PREGAÇÃO

Jesus reage à desconfiança (Série AGINDO COMO JESUS 32 de 38)

Lc 7.18-23      38 minutos      05/05/2019         

Mauro Clark


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Na série AGINDO COMO JESUS, a ênfase de cada mensagem não é nos ensinos e doutrinas, mas na atitude e no comportamento dEle, visando imitá-Lo.

João Batista, o grande arauto de Cristo, há meses havia sido preso por Herodes.

Da prisão, João ouve falar dos milagres, das andanças, do ministério de Jesus.

Deve ter ficado surpreso em não ter ouvido falar de um movimento de Jesus para assumir o poder, mostrar-se como o Salvador de Israel, assumir o papel do esperado Messias.

Provavelmente ficou ansioso por uma conversa pessoal com Jesus.

Como não era possível, enviou uma pergunta através de dois discípulos: Jesus era mesmo aquele que haveria de vir ou deveriam esperar outro?

 

* Deve ser muito difícil para um marido que leva a sério o seu casamento de 20 anos, ouvir da esposa: Será que você é mesmo o homem com quem eu deveria ter casado?

 

* Ou o pai dedicado ouvir do filho: Será que Deus não tinha um pai melhor para me dar?

 

* Ou o médico competente escutar do paciente, depois da cirurgia: É, parece que eu deveria ter ido procurar outro médico.

 

Em grau muito maior, Jesus foi publicamente questionado quanto ao Seu ministério.

É só isso? Não tem algo mais efetivo, mais forte?

 

E um detalhe cruel: quem questionava era nada mais nada menos que o ARAUTO dEle. Exatamente aquele que tinha anunciado a chegada do Messias.

O mesmo que falou solenemente Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do  mundo.

E agora João não se sente seguro em reconhecê-Lo.

 

É importante lembrar que João estava preso, arriscando perder a vida a qualquer momento - que foi exatamente o que terminou acontecendo.

Como posso estar preso aqui, o profeta que Deus escolheu para anunciar o reino dEle na chegada do Messias? Onde está o poder de Jesus? Deve ter alguma coisa errada!

 

Seja como for, razoável ou não, a desconfiança de João deve ter doído muito em Jesus.

E como Ele reagiu? Vejo a reação claramente dividida em duas partes:

 

1) Não argumentou e nem fez um grande discurso se defendendo.

Imediatamente começou a fazer muitos milagres.

Depois mandou os mensageiros relatarem para João tudo o que tinham visto e ouvido, acrescentando um dado importante: ... e aos pobres anuncia-se-lhes o Evangelho.

Mas em que, exatamente, esses milagres e o anúncio do Evangelho constituíam prova de que Jesus era efetivamente o Messias?

É que essas atividades seriam típicas de quando viesse o Messias, conforme anunciado 750 anos antes, por Isaías:

* Is 35.4-6. - Jesus estava dando pequenas amostras do que seria a era de muitas bênçãos e paz para Israel, o Milênio. 

 

* Is 61.1 - descrição perfeita do que os enviados de João viram Jesus fazendo.

Jesus usou essa profecia para autenticar o Seu ministério messiânico (Lc 4.18).

 

Voltando ao texto:

Posso quase visualizar os enviados de João Batista dando meia volta para partir, quando Jesus diz alguma coisa.

Esta é a 2a. parte da reação dEle - não pronunciada no ímpeto de uma forte emoção, mas quase um complemento, tipo a propósito, diga isso também....

 

2) E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço.

Se alguém me perguntasse se Jesus tinha ficado totalmente indiferente à atitude de João, eu diria “Não”. E se Ele havia ficado um pouco sentido, eu diria “Sim”.

 

O recado a João mostra isso. De maneira cuidadosa, é como se Jesus estivesse dizendo:

João, não entre por esse caminho de desconfiar de mim. O mais nobre é crer de maneira inabalável, sem olhar para as circunstâncias. Não crer em mim é tropeçar, é andar na contramão de Deus. E ao contrário: crer em mim é ser feliz!

 

É comum pessoas reclamarem de nós ou questionarem alguma maneira de procedermos ou de fazer alguma atividade, quando estamos realmente falhando.

Mas pode acontecer de nós estarmos certos e eles estarem errados nas suas avaliações. Aí somos injustiçados ou avaliados erroneamente. E isso dói muito.

E devemos ter cuidado ao reagir sob um sofrimento por injustiça ou incompreensão.

É aí o momento de imitarmos a maneira como Jesus reagiu naquele episódio.

 

Antes de tudo, não adianta se queimar de raiva e fazer discurso indignado.

Também não adianta ficar defendendo a si mesmo com mil raciocínios e argumentos.

Se você estiver com a consciência tranqüila de que tem estado dentro da vontade de Deus, mostre o que você tem feito, deixando que os resultados falem por si mesmos.

Agora, se ficar triste, é natural.

Quanto à frase Bem-aventurado o que não tropeçar em mim, evidentemente só Cristo poderia usar daquela maneira, aplicando a Si mesmo.

Mesmo assim, quando alguém lhe avaliar de maneira injusta, não lhe compreender na sua maneira de agir, ou duvidar se você se encaixa em alguma função, e você tiver convicção de que está no lugar certo, talvez seja o caso de você dizer:

É bom você examinar bem os motivos pelos quais está me questionando. Você conhece bem as minhas obrigações nesta função? Conhece bem o meu trabalho? E se conhece, tem avaliado de maneira mais profunda? Estou sempre disposto a aprender e consertar meus erros, mas, neste caso, creio estar no lugar certo fazendo de maneira certa.

 

Em suma: numa situação assim, mesmo ficando um pouco triste, não se sinta indignado como se fosse a maior ofensa do mundo.

Mostre como tem agido e o que tem feito. Se for o caso, diga com naturalidade e sem arrogância que acha que está fazendo o que Deus tem para você.

Guardadas as proporções, foi assim que Cristo agiu.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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