PREGAÇÃO

Velório é melhor do que festa (Série ECLESIASTES 21)

Ec 7.2-4      60 minutos      15/08/2021         

Mauro Clark


headset Ouça
cloud_download Baixe
print Imprima
pregação close Velório é melhor do que festa (Série ECLESIASTES 21)
volume_upReproduzindo o áudio na barra inferior

Se eu perguntasse: Quem aqui gosta de ser convidado para um banquete? Talvez todos!

Quem aqui gosta de velório e enterro? Nenhum!

Será que Salomão concordaria com esse resultado?

 

v.2a - até … banquete

Pode parecer uma mera repetição do assunto do v.1b, apenas com outras palavras.

Mas não é bem assim. Obviamente há uma continuidade, mas sob outra ótica.

Ali, Salomão colocou uma questão existencial, uma verdade filosófica.

Agora ele mostra como essa verdade deveria influenciar o dia a dia dos humanos.

É como se dissesse: “Já que o dia da morte é melhor que o dia do nascimento, então...”

E faz uma afirmação contrária aos nossos gostos pessoais e prática de vida.

Como é a Palavra de Deus, a primeira reação nossa deve ser: Devo estar vendo desfocado em algum ponto, ou pontos!

Vamos tentar descobrir onde.

Felizmente, desta vez Salomão explicou o motivo da afirmação meio estranha.

 

DOIS motivos:

1) v.2b: Na casa onde há luto se vê o fim de todos os homens.

Ou seja, num velório/enterro, a realidade da morte é arremessada contra os presentes.

Muitos diriam: Mas isso é horrível. Tenho horror a enterro, fico gelado só em pensar na morte. Não piso em cemitério.

 

Conforme Salomão, essa é uma atitude não sábia. E qual a atitude sábia?

… e os vivos que o tomem em consideração

É importantíssimo que cada um considere sobre a inevitabilidade da morte.

Pode ser um exercício não muito agradável, faz sofrer, exige balanços internos.

O resultado dessas considerações pode exigir providências, mudanças de rumo.

E a maioria das pessoas é acomodada, gosta do mais fácil, ou tem medo de mudanças.

Só que isso não é sábio. Chega a ser inconsequente.

 

Há casos de parentes que ficaram chateados com o morto, pois sabia que ia morrer e não tomou providências para acertar os negócios deixou tudo embaralhado.

 

Quanto às considerações que alguém deverá ter frente à morte, serão diferentes,

dependendo da situação espiritual de cada um. Vejamos:

 

* Não crente: resolver urgentemente essa pendência com Deus.

Toquei na pregação passada sobre a importância de alertamos amigos sobre a pendência que todo ser humano tem com Deus, desde o nascimento e que o tempo de resolver essa pendência é antes da morte.

Só que pode parecer fácil apenas dizer “Alerte!”, mas na realidade essa é uma tarefa muito difícil, pois é extremamente delicada: entra na vida pessoal do outro, assume que ele ainda não resolveu essa pendência, toca na questão da morte, que muitos repelem.

 

Lição de ouro: aproveite os momentos de morte próxima para abordar a questão.

Talvez não haja momentos mais propício.

Uma coisa é certa: seja como o outro reagir, você lhe fez um grande favor.

 

* Crente: que tipo de pensamentos, ou atitude devemos ter frente à morte?

Na pregação passada também toquei nesse assunto, citando alguns pontos, que apenas lembrarei, sem aprofundar mais, enfatizado que em nenhum momento essa atitude deve incluir morbidez e pensamentos suicidas:

* A morte é o momento do sonhadíssimo encontro com Cristo.

* É depois da morte que receberemos os misteriosos e espetaculares galardões, que serão conquistados na vida aqui.

 

Agora quero acrescentar mais dois pontos importantes na vida do crente:

* Atitude de pressa, de urgência, já que a vida passa tão rápido e a morte se aproxima a galope. Convicção de que não há tempo a perder.

* Atitude de vigilância, ou melhor, de aprimorar a nossa vigilância.

Gostamos de enfatizar que é crucial o estado espiritual no momento da morte, só que geralmente nos referindo ao que ainda não se converteu.

Afinal, o crente jamais perderá a salvação, seja qual for a hora em que a morte chegue.

Tudo certo, mas tem um detalhe: para Deus, é muito importante o estado espiritual do crente, quando morrer!

Concluímos isso pela quantidade de passagens sobre a necessidade de VIGIAR!

 

SEGUNDO MOTIVO pelo qual é melhor a casa com luto do que com banquete:

v.3: Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.

Mágoa: hebr.: aflição (entre outros).

NVI: A tristeza é melhor do que o riso, porque o rosto triste melhora o coração.
A mágoa, aflição, tristeza, saudade, faz bem ao coração (metáfora para alma, espírito, estado de ânimo)

Antes de tudo, é implícito que o riso não melhora o coração.

Só que há uma passagem em que isso é explícito:

Pv 14.13: o fato de alguém estar rindo, não significa que as tristezas dele desapareceram. Além do mais, a alegria é passageira. As tristezas são muito mais presentes, mais duradouras, mais cortantes, deixam marcas mais profundas.

 

Mas, por que a mágoa, a tristeza faz bem à alma? Salomão não diz. Sugestões:

* Ajuda a quebrar o orgulho, a arrogância

* Traz uma necessidade de ajuda, de socorro. E como a capacidade de ajuda humana é muito limitada, essa necessidade tende a se dirigir a Deus.

* Aumenta a compaixão pelo sofrimento do próximo.

* (Consequencia da anterior): aumenta a vontade de servir, ajudar o próximo.

* Tristeza é como uma sacudida, um “presta atenção” que o sentido da vida deve ser buscado com seriedade e profundidade, não é algo simples, para se desprezar:

2Co 4.17-18 : Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.

Sl 90.12: Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.

 

Considerando o que foi dito nos v.2-3, Salomão conclui:

v.4

O sábio saberá valorizar um ambiente onde há luto.

Procurará não evitar um enterro de parente ou amigo.

Estará com mente e coração abertos para meditar nessas ocasiões.

E, sendo crente, tentará falar da pendência com Deus e a salvação em Cristo.

 

Já o insensato, fugirá de velório como o diabo foge da cruz. Não quer nem ouvir falar.

Seu prazer é estar no meio de alegria, rindo, tocando a vida meio sedado pelos momentos leves, engraçados e prazeirosos que puder encontrar.

 

Termino dizendo que esta passagem:

I. Não deve estimular a morbidez (lembrando mais uma vez!)

II. Não condena qualquer tipo de alegria, ou reuniões agradáveis e festivas.  

 

O ponto é a maneira como alguém encara, tira conclusões e aprende em momentos de morte e de alegria.

Saber tirar proveitos espirituais de um enterro não é procurar essas coisas.

No outro extremo, gostar sadiamente de ocasiões leves, gostosas e alegres, não significa viver buscando euforia e ambientes festivos, quase por necessidade ou filosofia de vida.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
FalandodeCristo © 2004-2024
"... pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus."
1 Co 1.24b
close
Ministério Falando de Cristo © 2004-2024 - www.falandodecristo.com
"... pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus." 1 Co 1.24b