PREGAÇÃO

JOVENS - Vestimenta feminina: padrão bíblico

1Tm 2.9-10; 1Pe 3.3-6      70 minutos      20/10/2019         

Mauro Clark


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Os dois grandes apóstolos tratam da postura das mulheres crentes, sob vários ângulos.

O contexto de Paulo é de orientação quanto a reuniões de adoração, ou seja, cultos.

No v. 8, Paulo dirigiu-se aos homens, recomendando a oração e um comportamento santo e reto, sem iras e discussões. Nada falou de vestuário.

Ao falar para as mulheres, trata logo das roupas e enfeites. O modo como se apresenta em público é muito mais forte e significativo em mulheres do que em homens.

Obviamente essas exortações não se referem apenas aos cultos, como se a mulher crente ficasse totalmente livre para se vestir como bem entender em outros lugares.

 

Quanto ao trecho de Pedro não faz referência a lugares.

Embora Pedro fale mais especificamente para esposas crentes, certamente é aplicável também para moças e mulheres solteiras.

O fato é que a mulher crente deve se vestir decentemente onde quer que esteja.

De agora em diante, quando eu falar em vestimentas ou roupa, entenda no sentido amplo que inclui os adereços, o penteado, maquiagem etc. Mas a ênfase é na roupa mesmo.

 

A roupa é fundamental na composição da imagem e até da reputação de uma mulher.

Pela maneira de se vestir uma mulher pode ser chamada de elegante ou vulgar, charmosa ou desleixada, digna ou indecente.

Isso também poderia ser aplicado ao homem, mas em ponto muito menor.

 

Tanto Paulo como Pedro falam de dois sentidos de vestir-se: literal e figurado (espiritual).

Vejamos primeiro no sentido literal, FÍSICO

Como deve se apresentar:

... em traje decente (Paulo)

Grego, κοσμιος kosmios: bem organizado, conveniente, modesto (NVI: modestamente)

 

“Mas pastor, isso é muito difícil porque é subjetivo. O que é decente para um, pode não ser para o outro. Qual o referencial: uma senhora de 60 anos ou uma mocinha de 15? De uma convertida antiga ou de uma que se batizou há um mês?”

Ótima pergunta: Qual o referencial para se definir decência no vestir? Veremos adiante.

 

Como não deve se apresentar:

... com cabeleira frisada (Paulo) e frisado de cabelo (Pedro).

Grego: cabelo trançado, pontuado com nós, formando um penteado exagerado.

Algumas mulheres tinham como profissão fazer esses trançados.

Faziam penteados em forma de torre, de meia lua, e outras extravagâncias.

Não penso que eles proibiram qualquer tipo de penteado em mulheres, mesmo em forma de trança, mas um penteado exagerado, chamativo, mostrando vaidade e futilidade

 

... com ouro ou pérolas (Paulo e Pedro).

O que está sendo reprovado é o uso inadequado e exagerado de jóias.

A própria Bíblia tem algumas referências positivas a jóias.

Dois exemplos:

1) Salomão compara o valor do ensino dos pais a diademas e colares (Pv 1.8-9).

2) O Sl 45, Messiânico, retrata um ambiente real, com música vinda de palácios de marfim, a rainha, ao lado do Rei, está adornada de ouro finíssimo e a filha do Rei está usando vestido enfeitado com ouro. (Sl 45.8-9,13).

 

O problema, portanto, não é simplesmente a mulher crente usar ou não usar jóias. Mas:

* O local e o ambiente em que vai usá-las. Um culto a Deus não é ambiente para se mostrar as jóias que têm. Num casamento, por exemplo, o uso é mais apropriado.

* A sobriedade no uso, sem exageros que evidenciariam ostentação.

* O propósito com que está usando aquelas jóias.

Tudo bem, se quer apenas ficar bonita, apresentando-se de maneira harmoniosa e agradável, em ambientes apropriados.

Tudo mal, se quer deixar as outras mulheres roxas de inveja, se pensa que as jóias vão lhe conferir alguma dignidade pessoal, ou se valoriza demais as jóias, gastando mais do que pode para possuí-las.

 

... aparatos de vestuário (Pedro)

Expressão geral que indica adereços diversos. Hoje seria brincos, colares, pulseiras etc.

Novamente a idéia de não exagerar, não fazer dessas coisas algo importante na imagem.

 

- ... ... ou vestuário dispendioso (Paulo)

Mesmo raciocínio para as jóias.

Nada errado em uma mulher crente usar roupa de boa qualidade dentro das suas posses, em ambiente adequado e com o singelo propósito de estar bonita e bem apresentada.

Mas se o custo está acima do que pode, a roupa está deslocada para a ocasião e o propósito é se exibir – essas coisas é que o apóstolo condena.

 

Em termos figurativos (ESPIRITUAIS), a mulher crente deve se vestir...

... com modéstia (v. 9) (Paulo) (NVI: decência)

No grego, aidos: “sentimento de vergonha ou honra, modéstia, timidez, reverência, consideração para com os outros, respeito.” - Strong

 

Observe dois fatores importantes:

1) Um sentimento para si mesma: vergonha, honra.

Uma mulher com tão nobre sentimento não quer expor o seu corpo de modo inapropriado.

Sei que o próprio conceito de “inapropriado” é complicado.

Em ambientes diferentes, é aceitável que se use roupas que descubram mais o corpo de que roupas para outras ocasiões. Uma roupa de banho naturalmente expõe mais o corpo do que uma vestindo longo de baile.

* Só que existem trajes de banho decentes e trajes de banho indecentes.

* Existem vestidos longos decentes e vestidos longos indecentes.

É evidente que não preciso entrar em detalhes para explicar em cada de tipo de roupa o que é decente e o que não é.

Uma mulher com modéstia ou decência, sabe diferenciar cada ocasião ou circunstância.

Quanto ao ambiente de culto, uma roupa feminina decente, dentro dos padrões e costumes aceitáveis, evidentemente não deverá ser curta ou apertada ou decotada etc.

É triste dizer, mas tem sido comum ver entre nós esses tipos impróprios de roupas.

 

Como vimos, a ideia de modéstia/decência tem ainda uma outro ângulo:

2) Um sentimento para com os outros: consideração, respeito.

Quem tem consideração ou respeito pelos outros não quer ser pedra de tropeço a outro - que é o que acontece quando uma mulher se veste com roupas provocantes.

Muitas roupas são feitas especialmente para expor ou destacar parte do corpo - e da maneira mais sensual possível.

E todos sabemos onde essas roupas são concebidas e projetadas: no mundo da moda:  altamente fútil, encharcado de vaidade, submerso em drogas, sexo, perversão.

Tudo com muito charme, beleza, mulheres lindas, ambientes milionários, alto luxo.

E isso enche de desejo os nossos olhos pecadores, mas ao mesmo tempo enche de repugnância o coração de Deus.

 

E muitas dessas roupas, que desde o desenho do estilista, vêm com impressão digital do diabo, terminam sendo avidamente usadas por mulheres crentes!

E ao usarem roupas provocantes, é inevitável que despertam em homens pensamentos sensuais (até imorais). Isso é pedra de tropeço!

 

Sei que algumas irmãs argumentam:

- Ah, o problema não é com a minha roupa, mas com os olhos dele. É só não olhar.

Não é bem assim. O problema é com os dois – com a roupa de uma e os olhos do outro.

Mas se a roupa não fosse provocante não atrairia tão fortemente os olhos masculinos.

Embora haja homens mais carnais que outros, que olham com forte malícia, o fato é que todos os homens são atraídos pelo corpo feminino.

É uma questão de instinto, com o qual os homens crentes vivem lutando.

Então, quando uma mulher usa uma roupa que expõe o corpo, está tornando mais sofrida uma área da vida do irmão que já é difícil.

E quantos vão tropeçar, com pensamentos sensuais com o corpo da irmã em Cristo?

Ser pedra de tropeço é pecado grave! 1Co 8.11-12; 10.31-33; Rm 14.21

 

- Ah, mas eu não tenho intenção de prejudicar ninguém.

O problema é que ser pedra de tropeço é pecado - com ou sem intenção.

E mais: uma irmã que se veste de maneira inconveniente, não é pedra de tropeço somente a homens.

Poderá ser para outras mulheres, levando-as a se vestirem também daquele modo.

Você, adulta, já pensou em quantas meninas e mocinhas você, mesmo sem intenção, já poderá ter influenciado negativamente, levando-as a se vestirem de modo inconveniente?

 

- Mas eu nem noto a minha roupa.

Pois deveria notar!

Se cada uma desse uma boa rodada em frente ao espelho antes de sair de casa, talvez algumas não viriam para o culto com certas roupas. Para o culto e para lugar nenhum!

Não esqueça, irmã: o seu corpo é templo do Espírito Santo: 1Co 6.18-20.

 

Voltando:

... com bom senso (ainda em 1Tm 2. 9)

No grego σωφροσυνη sophrosune: estabilidade mental, sobriedade (NVI: discrição)

Esta é uma peça valiosa no vestuário espiritual da mulher.

Uma mulher sóbria, discreta, nunca quer chamar atenção, especialmente de maneira negativa, como uma roupa inconveniente.

 

- ... com boas obras (v. 10)

Veja que figura bonita: vestir-se de boas obras!

Muito mais importante do que acompanhar as últimas tendências da moda, em comprometer boa parte do salário com prestações nas lojas de roupa, enfeites e maquiagem, é investir na prática do bem – investir, concentração, mente, tempo, dinheiro.

 

Mas deixei em aberto a pergunta: Qual o referencial para se definir conveniência e decência na vestimenta para uma mulher crente?

Os dois apóstolos delinearam um referencial, mas por ângulos diferentes.

 

Paulo:

 ... como é próprio às mulheres que professam ser piedosas

piedoso: θεοσεβης, theosebes: “que adora a Deus, devoto, piedoso, que cumpre sua obrigação para Deus”. - Strong

 

Imagine uma mulher piedosa, que cumpre rigorosamente suas obrigações para com Deus, que tem alto senso de vergonha e pudor, que faz questão de dar bom testemunho, que se preocupa em respeitar os sentimentos dos outros, que se horroriza só com a idéia de ser causa de tropeço a alguém.

Pois bem, veja como uma mulher assim se veste e aí está o padrão para você imitar.

 

Pedro - v. 4-5.

Embora fale de mulheres casadas, o princípio vale também para solteiras.

Para Pedro, o referencial de decência que as mulheres crentes devem buscar, está nas mulheres santas, que esperavam em Deus e se portavam com os maridos como Deus queria: de maneira submissa e respeitosa. Esse é o padrão.

 

E essas mulheres tinham duas características:

a. Se preocupavam mais em vestir o interior, almejando cultivar um íntimo puro e santo;

b. Cobriam-se de um traje incorruptível, valioso e lindo: um espírito manso e tranqüilo.

São essas coisas que as mulheres crentes devem valorizar, acima de tudo.

Veja que maravilha: ... que é de grande valor diante de Deus.

 

Quer agradar a Deus? Não aos seus olhos, não à sua vaidade, não ao olhar do homem ao lado, mas a Deus?

Pois seja uma mulher santa, piedosa, que valoriza as coisas espirituais e tem em altíssimo respeito o próprio corpo e a santidade dos irmãos homens.

Fisicamente, socialmente, espiritualmente, porte-se como noiva de Cristo!

 

Que Deus nos abençoe. Amém



Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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