Ex 24.6-8 33 minutos 20/09/2020
Mauro Clark
Vimos que, depois de descer mais uma vez do monte, Moisés falou ao povo, lendo o que tinha escrito, o chamado Livro da Aliança (conteúdo de 20.22-23.19).
O povo se comprometeu a obedecer a Deus.
Depois Moisés erigiu um altar e 12 colunas e mandou jovens oferecer holocaustos.
Ali estava sendo feita solenemente a Aliança de Deus com o povo de Israel, tendo Moisés como mediador.
Deus estabelecera certas condições e o povo se dispôs a obedecer.
v.6-8
Metade do sangue Moisés espargiu (salpicou) sobre o altar.
A outra metade colocou em bacias, que espargiu sobre o povo.
Por que holocausto e sangue?
Na base da Aliança está o sacrifício, implícito no reconhecimento de pecados e necessidade de sangue ser derramado para aplacar a ira de Deus.
E a aliança previa o sangue de animais no lugar do sangue do próprio ofertante.
Qual o significado disso?
Hb 9.13 ,18-22. De forma resumida, vemos:
* O sangue de animais aspergido sobre os pecadores os santificava, os tornava aceitáveis perante Deus (isso no tempo do AT)
* Não apenas pessoas, mas também coisas, aliás quase tudo, se purificava com sangue
* Para haver remissão de pecados tinha que haver derramamento de sangue (isto porque a vida está no sangue - Lv 17.11)
Em suma: ao salpicá-los com o sangue dos animais sacrificados, Moisés purificava o povo e os tornava cerimonialmente aceitáveis.
Mas o sangue dos animais não eram um fim em si mesmos.
Soa familiares as palavras de Moisés (v.8): “Eis aqui o sangue da aliança”?
Lembra Cristo em Lc 22.20, com uma diferença: Nova aliança!
Todos os sacrifícios apontavam para Cristo.
O sangue de animais não tinham poder para perdoar pecados: Hb 10.4. Eram substitutos.
Apenas o sangue de Cristo tem esse poder.
Voltando a Hb 9: analogia valiosíssima entre a aspersão de Moisés sobre os judeus, com sangue de animais, e o que Cristo fez conosco, com o Seu próprio sangue: Hb 9.11-14
O sangue de bois aspergido sobre o povo, o colocava fisicamente em condições de praticarem a lei, de sacrificarem, participarem dos rituais, etc.
O sangue de Cristo, infinitamente mais valioso, purifica não apenas os nossos corpos, mas a nossa consciência, limpa-a de obras mortas, de maus pensamentos, de pecados.
Ou seja, torna-a pura, voltada para Deus, pronta e digna para serví-Lo.
Três observações:
1. A purificação com sangue de animais, santificava perante a lei, mas não mexia com o íntimo.
2. A purificação vinda do sangue de Cristo, alterna o íntimo.
Observe o contraste “obras mortas” x “Deus vivo” (v.14)
3. A purificação com o sangue de Cristo tem consequência prática: serviço a Deus.
Em passagens assim, vemos quantas vantagens temos com relação aos crentes do VT:
* Em vez de uma aliança precária, provisória, cheia de figuras, baseada em sacrifícios de animais, temos com Deus uma Nova Aliança baseada no sacrifício único do Filho de Deus, que ministrou não sobre sombras, mas sobre a realidade.
* Em vez de purificados por sangue de bodes e ovelhas, somos pelo sangue de Cristo.
* Em vez de apenas estarmos aptos para cerimoniais, estamos com a consciência purificada para servirmos a Deus.
*Em vez de alegria por termos tido uma visão de Deus, ficamos alegres por sermos habitação de Deus, unidos em Cristo.
Que Deus nos abençoe. Amém