Ap 20.6 56 minutos 28/07/2019
Mauro Clark
Na pregação passada, após ler o v.6 (ler novamente), terminei comentando que das 6 vezes que o capítulo 20 falou no período de “mil anos”, três se referem à prisão de Satanás – o início e o final.
Uma diz que os não crentes não ressuscitaram até que se completassem os mil anos.
As outras duas revelam uma só informação: que as almas dos decapitados viveram e reinaram com Cristo durante mil anos, sendo também de sacerdotes de Deus (v.4 e 6).
Ou seja, a ÚNICA revelação em Apocalipse de algo ocorrendo durante o Milênio é que crentes serão sacerdotes de Deus e reinarão com Cristo.
Falei que chegara a hora de dedicar toda uma pregação (ou várias) a esse tão esperado reino milenar de Cristo. É o que faremos hoje.
Essas pregações estarão entre o v.6 e o v.7 do capítulo 20, já que o v.7 pula para depois do término do Milênio, com a soltura de Satanás.
Gn 12.1-3
Quando Deus chamou Abraão para sair da sua terra e ir para uma terra distante, lhe fez uma espetacular promessa: fazer dele uma grande nação.
Nessa promessa estava incluído:
* Numerosa descendência física
* Uma terra, onde se reuniriam
* Bênçãos abundantes, extensivas às nações favoráveis a essa nação (Israel).
Duas observações importantes:
1. Abraão sabia que aquelas promessas sobre a nação que sairia dele, eram limitadas à terra, ao mundo.
Ao mesmo tempo, é óbvio que ele sabia que um dia iria morrer. E pela fé, sabia também que sua relação com Deus iria se estender muito além da terra.
Então, Abraão exercitava a sua fé em duas direções ao mesmo tempo:
a. Nas promessas que Deus havia feito a ele quanto à sua descendência física e uma terra no mundo.
Só que, obviamente, ele sabia que não veria todas as promessas cumpridas, pois levariam gerações e ele só duraria uma geração!
b. Abraão exercia fé na direção celestial, quanto à sua relação eterna com Deus depois que morresse.
E quando projetava sua existência pós morte, Abraão vislumbrava uma pátria celestial. Obviamente o que era terreno ficava secundário (incluindo as promessas para a nação).
É esse aspecto da fé de Abraão que é ressaltado em passagens como Hb 11.13-16.
A chave aqui é compreender que a certeza de Abraão quanto a uma pátria eterna, não interferia e muito menos substituía a fé dele nas promessas de uma nação na terra que descenderia dele - mesmo sabendo que a sua participação pessoal seria apenas no início e que ele morreria sem ver todas as promessas realizadas.
E esse raciocínio não se aplica apenas a Abraão, mas a todos os patriarcas, e na realidade, a todos os judeus crentes desde Abraão.
Creem em tudo o que se relaciona a Israel aqui na terra e, ao mesmo tempo, aguardam uma pátria celestial.
É uma pena que muitos crentes sérios não compreendem a existência desses dois focos.
Confundem esses pontos e pensam que o autor de Hebreus está dizendo o seguinte: Abraão e os patriarcas tinham uma fé tão profunda e espiritualizada que compreenderam que as todas as promessas de Deus para Israel eram condicionais, e como Israel foi infiel, Deus cancelou as promessas para Israel e as transferiu para a Igreja.
E mais: Abraão e os patriarcas até admitiram que isso poderia acontecer e em nada se sentiriam frustrados, pois o que esperavam mesmo era uma pátria celestial.
Penso que essa é uma interpretação profundamente equivocada.
Concordo que Abraão e os patriarcas morreram tranquilos e em plena fé, mesmo sem ver totalmente cumprida a promessa para Israel na terra. Mas isso, não porque achavam que as promessas poderiam ser canceladas. Mas simplesmente porque sabiam que morreriam um dia!
E quanto a uma pátria celestial, eles a esperavam porque era no céu onde passariam a eternidade com Deus!
2. De fato, há profecias para Israel que são aplicadas à Igreja. Mas isso não significa que essas profecias deixaram Israel de lado e se transformaram em profecias à Igreja.
Dito isso, concentremo-nos nas promessas de Deus quanto a Israel, na esfera terrena.
Vimos que Deus prometeu a Abraão uma grande nação, incluindo uma numerosa descendência física, uma terra onde se reuniriam e bênçãos abundantes.
Certamente uma grande nação teria um governo, mas em Gn 12 não é mencionado.
Quero responder quatro perguntas:
1. QUAL A FORMA DESSE GOVERNO EM ISRAEL?
Responderemos na próxima pregação.
Que Deus nos abençoe. Amém