deles.

} O restabelecimento da condição dos judeus voltarem a ser alvo da maior atenção de Deus seria algo tão espetacular, que deixava Paulo ansioso para ver logo acontecendo!

 

Versículos 16-22   No início do versículo 16, Paulo traça uma rápida analogia da oferta de farinha, no tempo do Velho Testamento, em que uma parte do bolo era oferecido, mas o bolo inteiro estava santificado.

Mas logo parte para outra analogia: uma árvore (oliveira) - que seria os judeus.

A idéia é de uma oliveira bem tratada, cuidada, podada, regada, etc.

Deus arrancou a maioria dos ramos - judeus individuais.

Mas a árvore continuou, o tronco ficou, a raiz permaneceu a mesma: as promessas, os patriarcas.

A seiva era a mesma: a Palavra de Deus que veio através dos judeus.

Ali estava uma árvore com vida, mas desfigurada, sem os ramos.

Deus então enxertou uns ramos de oliveira brava (silvestre) nessa árvore: os gentios.

 

Quando um ramo é enxertado numa árvore, ele passa a usufruir da seiva que a raiz manda.

A imagem é clara e forte: o gentio, ao se converter a Cristo, torna-se participante da raiz e da seiva dos judeus: das promessas, das Escrituras, dos exemplos de fé e acima de tudo, do Salvador, que é judeu! 

Nada há de mais importante para os judeus do que o Messias prometido. A promessa de Deus em enviar um Libertador Ungido para salvar Israel, faz parte da própria raiz de Israel.

Pois esse Messias é o nosso Salvador, de quem dependemos tanto!

Veja como estamos vivendo diretamente dos benefícios dessa árvore, que são os judeus.

 

A nossa simpatia, interesse, zelo, amor pelos judeus deveria ser enorme!

Nós dependemos deles (na realidade, dependemos de Deus; mas para Deus nos manter,   utiliza-se de valores que Ele deu aos judeus, inclusive o próprio Salvador).

 

Mas Paulo queria algo mais do que informar os gentios do plano de Deus sobre o assunto. Havia uma alerta, uma exortação grave:

Versículo 18: não te glories contra os ramos

Ou seja: não fique falando mal ou se achando melhor que os judeus descrentes.

Não adquira sentimento de superioridade contra eles. Não os despreze!

 

É impressionante como qualquer livro de história dos judeus atesta que é exatamente o contrário o que países chamados cristãos fizeram com os judeus, ao longo dos séculos.

O mundo é assim: vai na contramão de Deus.

Como um pregador falou recentemente: A triste verdade é que o mundo não gosta da Bíblia porque ela é de Deus.

O mundo não gosta do povo judeu porque é um povo especial para Deus.

 

O motivo para o gentio não se envaidecer é lógico: não é tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti.

Se for cortada a raiz de uma árvore, o que ocorre com os ramos? Morrem.

E se forem cortados os ramos? A raiz não morre.

Pois a raiz que sustenta o crente gentio é judia, conforme já expliquei o sentido.

Não somos nós, da igreja hoje, que damos sentido às promessas e realidades do povo judeu. Mas o contrário: nós estamos aqui porque eles foram rebeldes e gozando de benefícios que são deles!

 

Um gentio imaginário e um tanto quanto arrogante argumentaria:

Versículo 19: Ah, mas eu sou mais importante do que ele, afinal ele foi quebrado para dar lugar a mim.

 

Versículo 20a: Paulo destrói o argumento indo na origem do motivo pelo qual o ramo judeu foi quebrado e o ramo gentio está firme: incredulidade do primeiro e fé do segundo.

Ou seja, não ficou nenhum motivo para orgulho. Fé é dom de Deus, é presente, é de graça. E alerta ao tal gentio:

Versículo 20b-21: não te ensoberbeças, mas teme, porque se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará

“Cuidado com essa atitude de vaidade. Trate essa fé com carinho, com gratidão, com humildade, com misericórdia aos que não têm. E especialmente com temor a Deus.”

Temor: não medo, mas atitude de respeito, de reverência, um reconhecimento de que Ele é Santo e Todo Poderoso e exigente quanto à obediência de seus padrões.

 

Aqui há um problema para a mente moderna ocidental; que é racional, detalhista, lógica.

Se um ramo gentio foi enxertado, é porque é salvo. Se é salvo, não pode ser cortado.

Como fica a ameaça de Paulo?

Talvez ele próprio estranhasse esse raciocínio tão esmiuçado.

Imagino que diria o seguinte: Estou falando de maneira bem conceitual: quem não compreende que a sua fé veio de Deus, não tem atitude correta diante dEle, sente-se superior aos outros, então não é de Deus. Foi enxertado de maneira provisória, não vingou, morreu.

Ou, a rigor, se alguém foi enxertado e depois cortado, nunca foi de fato um convertido, embora parecesse.

Mas insisto: creio que a idéia de Paulo era mostrar a importância do crente ter uma atitude correta: a) para com Deus: temor; b) para com o judeu cortado: compaixão; e    c) para ele mesmo: humildade.

 

Paulo aproveita para dar uma lição de teologia, continuando no clima de alerta:

 

Versículo 22

Dois atributos de Deus: bondade e severidade.

Para com os que caíram, severidade. Já vimos porque caíram: incredulidade.

O pecado mais ofensivo a Deus é não crer nEle, não levá-Lo a sério, não confiar nEle.

 

Bondade: para contigo, ou seja, o que exerce fé.

Aqui surge um alerta muito interessante: bondade de Deus, se nela permaneceres.

Não diz: “Tu serás alvo da bondade de Deus se fores fiel, ou se servires a ele, etc.”

Mas Tu serás alvo da bondade de Deus se permeneceres na bondade de Deus.

Vemos aqui a mistura entreleçada de atitudes humana e divina.

O fiel precisa permenecer em algo que não é dele, mas que está em Deus!

Isso pode parecer esquisito, mas na realidade é uma grande benção!

Coisa boa é depender da bondade de um Deus bondoso.

O segredo é agradá-Lo! Mas como agradá-Lo?

A resposta é vasta. Apenas dois pontos:

* crer nEle, levar muito a sério o que Ele diz e espera de nós.

* atitude de humildade:

 

No texto, o próximo passo é Paulo tratar da possibilidade dos judeus serem novamente enxertados e a explicação panorâmica do programa de Deus e salvação nacional dos judeus. Veremos na próxima mensagem.

 

Palavra final: 

Vimos que a incredulidade é o pecado que mais ofende a Deus; não acreditar, não levá-Lo a sério. Como você tem agido com relação a isso? Você é uma pessoa que pode dizer que leva Deus a sério?

 

Crente: mesmo sendo filho de Deus você ainda pode cometer esse pecado e não dar muita importância às ordens de Deus. Isso é grave!

 

Não crente: A coisa mais urgente para você fazer na vida é levar Deus a sério.

Não estou sugerindo que você debocha abertamente de Deus. Mas se você não crê que precisa aceitar Cristo, com risco de ir para o inferno, isso equivale a não levar Deus a sério.

Peça a Deus para lhe ajudar nisso.

 

Que Deus nos abençoe.

- Amém -

 

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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