Mc 7.31-35 Mc 8.22-26 29 minutos 03/06/2018
Mauro Clark
Na série AGINDO COMO JESUS, a ênfase de cada mensagem não é nos ensinos e doutrinas, mas na atitude e no comportamento dEle, visando imitá-Lo.
Na mensagem passada vimos algumas reações dEle quando lhe pediram ajuda.
Hoje veremos outros 2 pedidos que Ele atendeu:
* Surdo, que falava mal: Mc 7.31-35
A palavra traduzida por “gago” significa “falar com dificuldade”.
Jesus atende o pedido. Colocou os dedos nos ouvidos do homem e “lhe tocou a lingua com saliva”. Deve ter molhado um dedo na própria saliva e tocado na língua do outro.
O homem ficou imediatamente curado, ouvindo bem e falando corretamente.
Temos de convir que foi uma maneira bem ESQUISITA de realizar a cura.
O MOTIVO por ter agido assim, não tenho a menor ideia.
Evidentemente Ele poderia ter curado apenas com o desejo, como fez muitas vezes.
Mas dessa vez, SEM DAR EXPLICAÇÕES, agiu diferentemente.
E o que importa é que ATENDEU exatamente ao que pediram e ajudou o pobre homem.
Quando nos pedirem ajuda, podemos atender da maneira como quisermos.
Não precisamos ajudar uma pessoa da mesmíssima maneira como fizemos com outra - mesmo tratando-se de necessidades semelhantes.
O fato de Jesus não ter explicado porque agiu de maneira tão diferente, não significa que não tenha tido os seus motivos. Certamente Ele os tinha, e muito sérios.
E mais: Ele não queria brincar com o homem, ou agiu por algum motivo leviano.
Se o homem segurasse a mão de Jesus, impedindo-O de tocar a língua, alegando que Ele não fizera assim com outros, Jesus o deixaria surdo e gago.
Onde estava a confiança de que aquilo era necessário, mesmo que ele não entendesse?
E mais: onde estava a HUMILDADE do homem, que tanto precisava de ajuda?
Quando alguém lhe pedir ajuda e você tiver condições de atender, mas da sua maneira, não se constranja e não se preocupe em dar explicações.
* Cego: Mc 8.22-26
Outro milagre bem diferente. Novamente Jesus usa a própria saliva.
Mas o que torna esse milagre ÚNICO é o fato de ter sido realizado EM DUAS ETAPAS.
Primeiro, o homem enxerga, mas mal, pois via as pessoas como árvores.
Depois Jesus passou a mão sobre os olhos do homem e ele passou a ver normalmente.
Novamente não sabemos O MOTIVO de Jesus para agir assim.
Mas temos de crer que tinha seus propósitos e, ao final, acudiu à necessidade do outro.
Além das observações do exemplo anterior, mais uma: quando nos pedem ajuda, podemos ajudar por etapas.
Mesmo que tenhamos condições de resolver o problema de uma só vez, podemos encontrar motivos para agir aos poucos.
Claro que esses motivos devem ser BENIGNOS e coerentes com o amor cristão.
Mas o que você não precisa é se sentir constrangido e nem obrigado a dar explicações, se acha melhor para a situação, ajudar passo a passo.
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Antes de terminar, observe algo COMUM AOS DOIS CASOS: Jesus tirou cada um da multidão e os tomou à parte.
Por que? Talvez para não causar rebuliço no meio da multidão, e Ele queria discrição quanto às curas.
No caso do surdo, Ele mandou que as pessoas ao redor não dissessem a ninguém. E quanto ao cego, proibiu-o de entrar na aldeia.
Além disso, talvez tenha havido também motivos humanos: deixar menos constrangido o outro, concentrar-se mais no problema, mostrar uma atenção pessoal ao doente.
Seja como for, é uma atitude muito boa para imitarmos.
Quando alguém desejar falar com você, especialmente para pedir ajuda, tome-o de lado.
Isole-o um pouco dos outros e trate diretamente com ele.
Ele vai se sentir menos humilhado ou constrangido e mais prestigiado por você.
Além do mais, você vai poder prestar mais atenção, concentrar-se melhor do assunto.
Outro benefício: menos pessoas verão o que você está fazendo. O assunto será menos divulgado. Deus gosta que façamos o bem com discrição.
Que Deus nos abençoe. Amém