PREGAÇÃO

Injustiça comigo? Quero me defender (Série 2 CORÍNTIOS 4 de 54)

2Co 1.13-22      59 minutos      06/04/2014         

Mauro Clark


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v. 13-14:

Mais uma acusação contra Paulo: escrever coisas complicadas ou com subterfúgios.

Defesa: seus escritos são acessíveis e eles poderiam compreender bem.

E que pelo menos uma coisa eles já haviam compreendido: que Paulo era a glória deles e eles eram a glória de Paulo.

(Glória: motivo de se orgulhar, se envaidecer).

NVI: ... podem orgulhar-se de nós, assim como nós nos orgulharemos de vocês...

Paulo era a glória deles: fundador da igreja, apóstolo de Cristo, preocupado com o bem estar deles. Para eles, era uma honra toda essa dedicação de alguém tão especial.

 

Mas Paulo não se limita a dizer “É uma honra vocês me terem”.

Tem a 2a. parte:

... como igualmente sois a nossa (glória):

Vou apresentar vocês a Cristo como fruto do meu trabalho. Muito me orgulho de ter fundado a igreja de vocês. Vocês são importantes para mim.” - HUMILDADE do apóstolo.

 

E você - é glória de quem? Que irmão pode dizer que você tem sido importante para ele, a ponto de se orgulhar de você?

Por outro lado: se alguém é importante para você, diga para ele, reconheça, agradeça. Isso vai fazer muito bem a ambos!

 

... no Dia de Jesus, nosso Senhor: Tribunal de Cristo, prestação de contas, galardões.

Precisamos aprender a OLHAR PARA A FRENTE!

Somos imediatistas e isso muitas vezes atrapalha.

É errado pensar que Cristo não está percebendo o que você faz por Ele só porque não está retribuindo de imediato. Nada Lhe escapa. Você verá.

Será uma pena verificar o quanto você deixou de fazer por puro imediatismo, por pensar que Cristo não estava vendo e valorizando.

 

v.15-17

Nova acusação: Paulo não era confiável porque mudou os planos.

Plano inicial: ir a Corinto antes de ir para a Macedônia depois voltar e de lá, Jerusalém.

Essas duas visitas seriam dois benefícios (gr. χαρις charis = graça).

Vejam como no CENTRO do plano estava o que seria melhor para os irmãos de Corinto.

 

Quando se pensa em bom pastor, vem ideia de pregar bem, franco, boas relações pessoais, franco. Tudo bem.

Mas é fundamental: querer o melhor para a igreja! Exija isso dele!

 

Mudança: cancelou essa ida a Corinto, indo primeiro para a Macedônia e depois para lá.

E qual o propósito da mudança? Daria para ele explicar?

Interessante: Paulo não se recusa a explicar, mas só lá na frente! (1.23-2.1).

 

O mais importante era falar do caráter dele, que estava sendo atacado.

A explicação em si da razão da mudança era secundária.

E afirma 3 coisas:

* Não era leviano (gr. instável, volúvel).

* Não tomava decisões segundo a carne, com fins egoístas, terrenos, opostos a Deus.  

* Não havia nele simultaneamente o sim e o não.

  Versão Corrigida mais fiel ao original: Ou o que delibero, o delibero segundo a carne, para que haja em mim sim, sim e não, não?

Expressão difícil, várias interpretações. Mais provável: não era homem de duas palavras. Fato de mudar um plano não implica em falha de caráter ou de palavra.

 

v. 18: Seja como for, ele parte dessa questão da viagem alterada, para tratar sobre a palavra dele de maneira abrangente: a nossa palavra para convosco não é sim e não.

“Não explorem a minha mudança de um simples plano de viagem para acharem que tudo o que falei para vocês deve ser posto em desconfiança. Aliás, tomo a própria fidelidade de Deus como testemunha de que fui ordenado por Ele a lhes transmitir algo confiável e verdadeiro - o Evangelho.”

 

Paulo estava se sentindo injustiçado: “Por uma coisa pequena, me atacaram como se fosse algo muito feio, indigno, que manchou a própria reputação da minha palavra.”

 

Cada crente aqui já deve ter vivido algo assim: um engano, um esquecimento, um compromisso não cumprido por motivo justo, e é acusado dura e injustamente.

 

Duas lições:

1) Não se admire de ser assim. Faz parte da natureza humana carnal ser duro demais com o próximo.

Apenas tente não agir assim com os outros. Todos têm falhas. Seja paciente;

E quando agirem com você, reaja com largueza.

 

2) Tenha respaldo de vida para, se for injustiçado, você possa, caso queira, se defender com firmeza.

 

v.19-20:

Pequena e interessante digressão, sobre Cristo e as promessas de Deus.

Dedicarei a próxima mensagem a esse trecho.

 

v.21-22

Voltando da digressão, faz 3 afirmações solenes sobre o seu ministério e sua relação com os irmãos de Corinto, dizendo que tudo isso era obra do próprio Deus.

Observem a Trindade nesses dois versículos.

 

1) aquele que nos confirma convosco em Cristo... é Deus

confirmar: βεβαιοω bebaioo: comprovar, estabelecer, confirmar

 

 “A relação que tenho para com vocês foi estabelecida pelo próprio Deus e tem como base Cristo. Não é uma relação comum e nem apenas humana.  

A posição de influência e autoridade que tenho sobre vocês não veio de ideia minha, mas de Deus.

A necessidade que tenho de cuidar de vocês vem de Deus. Por outro lado, a submissão que muitos de vocês têm a mim, vem de Deus.”

Implícito: quem achava que a igreja não tinha nenhuma obrigação para com Paulo, estava desenquadrado dos planos de Deus.

 

2) aquele que... nos ungiu é Deus

... nos ungiu: como na frase anterior, deve estar se referindo a ele (não significa que os outros não fossem ungidos, que de fato eram).

Ungir: grego χριω chrio; lit.: ungir com óleo ou unguento.

Adquiriu sentido metafórico de posse de certa função solene (rei, sacerdote, profeta).

Depois concentrado na Pessoa do Messias, que é “ungido” em hebraico.

Jesus era o Messias. Por isso chamado Cristo - a palavra grega para ungido.

O termo passou a ser usado também para descrever o recebimento do Espírito Santo pelo crente e a entrada solene no corpo de Cristo. (Implícito em 1Jo 2.20,27).

Mesmo que Paulo estivesse usando o termo para ele, discordo que se referisse a uma unção especial como apóstolo ou uma espécie de pastor da igreja de Corinto.

Ele era ungido como qualquer crente é ungido.

 

3) ... também (Deus) nos selou e nos deu o penhor do Espírito em nosso coração.

Continua a falar da operação do Espírito Santo nele: selar (oficializar e proteger) e servir como penhor (garantia; usado no comércio como pagamento inicial).

Ef 1.13-14 explica bem: o Espírito Santo é um selo, serve como proteção e garantia.

Passagem importante sobre PERSEVERANÇA do salvo.

Se crente pode perder a salvação então o Espírito Santo foi vencido, arrancado daquela alma, a garantia de proteção que Deus deu foi fraca, ilusória.

 

Lição prática: os vínculos que você tem com os irmãos da sua igreja são diferentes dos vínculos meramente humanos que você tem numa sociedade comercial, num clube, etc.

São vínculos espirituais, mantidos pelo próprio Deus e tornados possíveis por Cristo.

Portanto, considere isso, respeite a sua relação com os irmãos, considerando as funções de cada um e a sua própria.

 

Somente neste ponto (v.23) é que Paulo fala dos motivos pelos quais mudou de plano. Fica para outra mensagem.

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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