PREGAÇÃO

José: começo difícil de um final feliz (Séries GÊNESIS 41 de 55 e JOSÉ 1 de 14)

Gn 37      62 minutos      24/04/2016         

Mauro Clark


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Iniciamos aqui uma série de pregações sobre José, o último dos patriarcas.

Viveu 110 anos: 1720 aC - 1610 aC.

Conforme veremos, foi um personagem bíblico de excepcional padrão de fé e fidelidade, assim como tipo de Cristo, conforme veremos.

Não serão pregações versículo a versículo. Às vezes apenas resumiremos a passagem.

O objetivo principal é assistirmos uma belíssima vida, para aprendermos com ela.

Abraão saiu de Ur, da Caldeia (Iraque hoje) e foi para onde Deus mandou (Canaã).

Teve Isaque, como filho da Promessa. Isaque teve Esaú e Jacó, gêmeos.

Jacó teve doze filhos, de quatro mulheres, sendo duas esposas e duas concubinas.

Da primeira mulher, Lia, teve Rúben, Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom (e Diná).

Da serva de Lia, Zilpa, teve Gade e Aser

Da serva de Raquel, Bila, teve Dã e Naftali.

Da segunda mulher, Raquel (a que amava) já velho, teve os últimos: José e Benjamim.

 

Esses doze filhos vieram a se tornar as doze tribos de Israel - exceto que Levi não teve tribo (linha sacerdotal) e José teve duas, pelos filhos Efraim e Manassés.

 

Gn 37

v.1-4

Até o v.10 deve se referir anterior ao nascimento de Benjamim.

José foi se tornando odiado pelos irmãos pois era o preferido pelo pai, Jacó, por ser filho da velhice.

 

Parece que Jacó não teve a habilidade de disfarçar a preferência, inclusive dando uma túnica comprida, colorida e cara, e indicando talvez preferência na herança.

Tudo indica que Jacó não aprendeu a lição do péssimo exemplo que teve em casa, quando ele mesmo era o preferido da mãe Rebeca, e Esaú era o preferido do pai, Isaque. E isso gerou terríveis problemas.

 

É normal que pai ou mãe varie na simpatia com os filhos. Mas deve ser muito habilidoso ao tratar disso, para não despertar ciúmes.

O segredo é mostrar a todos as características básicas do genuíno amor cristão: querer o bem, disposição para ajudar, apoiar, etc.

Se o filho se sentir verdadeiramente amado, saberá absorver mesmo que note que o pai ou mãe se “dê melhor” com o irmão.

 

Outro motivo do ódio deve ter sido que os irmãos sabiam dos relatórios negativos que José dava sobre eles. Não sabemos o conteúdo, mas percebe-se claramente a diferença no caráter de José e dos meios irmãos.

 

v.5-11:

Para piorar, José teve um sonho e os anunciou aos irmãos.

No sonho, José se mostrava superior aos irmãos, que se inclinavam diante dele.

Se já não gostavam de José, a antipatia aumentou.

 

Para piorar ainda mais, teve um segundo sonho.

Nesse, além dos irmãos, incluía os pais. Mesma ideia: todos se inclinando perante ele.

 

Curioso: tal como os outros filhos, o pai reage com indignação.

Mas no v.11, algo interessante: os irmãos continuam com raiva e ciúme de José, mas o pai MUDA de atitude:

o pai, no entanto, considerava o caso consigo mesmo

Aqui entra o peso da experiência, da maturidade, de quem já viu muita coisa na vida.

De fato, eram sonhos estranhíssimos: José se tornar um rei, ou alto mandatário?

Mas... e se esses sonhos estivessem vindo de Deus?

Ele próprio tivera um sonho quando fugia de Esaú, em que o próprio Deus lhe apareceu e repetiu a promessa feita a Abraão e Isaque (Gn 28.10-15).

Depois teve outro sonho em que o Anjo do Senhor garantiu que estava com ele, inclusive em termos materiais, garantindo aumento do rebanho de maneira também estranha.

Estranho, mas seríssimo, e de fato tudo aconteceu! (Gn 31.11-13).

E agora, o seu filho querido e sério, fala de dois sonhos, com a mesma mensagem!

Não, Jacó, não iria se precipitar, como os inexperientes filhos, e se irritar contra José.

Isso era coisa para meditar!

Exemplos: Daniel (Dn 7.28) e Maria (Lc 2.19,51)

 

Aprenda a meditar, especialmente quando coisas de Deus estão envolvidas.

Se alguém lhe diz um detalhe bíblico em que não havia pensado, antes de rejeitar, pense!

Se um irmão aparece com um projeto para servir a Deus, e você acha estranho, não pule sobre ele dizendo que está maluco. Medite, considere!

 

v.12-20

Duas observações sobre os sonhos de José:

1. Quando José se aproximava, disseram: Lá vem o tal sonhador.

A 1ª. coisa que pensam ao planejar matá-lo é: Vejamos em que lhe darão os sonhos.

Eles estavam profundamente perturbados com os sonhos, como se algo lhes dissesse que aqueles sonhos tinham algo de verdade, ou seja, iriam se realizar!

 

O crente às vezes se sente frustrado ao pensar que suas palavras sobre o Evangelho não tiveram nenhum efeito sobre quem ouviu.

Mas... será? Como você sabe se alguém não ficou perturbado, até hoje, com verdades bíblicas que você falou, talvez anos atrás?

Claro que não temos como saber, mas uma coisa é certa: fale! O efeito é com Deus.

 

2. Não é à toa que os sonhos gerassem um ódio que chegou a limites assassinos.

Embora o texto não diga, os sonhos eram profecias de Deus.

É evidente que o próprio José os encarou como especiais, não como sonhos quaisquer.

Ele estava sendo chamado à parte para uma especialíssima tarefa divina.

A questão é muito mais do que apenas raiva e ciúme entre irmãos, mas uma violenta batalha espiritual entre Deus e as trevas, entre um filho de Deus e filhos das trevas.

 

Não é preciso ter um sonho divinamente inspirado ou ser um profeta bíblico para despertar a ira do mundo.

Em qualquer época, um crente que insiste em divulgar o que entende ser a Palavra de Deus, se expõe a despertar a ira do príncipe das trevas e de seus súditos humanos.

Você está ciente desse risco?

 

v.21-28

O mais velho, Ruben, age com boa intenção para ganhar tempo e livrá-lo dos irmãos.

Jogam-no numa cisterna seca e vão comer! É impressionante a frieza desses irmãos.

O plano de matar José ainda estava na mente de alguns deles, pois somente desistiram quando Judá teve a ideia de vendê-lo a uns mercadores ismaelitas.

 

Interessante: a consciência deles doeu para matar, mas não doeu para vendê-lo como escravo em outro país!

Nossa carne é tão perigosa, que se sente bem em não fazer certo pecado, mas faz outro!

 

Aprox. 20 anos depois, os irmãos se lembraram que José implorou pela sua vida: 42.21

Tipo de Cristo: traído e vendido a dinheiro por íntimos.

 

v.29-35

Rubem havia se ausentado dos irmãos (talvez para chegar ao poço por outro acesso).

Choque ao descobrir que a cisterna estava vazia.

E agora, como fazer para contar ao pai?

Um pecado leva a outro: agora ia começar a farsa cruel diante de Jacó!

Tomam a túnica de José, molham em sangue e levam ao pai.

Inconsolável, Jacó assume que nunca mais veria o seu filho e que choraria até o dia de ele mesmo morrer.

E aqui Jacó comete um ERRO: predizer o futuro... mesmo que óbvio!

Só que era óbvio para ele, pois achava que José estava morto. Mas não estava!

 

Você, crente, que anda com Deus, tenha cuidado em tirar conclusões “óbvias”. Especialmente as de cunho pessimistas, negativas, trágicas, mórbidas.

Sim, pode ser que aconteça como você está temendo. Mas nunca esqueça que você não tem todas as informações. Não sabe como Deus agirá amanhã!

Seja muito prudente quando se tratar do futuro.

A melhor opção é seguir a exortação de Cristo, basta a cada dia o seu mal.

 

v.36

O episódio termina com José vendido para Potifar, oficial de Faraó.

Sem dúvida é uma história trágica, triste, revoltante, deprimente.

Mas temos de nos acostumar que Deus se utiliza desse tipo de coisa para o bem.

Quando digo “para o bem”, quero dizer duas coisas:

1. Para a glória dEle.

2. Para ensinar, edificar, abençoar o seu povo.

 

Quando falo “precisamos nos acostumar” é porque somos tão sensíveis com as coisas daqui e nos abatemos tanto com problemas, que não enxergamos os aspectos benignos, de fundo espiritual: a glória de Deus e o nosso aprendizado.

A história de José é excelente para aprimorar nossa visão para enxergar essas coisas.

 

Claro que aqui é só o começo da história de José.

E sabemos que coisas lindas acontecerão ao longo e terminará de maneira empolgante!

Aproveite a lição: não é só a história de José que acabou bem. A sua acabará também. Não obrigatoriamente aqui na terra. Mas no céu, com certeza.

E quem disse que a nossa vida se encerra aqui na terra?

 

Que Deus nos abençoe com essas e outras tantas lições que virão.

E você, amigo, preste atenção no que ouviu hoje e nas outras que virão, como se comporta um homem como José. Veja o que é fidelidade, mesmo com muito sofrimento.

Exatamente como Cristo espera de todo ser humano. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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