65 minutos 27/12/2020
Mauro Clark
Este é quarto domingo que eu falo sobre a afirmação de Salomão em Ec 3.1 de que todo propósito humano está determinado por Deus, até o tempo exato de ocorrer.
No primeiro, vimos os quatorze pares de contrastes de Salomão, tipo nascer x morrer.
No segundo, fiz uma listra complementar de mais sete pares de contrastes.
No terceiro, comentei que há várias atitudes e posturas que devemos ter o tempo todo, ou seja, não há tempo de fazer o contrário!
Dei dois exemplos:
1) Não há tempo de amar e não amar. É para amar sempre.
2) Quando solicitado, não há tempo de perdoar e de não perdoar. É para perdoar sempre.
Hoje veremos mais quatro exemplos.
3) Tendo renda, não há tempo de NÃO CONTRIBUIR para o trabalho de Deus
No NT, é claro o princípio do crente contribuir financeiramente com a obra de Deus.
Esse princípio tem por alicerce o dízimo do VT.
Apesar de não condicionar ao número “10”, o princípio de proporcionalidade (%) do VT continua no NT: 1Co 16.1-2; 2Co 8.12, 3 (acima das posses).
Sendo assim, o crente que tem salário ou algum tipo de rendimento, sempre deve contribuir com base nessa entrada.
Quanto ao percentual, ele decide com Deus (que já mostrou se agradar com 10%).
Mas é errado o crente, tendo renda, reter a contribuição, achando que “há tempo de contribuir com o trabalho de Deus e tempo de não contribuir com o trabalho de Deus”.
É triste, mas muitos crentes de fato pensam que há situações que indicam tempo de não contribuir, mesmo tendo renda normal: crise financeira, gasto extra, falta de vontade.
Ora, em vez de deixar da dar o dízimo porque está em crise, deveria ser o contrário: dar como um relógio, exatamente porque está em crise!
Quem irá tirá-lo da crise? Não é o Deus a quem ele está agradando, dando o dízimo?
4) Não há tempo de NÃO ORAR: 1Ts 5.17
- Quer dizer que agora vou me demitir do emprego e ficar em casa, orando o dia todo?
Mas quem disse que só pode orar em casa?
- Então vou ficar orando no trabalho, todas as horas? Como vou produzir?
Em 1Ts 5.17, a oração sem cessar é um estado de espírito.
O crente deve estar ligado com Deus o tempo todo.
Falando com Ele, mesmo informalmente, com frases curtas, rápidos pensamentos.
Um bom exemplo é a oração mais curta relatada na Bíblia: Ne 2.1-5
Uma confissão relâmpago, dizendo “Senhor depois em falo contigo sobre esse pecado, com mais detalhes, agora não dá”.
Exs:
1. Crente velho, pescando: “Senhor, tem peixe beliscando, depois conversamos mais.”
2. Missionário longe da esposa, com dois rádios de comunicação abertos o dia todo.
Quanto a orações formais, mais longas e trabalhadas, de fato há momento de não fazer.
Mas esse canal aberto com Deus, constante, deve ser o tempo todo - desde que acorda, até o momento da mente desligar, ao dormir.
5) Não há tempo de NÃO AGRADECER. - 1Ts 5.18
Explicação para esse princípio: Rm 8.28: todas as cousas concorrem para o bem…
Se tudo é para o bem, por que não agradecer?
Agora, agradecer pelo que é bom e agradável, é fácil. Difícil é pelo que dói e maltrata.
Mesmo assim, em certas circunstâncias, apenas usando a lógica, conseguimos entender que o que está acontecendo é útil para nós.
Mas há situações em que toda a lógica do mundo não é suficiente para explicar como aquilo pode ser benéfico. É onde entra a FÉ.
Um grande exercício de fé é agradecer por algo que está doendo e não conseguir entender em que isso pode ser bom. Mas, se temos fé, é para usar!
Acho difícil Deus se agradar da oração: “Senhor, não vou agradecer por isso. Está muito duro, não estou mais aguentando, não entendo como pode ser bom para mim. Esse é tempo de não agradecer. Por isso, não vou te dizer obrigado.”
Devemos respeitar e compreender crentes que tiveram grandes perdas e que tenham tido dificuldade em agradecer diretamente por ter perdido o pai, o filho, o irmão.
Mas quando lá no fundo de uma alma, onde a compreensão desiste, a fé pura assume e brota um espírito de gratidão, como Deus deve se agradar!
Deixando de lado situações extremas de sofrimentos, somos tão egoístas, que muitas vezes temos dificuldade de agradecer por algo que nem provoca sofrimento ou dor, mas simplesmente porque não coincidiu com o que programamos.
Já experimentou agradecer a Deus por um pneu furado à noite, chovendo, num lugar perigoso e descobrir que o reserva também está furado?
É difícil. Mas temos de nos acostumar, mesmo nos forçar a agradecer a Deus por tudo.
Em suma: não há tempo oportuno para dizer: “Senhor, desculpe, mas por isso, não vou agradecer.”
Em tudo dai graças!
6) Não há tempo de NÃO GLORIFICAR A DEUS - 1Co 10.31
Glória: Gr.: esplendor, excelência, magnificência, algo que merece louvor, honra, reconhecimento de poder.
O propósito mais básico do ser humano é glorificar a Deus.
Deus é digno de toda honra e glória: 1Cr 16.28-29
Interessante: Deus é tão sensível ao assunto de receber glórias, que não somos mandados apenas a glorificar a Deus em tudo, mas em fazer com que outros também glorifiquem: Mt 5.16
Nosso comportamento, atitude, ações, pensamentos, planos - devem ser constantemente testados, com a pergunta: “Deus vai ser glorificado nisso?”
Claro que certas atividades são mais diretamente associados com a glória de Deus: orações, leituras, adoração, serviço cristão.
Mas nem tudo é assim: dormir, passatempo, banho de mar.
Mas se é algo não pecaminoso, saudável, lícito, decente, tem bons propósitos – então podemos dizer que é para glória de Deus.
Para o crente, uma grande pergunta no final de ano é meditar no quanto conseguiu ou mesmo tentou contribuir para que, pela sua vida, Deus fosse glorificado.
Quanto a você, amigo, o melhor modo de glorificar a Deus é se sujeitando a Cristo.