Gn 24.7-14 42 minutos 25/09/2016
Mauro Clark
Abraão, já velho, manda seu servo fiel buscar esposa para Isaque, pois não queria que Isaque casasse com alguma mulher cananita.
O propósito era casar o filho com uma parente, preservando a raça dos judeus iniciada com ele próprio.
Ficava assim, estabelecido o importantíssimo princípio bíblico da SEPARAÇÃO.
Deus sempre quis que Seu povo fosse exclusivo e especial para Ele e portanto, separado dos outros (não isolado, mas sem misturar).
Falamos que o mesmo princípio é aplicado no NT, ref. à Igreja, que é povo exclusivo: 1Pe 2.9 e separado: 2Co 6.14-18.
O servo pergunta se, caso a mulher não quisesse vir, poder levar Isaque para lá.
Resposta de Abraão foi incisiva, forte: v.6: Cautela! não faças voltar para lá meu filho.
Novamente princípio de SEPARAÇÃO, só que agora visto por outro aspecto: Abraão não queria que Isaque voltasse de onde ele, Abraão, tinha sido chamado por Deus.
Isaque retornar seria voltar tudo à estaca zero! Essa hipótese estava eliminada.
Aplicamos para o crente ter cautela em não voltar ao mundo de onde saiu.
Continuando:
v. 7
Atitude típica do PAI DA FÉ: tinha certeza que Deus providenciaria este assunto.
Interessante é o raciocínio de Abraão: se Deus tinha feito tanta coisa com ele, certamente não iria abandoná-lo agora, em momento tão crucial para o cumprimento da promessa.
Duas coisas aqui:
1. Esse é o tipo da atitude que honra a Deus: “Se Deus fez tanto por mim, a ponto de enviar o Seu Filho morrer por mim, certamente não irá me abandonar”.
2. Cuidado em não aplicar esse princípio em detalhes do dia a dia, tipo “Se Deus já fez tanto por mim, não me deixará ter prejuízo nesse negócio”.
Sempre confira, pela Bíblia, o que você pode garantir que Deus fará por você.
v.8
Abraão não estava duvidando, apenas quis tranquilizar o servo, que ficaria desobrigado.
Veja a importância que o servo deu ao compromisso solenemente assumido com Abraão.
Você sabia que assumiu um compromisso muito mais sério com Cristo, ao se converter?
v.9-10
O servo jurou e seguiu viagem, levando ricos presentes.
v.11-14
Chegando em Naor (Harã), fez oração interessante, onde vemos:
1. Humildade:
Em vez de dizer “meu Deus”, reconhece que Abraão era maior do que ele e falou “Deus de meu Senhor Abraão”.
Quando se sentir pequeno diante de Deus, diga “Oh, Deus do fulano...”.
2. Foi claro e direto:
me acudas, isto é: preciso de ajuda.
Seja claro e direto em suas orações.
3. Intercede por Abraão:
... uses de bondade PARA COM O MEU SENHOR Abraão
Ao mesmo tempo em que pede ajuda a si mesmo, também pede pelo seu senhor.
Ou seja, um olho nele próprio e outro em Abraão!
Ótimo critério para adotar nas orações: um olho em si mesmo e outro no próximo.
4. Informa detalhes a Deus:
... estou ao pé da fonte de água, e as filhas do homens ...saem para tirar água...
Esse nível de detalhes parece mostrar que, além de muito respeitoso a Deus, o homem tinha o costume de orar e conversar com Deus.
A oração de quem usufrui da comunhão com Deus, ao mesmo tempo em que é reverente, também é bem informal, flui com naturalidade, como uma conversa com Deus.
5. Fez um plano para Deus dar uma indicação quanto à moça certa
No caso o plano funcionou, encontrou Rebeca.
Quanto a esses planos pessoais, não há orientação bíblica. Sugiro cautela. Não estamos naquela época.
O final, vocês sabem. Rebeca veio até à fonte, levou o servo à família dela (era neta de Naor, irmão de Abraão). Depois foi com o servo e casou com Isaque.
Que Deus nos abençoe com tantas lições. Amém