Ap 8 60 minutos 29/07/2018
Mauro Clark
Entre a abertura do 6º e do 7º selo João faz uma pausa e comenta dois grandes eventos. O primeiro, na terra, foi o ato de selar (proteger) 144.000 crentes judeus de 12 tribos de Israel para uma missão, talvez a pregação do Evangelho.
O segundo, no céu, onde João estava, crentes da Tribulação diante do trono de Deus.
Abertura do 7º. selo:
v.1: Quando o Cordeiro abriu o 7º selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora.
Dado o terremoto e cataclismos do 6º., seria de se esperar mais catástrofes.
E é o que vai ocorrer, mas faltava algo: silêncio no céu.
Antes: muito louvor, alto volume de som, grande voz de anjos louvando.
Agora, completo silêncio.
O CONTRASTE deve ter sido impressionante. Algumas reflexões:
* Majestade de Deus e servilitude dos homens (Hc 2.1)
* Silêncio dá gravidade a um ambiente, convida à reflexão. Talvez é o que Deus quis.
* Deus é glorificado tanto no alto volume como no completo silêncio.
v.2: Então, vi os sete anjos que se acham em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.
O 7º. selo, portanto, é o conjunto das 7 trombetas.
Mostra o aumento da severidade das catástrofes do julgamento de Deus.
Mas antes da 1ª. trombeta tocar houve outro evento, como preâmbulo para as trombetas.
v.3-6: 3 Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono; 4 e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos.
Esta é a segunda vez que João fala em incenso.
A primeira foi em 5.8, quando o Cordeiro tomou o livro da mão do Pai celeste, os 24 anciãos se prostraram diante dEle, cada um tendo na mão uma taça de ouro cheia de incenso, que são as orações dos santos.
Comentei que incenso é uma fumaça de mistura de ervas aromáticas que acompanhava sacrifícios no AT e que eram muito agradáveis a Deus (Lv 2.2; 6.15).
Em Sl 141.2, Davi se referiu à sua oração como incenso agradável que subia a Deus.
Este aqui deve ser o modelo original do altar do incenso no tabernáculo e no templo.
Voltando:
Um outro anjo, à parte dos sete das trombetas, ficou em pé ao lado do altar, com um incensário de ouro utensílio para queimar incenso. (Diferente das taças dos anciãos).
Deram ao anjo muito incenso para oferecer com as orações dos santos sobre o altar.
A fumaça do incenso queimado subiu diante de Deus, agradável.
Em 5.8 o incenso era as orações dos santos, aqui é oferecido com as orações dos santos, mas deve significar a mesma coisa. É tudo muito simbólico e misterioso.
Veja a importância das orações nesse contexto: o julgamento de Deus sobre o mundo rebelde está intimamente relacionado com as orações dos crentes ao longo da História. Pediram tanto para Deus ver a crueldade, clamaram por justiça, ansiaram para Deus agir. Tudo isso estava sendo começando a ser atendido agora.
Nenhuma daquelas orações havia sido perdida. Parece que Deus quiser evidenciar isso.
Além do mais, cada uma daquelas orações foi muito agradável a Ele.
Ore, meu irmão! Reserve tempo para orar!
v.5: E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto.
Parece que, após o incenso queimar, o anjo volta ao altar e torna a encher de fogo.
Só que em vez de colocar mais incenso para subir até Deus, ele joga o fogo sobre a terra!
E o resultado é mais catástrofe no mundo: tempestades, furacões, terremoto.
O fogo do altar, com incenso/orações dos santos, gera fumaça agradável a Deus.
E o mesmo fogo do altar, sem incenso/orações, quando jogado à terra produz terríveis julgamentos de Deus.
Como se explica tamanho poder nas orações?
Resposta: porque são feitas em nome de Cristo.
Tudo o que tem Cristo, agrada ao Pai. Se tirar Cristo, o Pai só tem julgamento e castigo quando trata com os homens, pois todos são pecadores.
v.6: Então, os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.
Examinemos as primeiras três trombetas juntas, pois são análogas e se complementam.
v.7-10
7 O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde. 8 O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue, 9 e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações. 10 O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha. 11 O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas.
Cada toque de trombeta se refere a algo que foi atirado do céu para a terra, provocando terríveis consequências.
Primeira trombeta:
O que foi atirado: saraiva (granizo) e fogo de mistura com sangue (NVI: fogo misturado com sangue).
Onde foi atirado: à terra (não à terra em geral, mas terra firme, seca)
Consequência: queimada terça parte da terra, das árvores e toda erva verde.
Segunda trombeta:
O que foi atirado: grande montanha ardendo em chamas
Onde foi atirado: no mar
Consequências: terça parte do mar se tornou em sangue e morreu a terça parte dos animais marinhos e foi destruída a terça parte das embarcações.
Não sabemos de onde veio essa grande montanha pegando fogo.
Terceira trombeta:
O que foi atirado: grande estrela ardendo como tocha, chamada Absinto (planta amarga que produz bebida forte, medicinal e alucinógena).
Na Bíblia, absinto é símbolo de calamidade e injustiça.
Onde foi atirado: um terço dos rios e fontes da água
Consequências: terça parte da água doce do mundo se tornou em absinto, muitos dos homens morreram (certamente envenenados).
São catástrofes de tal magnitude que não temos referencial para imaginar.
Quarta trombeta:
v.12: O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite.
Lembra: Jesus: Lc 21.25; Sf 1.14-16
Deus interfere diretamente no sol, lua e estrelas reduzindo em um terço a capacidade deles de brilhar (ou em intensidade, ou em termos de horas do dia)
Resultado: não apenas o mundo ficou bem mais escuro, mas com grande redução da energia solar - causa de funcionamento de quase tudo na terra.
A essa altura o mundo estará um caos (embora não saibamos a duração de cada evento). Sabemos que o sol voltará a brilhar, aliás com força redobrada (16.8-9)
Antes da quinta trombeta, João observa uma águia no céu bradando com grande alarido uma mensagem horripilante:
v.13:
Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!
Imagine-se no médico se queixando de muita dor e ele, em vez de prometer melhoras, diz: Isso não é nada, você vai piorar muito!
É o que vemos aqui. Em vez de consolo de Deus para os homens sofrendo horrivelmente, o que vem dEle é anúncio de mais desgraça, mais sofrimento, como que dizendo Isso ainda é pouco, se preparem para muito mais. Esta é a minha vingança!
De fato, o pavor, o pânico, o sofrimento causado pela 5ª, 6ª e 7ª trombetas (a 7ª. se desdobrará nas 7 taças derramadas) serão muito maiores do que as anteriores, como veremos.
Termino dizendo que Deus não age assim por malvadeza ou sadismo. Ele não é malvado.
Primeiro, Ele avisou e avisou e avisou que seria assim. A Bíblia está pronta há 2000 anos!
Segundo: cada ato de vingança dEle é baseado em justiça e retidão.
Terceiro: para quem Lhe dá ouvidos, Ele não é um Deus ameaçador, mas exatamente o contrário, é um Deus CONSOLADOR, CONFORTADOR. Sl 18.2; 2Co 1.3-4; Jo 14.16
Todo crente sabe disso, conhece pessoalmente o conforto, o consolo de Deus.
E você, amigo, quer também? Vá a Cristo, o grande Consolador!
Que Deus nos abençoe. Amém