No Boletim da semana atrasada, comentamos que o Senhor Jesus Cristo falou muito pouco no dia em foi julgado e condenado.Na maior parte do tempo, permaneceu calado.
Algum dia você já parou para pensar que reagir dessa forma é uma das maneiras de aplicar o princípio de dar a outra face (Mt 5.39)?
Esse famoso ensino de Cristo, há dois mil anos tem deixado no ar a pergunta: Esse dar a outra face deve ser seguido ao pé da letra?
Admito que haverá momentos em que deva ser aplicado de modo literal, sim. Mas nem sempre. Talvez na grande maioria das vezes a obediência a essa ordem de Cristo será feita por meio de atitudes, de posturas.
O próprio exemplo que Jesus deu, num certo momento do seu julgamento, fornece um exemplo perfeito do que estou querendo dizer. Um dos momentos mais brutais daquelas horas negras foi quando um guarda O esbofeteou:
Dizendo ele isto, um dos guardas que ali estavam deu uma bofetada em Jesus, dizendo: É assim que falas ao sumo sacerdote? Replicou-lhe Jesus: Se falei mal, dá testemunho do mal; mas, se falei bem, por que me feres? João 18.22-23
Jesus pronunciou exatamente duas frases, deixando claro que não havia dado motivos para ser agredido daquela maneira. Depois calou-se. Não tinha mais nada a falar.
Ao perguntar Por que me feres?, deixou exposta a violência gratuita daquele guardinha atrevido. Mas Jesus não o agrediu de volta. Sendo gentil com alguém tão cruel, é como se Jesus tivesse dado a outra face, arriscando sofrer uma segunda agressão, talvez mais violenta do que a primeira.
Da próxima vez que você for moralmente agredido, fale pouco, depois cale e sofra as conseqüências. Nada de impropérios, de ameaças e de coração fervendo de ódio. E se as ofensas voltarem ainda pior, não se admire: é apenas você levando um novo bofetão na outra face exposta. É apenas você seguindo por um duro caminho pelo qual Cristo já passou antes. Nobre caminho!