1 Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos! 2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes. 3 É como o orvalho do Hermom, que desce sobre os montes de Sião. Ali, ordena o SENHOR a sua bênção e a vida para sempre.
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Sempre é bom dirigir alguma palavra sobre a unidade da igreja.
Pois esse salmo, que tem até corinho sobre ele, embora meio esquisito e pouco comentado, é muito bonito e fala no assunto.
Ramagem (ou degráus): os peregrinos cantavam subindo para as festas em Jerusalém,
v.1
O assunto é claro: a união entre os irmãos.
Contexto: não irmãos de uma mesma família; nem os irmãos da igreja (não havia sido
fundada), mas compatriotas, judeus (talvez se referindo às grandes peregrinações durantes as festas em Jerusalém).
Como Israel serve de APLlCAÇÃO para igreja, podemos aplicar o conceito de irmão para os irmãos em Cristo.
Ou seja, é bom e agradável viverem unidos os irmãos aqui na igreja.
Bom: benigno, que contribui para o bem.
A união é ÚTIL à igreja, faz bem, trabalha A FAVOR dela.
Poderíamos ter excelente doutrina, programas intensos e altamente bem planejados, instalações enormes e luxuosas, muito dinheiro no banco, programas de rádio e televisão, mas se não tivéssemos UNIÃO, seríamos uma igreja fraca,
lnfelizmente isso acontece em muitas igrejas. Que a nossa nunca venha a ser assim.
Agora, nem tudo que é bom é agradável: remédio; castigo (dos pais ou de Deus); fisioterapia.
Ou seja, o fato da união ser benéfica não significaria obrigatoriamente que fosse agradável!
Mas o melhor de tudo, é que, além de ser boa, é de fato AGRADÁVEL!
Por que chegamos à igreja alegres e animados? Exatamente porque achamos AGRADÁVEL encontrar irmãos que comungam conosco, crêem no que nós cremos, vibram com o que nós vibramos, discordam do nós discordamos, etc. Isso é união! E isso é muito gostoso!
E foi isso o que Davi quiser dizer bem alto, para todo o mundo ouvir.
Mas ele não se limita a dizer que a união é boa e agradável.
Ele compara o CLIMA (ou o RESULTADO) da união, com duas coisas:
v.2
1) Com o óleo precioso sobre a cabeça, o qual desce para a barba, a barba de Arão, e desce para a gola de suas vestes.
Arão foi o 1º. sumo-sacerdote: ungido com óleo precioso, perfumado, refrescante: Lv 8.12
A descrição é muito viva: o óleo derramado sobre a cabeça dele foi descendo, passou pela barba e desceu para a gola da sua veste.
Mas, por que Arão e não pessoa qualquer?
Porque Arão representava toda a nação. No peito dele estavam pedras com os nomes das tribos de Israel. (Ex 28.9-12;15-21).
Como se o perfume que descesse da cabeça dele, envolvesse todo o país.
Pois a união entre os irmãos tem efeito semelhante: como um perfume derramado sobre a
comunidade, vai passando, se espalhando, envolvendo a todos que fazem aquele corpo,
deixando por onde passa uma sensação agradável e confortante.
Quando vamos a reunião com os irmãos (culto, casais, grupo de estudo) e saímos nos sentido felizes, leves, um dos elementos que contribuem para isso é exatamente o resultado benigno e agradável da união que vivemos nessas reuniões.
v.3a
2) Com o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião.
O orvalho do monte Hermom caia sobre as terras ao redor e regava a região, tornando-a fértil e propícia para a lavoura.
Quanto a Jerusalém, é uma licença poética, pois Hermon era muito longe de Jerusalém.
Essa é uma figura belíssima: a união entre os irmãos é como orvalho que REGA a igreja, tornando-a fértil para produzir os frutos que Cristo deseja.
Tire a união de uma igreja e você verá uma lavoura mal irrigada, um campo árido, seco, que em vez de dar vida à semente, fazendo crescer e tornar planta verde, mata a semente, sufoca-a.
Uma igreja desunida é igreja que mata a palavra pregada, por melhor que seja.
Graças a Deus pela união da nossa igreja.
Pouca coisa me faz mais feliz do que ouvir que a igreja que pastoreio é como um família.
Certa vez, num passeio de escuna com uns 40 jovens, uma senhora não crente disse “Como é bonito!”
Sem saber, ela estava tendo a mesma sensação de Davi!
v.3b
Ao falar dos montes de Sião, Davi imagina Deus pessoalmente ali em Jerusalém, (ou mesmo em Israel como um todo), ordenando as Suas bênçãos e transmitindo vida a quem lhe fosse fiel.
De alguma maneira Davi liga a união dos compatriotas com o fato de Deus estar ali abençoando tudo e transmitindo a vida, que Lhe pertence.
Como o contexto é de união, é como se Deus se deliciasse com união entre os israelitas.
Com certeza o nosso Deus se delicia em nos ver unidos em Cristo.
E não só isso, mas Ele nos CAPACITA a continuarmos unidos.
Se fôssemos deixados por nós mesmos, é certo que seríamos desunidos.
Apesar de sermos RESPONSÁVEIS pela nossa união, é importante saber que é Deus quem nos dá união, nos mantém unidos e ainda se alegra com essa união.
Que assim prossigamos até que, em vez de apenas nos abençoar e nos transmitir vida, Ele mesmo venha nos buscar pessoalmente. Amém