13 Outra razão ainda temos nós para, incessantemente, dar graças a Deus: é que, tendo vós recebido a palavra que de nós ouvistes, que é de Deus, acolhestes não como palavra de homens, e sim como, em verdade é, a palavra de Deus, a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes.
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Para a igreja de Tessalônica, Paulo tinha apenas elogios. Eram crentes padrão.
A carta começa dando 3 motivos para dar graças a Deus por eles:
1. operosidade da fé; 2. abnegação do amor e 3. firmeza da esperança.
Agora ele menciona o 4o. motivo para dar graças a Deus: acolheram a palavra de Paulo não como palavra de homens, mas como sendo a palavra de Deus.
Antes de examinar o texto, uma observação:
Paulo orava muito (incessantemente) agradecendo pelo progresso de irmãos.
E ainda enumerava um a um os motivos pelos quais agradecia.
Normalmente nos dispomos a orar pelos irmãos que estão com problema. E isso é ótimo!
Mas você tem agradecido pelos irmãos que estão sadios na fé?
Já pensou na importância deles na igreja? Na sua vida? No reino de Deus?
Voltando: Paulo coloca em contraste DOIS TIPOS de palavra: a de homens e a de Deus.
A distância entre Deus e os homens é tão grande, que Paulo nem se deu ao trabalho de explicar o motivo de ter sido melhor aceitar como palavra de Deus.
Homens: perdidos, voltados para o mal, distorcem a Verdade (mesmo filósofos - que vêem apenas parcialmente. Em suma, não são dignos de confiança.
Muitos pressupostos científicos/filosóficos mudam rapidamente.
E mesmo Adão antes de pecar, embora puro, era limitado em seu conhecimento.
Até mesmo o crente, regenerado, não tem condições de descobrir POR SI só a Verdade, como se tivesse sozinho a capacidade de perscrutar os planos de Deus.
Ou seja, o ensino de um crente, se vem dele, também não é digno de confiança.
Com Deus é diferente. Ele é o Criador: fez e planejou tudo.
O que Ele diz é fato, é a Verdade total absoluta.
Deus não opina, decreta; não pergunta, responde; não pede, ordena; não aprende, ensina; não arrisca, acerta.
Portanto, é óbvio que a Palavra de um Deus assim é completamente digna de confiança.
Numa livraria pedi ao gerente que me indicasse um livro bom: “Só temos um: a Bíblia!”
Em suma, o que a palavra de Deus afirma, é taxativo.
Quando um especialista fala, tendemos a aceitar.
Quanto mais quando é o próprio Deus quem fala.
Para quem ouve a Palavra de Deus, só há uma opção certa e segura: aceitar (obedecer).
Qualquer outra atitude é perigosa: resistir, duvidar, questionar, rejeitar.
Por isso Paulo disse que os irmãos fizeram muito bem em não terem considerado como palavra de homens o que ele próprio dissera.
Em vez disso, receberam o que Paulo disse como a Palavra de Deus e, uma vez crendo nisso, resolveram acatar.
Observe como ele disse:
e, sim, como, em verdade é...
No caso, de fato o que Paulo disse era a Palavra de Deus.
Não que Paulo, ao falar, tivesse deixado de ser humano e se transformado em Deus.
Mas tornou-se PORTA-VOZ de Deus, inspirado pelo Espírito Santo: 2Tm 3.16-17;Pe 1.21
Todos os profetas falaram dessa forma, assim como todos os que escreveram a Bíblia.
Voltando: mas se não tivesse sido assim, e Paulo tivesse falado por ele mesmo?
Seria altamente prejudicial eles pensarem que era a Palavra de Deus.
Há DUAS situações muito perigosas em cada igreja:
1. Ouvir como Palavra de Deus o que não é
Como saber hoje o que realmente pode ser considerado a Palavra de Deus?
Apenas o que está revelado na Bíblia.
Uma das crenças básicas da fé cristã sadia é que o cânon encerrou.
Como se concluiu isso?
a) Algumas passagens do próprio NT, especialmente Dt 4.2; Mt 15.6-9; Ap 22.18-19
b) De modo sobrenatural, Deus deu essa convicção à igreja, que levou 400 anos para reconhecer oficialmente os 27 livros do NT (III Concílio de Cartago, 397).
(Mais 39 livros do AT = 66 total).
Graças a Deus, os batistas tradicionais, em geral, não têm esse problema.
Mas é bom estar alerta e nunca confundir a palavra do pastor ou de escritores famosos como Palavra de Deus.
2. Não ouvir como a Palavra de Deus o que é.
Infelizmente, este problema é mais comum em nossas igrejas: crentes que não reagem aos ensinos da Bíblia como sendo de suprema autoridade, a própria Palavra de Deus.
Detalhe: todos confessam que crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus.
Mas alguns não colocam em prática algumas coisas que são contra suas opiniões e interesses pessoais.
Casos que tenho encontrado:
* Recusa em deixar de fazer algo que em si não é pecado, mas para não escandalizar, tropeçar, ofender ou enfraquecer um irmão
* Dificuldade de esposas em se submeterem ao marido
* Dificuldade de maridos em usar sua autoridade como cabeça do casal
* Dificuldade em disciplinar a criança como a Bíblia manda
* Problemas relacionais mal resolvidos
* Avareza em dar o dízimo
* Mau uso dos olhos e dos ouvidos
* Mau uso do tempo
Irmãos, a Bíblia tem muito a falar sobre cada item desse. E não só falar, MANDAR!
Não é o pastor quem diz! Não é a igreja que exige. É DEUS!
Saibamos, como os Tessalonicenses, ouvir e acatar a Bíblia como sendo a Palavra de Deus, como de fato é.
a qual, com efeito, está operando eficazmente em vós, os que credes
Esse efeito da Bíblia na vida do crente é tão forte e rico, que reservarei a próxima pregação apenas para tratar disso.
Que Deus nos abençoe. Amém