Gn 25.27-34 35 minutos 09/10/2016
Mauro Clark
Episódio muito significativo entre os dois gêmeos.
v.27
Eram bem diferentes: um, caçador, aventureiro; outro: pacato.
v.28
Além das diferenças, vemos também um desequilíbrio na pequena família de Jacó: Isaque amava mais Esaú (por causa do apetite!) e Rebeca amava mais Jacó (talvez por causa de v. 22-23).
v.29-30
Até aqui nada demais um irmão faminto pedir ao outro uma porção de comida.
v.31
Jacó aproveita a ocasião e propõe uma troca absurdamente desigual.
direito de primogenitura:
Numa família comum: - herança dobrada dos bens do pai.
- autoridade do pai na família, na ausência deste.
- sacerdote da família (antes da lei).
Só que a família de Isaque não era uma família comum: havia promessas grandiosas de Deus a Abraão.
Então, além daqueles direitos comuns, a primogenitura do filho mais velho de Isaque incluía valores espirituais extremamente valiosos:
* Direito (dentro dos limites da época) à Terra Prometida (Canaã).
* Direito a ser um dos patriarcas do povo prometido a Abraão.
* Honra de estar na linha de sucessão do Messias, através de quem seriam abençoadas todas as famílias da terra.
* Em suma, “a benção de Abraão” (28.3-4).
Daí temos ideia do tamanho do “preço” que Jacó cobrou por aquele prato de cozinhado.
Atitude de Jacó:
Negativa:
1) Apesar de não ter enganado o irmão, aproveitou-se de uma situação desfavorável dele. Quase uma chantagem.
2) Quis “ajudar” a Deus (tal qual seu avô Abraão com o filho de Hagar).
Positiva: Desejava ardentemente a primogenitura, mostrando com isso duas coisas boas:
1) Valorizava tanto as promessas de Deus ao seu avô Abraão, que queria a qualquer custo participar diretamente delas
2) Levava a sério a revelação de Deus à sua mãe no v.23, e certamente achava que aquela era a oportunidade certa de começar a se cumprir aquela promessa.
Em resumo, Jacó mostrou FÉ, e com isso agradava a Deus.
Atitude de Esaú:
Péssima, em vários aspectos:
- Falta de visão espiritual, olhando apenas para coisas terrenas, imediatas.
- Desprezou algo sagrado, de enorme valor.
Por isso foi considerado impuro e profano: Hb 12.16-17.
Lições:
I - É bom confiarmos nas promessas de Deus, mas não adianta se impacientar e tentar “dar uma mãozinha”.
II - É bom termos zelo de Deus, mas não a ponto de praticarmos atos duvidosos sob a alegação de que é zelo.
Ex: esposa casada com não crente que tirava dinheiro dele para a igreja, escondida.
III - Jamais sejamos profanos como Esaú, desprezando algo que Deus nos deu e que para Ele é muito valioso.
Exemplos:
- Corpo: templo do Espírito Santo (sagrado). Atenção com pureza: 1Co 3.16-17; 6.18-20
- Dinheiro: Deus valoriza a maneira como o crente aplica o seu dinheiro. E é fácil usá-lo de modo que desagrade a Deus.
- Relacionamento com pessoas: não é à toa que nossos caminhos cruzam com outros.
IV - Jacó, mesmo com erros, agradou a Deus, foi protegido e abençoado. Por que? Fé.
Estejamos sempre atentos para FORTIFICAR a nossa fé. Só assim aumentaremos a capacidade de agradar a Deus.
Esaú, mesmo não valorizando pessoalmente sua primogenitura, tinha que preservá-la com cuidado, pois envolvia valores que interessavam muito a Deus.
Mas, sem fé, ele não alcançava essas sutilezas fundamentais.
É a fé que nos permite desenvolver visão correta sobre as coisas de Deus, não permitindo nos dirigirmos pelo que nós damos importância, mas pelo que Deus dá.
Que Deus nos abençoe. Amém