Em meditação passada falamos sobre o costume de se culpar a Deus pelos males da humanidade. Mostramos que o homem é que é o grande culpado pela entrada do pecado no mundo e a conseqüente quebra da harmonia na Criação. O pecado, como ensina a Bíblia, trouxe a morte e todo o tipo de sofrimento que existe.
Exortamos, então, a que você admitisse a sua culpa diante de Deus e que também agradecesse a Ele pela paciência com que tem lhe suportado.
E aí está preparado o terreno para o passo decisivo que vai resolver o problema de seu distanciamento de Deus: o arrependimento!
A necessidade do arrependimento permeia toda a Bíblia, do Velho ao Novo Testamento.
O profeta Oséias falou: "Tende convosco palavras de arrependimento e convertei-vos ao Senhor..." - Oséias 14.2a.
João Batista, o poderoso pregador e arauto de Cristo, pregava basicamente, assim: "Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. (Mateus 3.2)
O próprio Jesus afirmou a necessidade do arrependimento para a salvação: Ele, porém, lhes disse: Pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem padecido estas coisas? Não eram, eu vo-lo afirmo; se, porém não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis." (Lucas 13.2-3).
Gostaria de comentar duas coisas. Primeira: o arrependimento é algo íntimo, que vem de dentro do coração. É invisível aos outros, apenas Deus pode perscrutá-lo. Isso deve servir de meditação a algumas pessoas que valorizam muito os formalismos religiosos e demonstrações visíveis de uma "vida penitente".
A Bíblia é clara nisto: sem um arrependimento sincero, não há comunhão com Deus. E como a salvação da alma está condicionada a esta comunhão, feita através de Cristo, de nada adianta a prática de qualquer religião, seja lá qual for, sem um coração contrito.
Em segundo lugar, é importante não confundir arrependimento com o mero reconhecimento de que se é pecador. Certa vez, li a entrevista de uma repórter a um ex-policial que tinha torturado e assassinado dezenas de marginais. Ela ficou profundamente chocada, não com os crimes em si, mas porque, apesar da confissão e até descrição detalhada de alguns deles, o homem não mostrou nenhum sinal de arrependimento pelo que fizera. E aí está um bom exemplo para mostrar que o reconhecimento de um mal praticado não significa o arrependimento do ato.
Muitas pessoas sabem que são pecadoras, reconhecem que têm a inclinação de fazer o que é errado aos olhos de Deus, sentem-se impotentes para combater esta fraqueza. Mas isto não é arrependimento. O arrependimento de que fala a Bíblia produz uma verdadeira repulsa pelo pecado. Gera uma atitude de profunda tristeza por todo o desagrado que já causou a Deus. Desperta uma firme determinação de dar um "basta" naquela infeliz rotina e seguir uma vida reta e obediente aos ensinos das Escrituras.
Você, que se chama cristão, já passou por essa experiência? Quando? Não se lembra? Cuidado: ela é decisiva e marcante demais para ter caído no esquecimento. Seria o caso de você ainda estar precisando arrepender-se? Pense nisso!