Jo 21.15-17 22 minutos 01/03/2020
Mauro Clark
Na série AGINDO COMO JESUS, a ênfase de cada mensagem não é nos ensinos e doutrinas, mas na atitude e no comportamento dEle, visando imitá-Lo.
A história é bem conhecida. Na noite em que foi preso, Jesus advertiu aos apóstolos que eles O abandonariam.
Pedro não aceitou, dizendo que mesmo se todos abandonassem Jesus, ele não o faria. Jesus rebate, dizendo que Pedro O negaria 3 vezes.
Jesus é preso, e durante o julgamento, de fato Pedro O nega, como previsto.
Agora, depois da ressurreição, Jesus estava com 7 apóstolos em roda, na praia, depois de uma pescaria milagrosa e de comerem pão e peixe.
Jesus pergunta a Pedro se ele o amava. Pedro responde que sim.
Jesus recomenda que Pedro apascente os cordeiros dEle, Jesus.
Jesus repete a pergunta. Pedro repete a resposta. Jesus repete a recomendação.
Jesus faz a mesma pergunta pela 3ª. vez. Pedro se entristece e diz “sim” pela 3ª. vez.
Jesus recomenda pela 3ª. vez que Pedro apascente as ovelhas dEle.
Poderíamos observar muitos detalhes interessantes aqui e tirar várias lições. (Preguei aqui sobre este trecho em 2015).
Mas hoje quero focalizar apenas UM ponto.
O ponto não é que Jesus, mesmo depois de traído, perdoou Pedro.
O ponto não é que Jesus deu uma nova chance a Pedro, restaurando-o à posição de pastor das ovelhas de Cristo, e mesmo à antiga posição de liderança entre os apóstolos.
O ponto é que Jesus tinha uma condição para Pedro voltar a trabalhar para Ele.
A condição era que Pedro confessasse repetidamente, abertamente, publicamente, que amava Jesus.
Isso tinha que ficar claro. Jesus simplesmente não iria querer Pedro trabalhando para Ele se Pedro não O amasse.
Que lição interessantíssima temos aqui!
Dentro do contexto da obra de Deus – que é muito variada -, pode ser que você venha a se decepcionar com algum irmão (ou irmãos) com quem trabalha, ou ter alguma tristeza, se sentir marginalizado ou mesmo traído.
O que fazer numa situação desta?
Obviamente, antes de tudo, se dispor a perdoar. Mas, como falei, não é nosso foco aqui.
Mas e quanto à questão do trabalho em si? Continua trabalhando com aquele irmão, independente se você é líder dele ou liderado?
Essa questão de entrosamento no trabalho de Deus é muito importante.
Irmãos com preciosos dons muitas vezes rendem pouco na igreja pela dificuldade de trabalhar com outros.
Qualquer aborrecimento causado por alguém é motivo para desânimo, desgosto e logo quer deixar de trabalhar com a tal pessoa.
E então, como agir? Antes de decidir se vai continuar trabalhando com o irmão que ofendeu, mesmo tendo-o perdoado, tenha uma conversa séria com ele e pergunte se ele ama a Cristo.
Pode parecer um procedimento esquisito, mas não é.
Jesus teve uma conversa seriíssima com Pedro, antes de voltar a trabalhar com ele.
Leve o irmão a declarar o amor dele por Cristo e pela igreja de Cristo.
Deixe que ele diga, talvez um pouco chateado, como Pedro: Claro que eu amo a Cristo.
Deixe que ele se comprometa.
Então você diz: “Pois isso é tudo o que eu queria ouvir para decidir se vou continuar trabalhando com você. Se você ama a Cristo, ama esta igreja, que é dEle. Estamos trabalhando com o mesmo propósito, por amor ao mesmo Salvador. Vamos em frente”!
Lembre-se que tudo o que Cristo quis ouvir de Pedro antes de restaurá-lo no trabalho, foi que Pedro O amava!
Pois faça a mesma coisa com quem lhe chateia, ofende ou lhe decepciona no trabalho.
Agora, se você tiver motivos para desconfiar que, mesmo dizendo que ama Cristo, esse irmão não ama a Cristo o suficiente, que é um crente relapso, relaxado, que não valoriza a igreja de Cristo, então você está certo em não querer trabalhar com ele.
Talvez você possa querer trabalhar na vida dele, para ajudá-lo, mas não com ele - o que é bem diferente!
Encerrando: claro que o assunto não é tão simples a ponto de afirmarmos que qualquer crente terá de trabalhar com todo e qualquer irmão, desde que ele diga que ama a Cristo.
Haverá circunstância em que o mais prudente e sábio é trabalharem em áreas diferentes.
Mas seguramente muitos relacionamentos de trabalho teriam sido mantidos se, antes do rompimento, tivesse havido uma conversa parecida com a que Cristo teve com Pedro - guardadas as proporções.
Imite Cristo nisso e coloque essa lição em prática. O leque das pessoas com as quais você concordará em trabalhar poderá aumentar muito - para a glória de Cristo!
Que Ele nos abençoe! Amém