Cl 1.18-23 58 minutos 08/01/2017
Mauro Clark
E esse sacrifício foi feito na cruz.
Os homens têm então diante de si a possibilidade de fazer as pazes com Deus.
Mas como proceder para fazer essas pazes? É o que veremos hoje.
Uma vez feito o sacrifício de Cristo na cruz, e a paz tornada possível, o próprio Deus convida o homem a aceitar a proposta de não considerar os pecados deles: 2Co 5.18-19
Mas é necessário que o pecador aceite essa proposta de reconciliação: 2Co 5.20
E muitos tiveram a felicidade de aceitar - os eleitos, os crentes, os filhos de Deus.
Além disso, como consequência, toda a Natureza será redimida: Rm 8.19-22
Mas a paz que Cristo trouxe vai ainda mais longe e inclui a volta à harmonia nos lugares celestiais. Satanás e seus anjos serão lançados no lago de fogo.
E com eles, também os incrédulos.
Deus criará novos céus e nova terra, com anjos eleitos e homens redimidos por Cristo.
Vemos aí o peso da expressão “... todas as coisas” no v.20.
Muito bem, os que foram reconciliados pelo sangue de Cristo foram perdoados, salvos e viverão eternamente no céu.
Mas, e Cristo... ficou morto?
Voltemos ao v.18b
Ele é o princípio, o primogênito DE ENTRE OS MORTOS
É implícito que Ele ressuscitou! E foi o primeiro que o fez de modo definitivo.
Depois dEle virão os crentes, que ressuscitarão para a vida eterna e ficarão com Ele para sempre - não apenas os da Igreja, mas todos os salvos desde que Adão pecou.
Mas o relacionamento dEle com os mortos se limita apenas a ter sido o primeiro? Não!
... para em todas as coisas ter a primazia
primazia: πρωτευω proteuo: ser o primeiro, manter o 1º. lugar.
Sendo primogênito, recobrando a vida pelo próprio poder (e pelo poder do Pai e do Espírito Santo), tendo vencido a morte, Ele é soberano sobre todos os mortos.
Ele decide também o destino dos mortos perdidos, que ressuscitarão para juízo eterno.
Tem a primazia sobre tudo: velha Criação, nova Criação, homens, anjos, demônios, tudo!
E essa primazia de Cristo não seria apenas uma posição especial que o Pai lhe daria depois da ressurreição, mas porque a divindade continuava inerente a Ele:
v.19: ... nele residisse toda a plenitude
cap. 2.9: nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade
Eis uma das afirmações mais contundentes na Bíblia sobre a divindade de Jesus Cristo.
Mesmo tendo assumido existência humana, o Filho, o Logos eterno, não deixou de ser Deus: Deus e homem, duas naturezas.
Neste ponto, faço duas observações:
1. Paulo alterna entre a ênfase na divindade de Cristo e a humanidade dEle, entre o poder inerente do Logos eterno e a humildade/fraqueza na 1ª. vinda, encarnado:
v.15-17: imagem do Deus invisível, Criador, existente antes de tudo.
v.18b: primogênito de entre os mortos: ou seja, humilhou-se até à morte
v.18-19: recebeu a primazia, soberania total, depois de ressuscitado e toda a plenitude
v.20: sangue da sua cruz
É como se quisesse que essas 2 verdades ficassem bem interligadas em nossa mente.
2. Segunda observação interessante:
Nos v.15-17, declara a soberania de Cristo sobre tudo.
No v.18, particulariza e foca a soberania dEle na igreja.
No v.20, declara a possibilidade de todas as coisas se reconciliarem com Deus.
No v. 21-22, de novo particulariza e foca na reconciliação dos crentes da igreja de Colossos com Deus.
Volta então a falar diretamente da experiência pessoal dos Colossenses.
v.21-22
Aqui fala da espetacular mudança que houve com eles: contrastando o antes e o agora.
Antes:
... estranhos: alienado, distanciado, excluído da companhia e intimidade de alguém
... inimigos no entendimento: ou seja, uma inimizade interna, disposição mental hostil
... pelas obras malignas: a hostilidade se evidenciava pelas obras.
Esta é uma descrição perfeita de qualquer pessoa sem Cristo. Uma situação miserável! Mas isso mudou:
Agora, porém...
... vos reconciliou no corpo da sua carne
O sacrifício físico de Jesus possibilitou a reconciliação dos colossenses com Deus.
Eles aceitaram a proposta de Deus, creram em Cristo, foram de fato reconciliados e passaram por uma transformação espiritual profunda, tornando-se:
... santos: separados do mundo para Deus, moralmente limpos, consagrados
... inculpáveis: sem culpa ao ser analisado à luz da exigentíssima justiça divina
... irrepreensíveis: sem um só motivo para ser ao menos repreendido!
É difícil avaliar a magnitude disso!
Pecadores, blasfemos, inimigos de Deus, estranhos, agora tornaram-se santos, sem culpa de nada, sem nenhum motivo para ser ao menos repreendido!
Como pode?
Sem entrar em detalhes: a própria justiça de Cristo é imputada ao pecador que se arrepende e crê em Cristo. O crente torna-se pessoalmente INCULPÁVEL, beneficiado por um crédito que não é dele!
É um trabalho sobrenatural, feito pelo Espírito Santo.
v.23
se é que permaneceis alicerçados e firmes
Paulo não está duvidando da genuína conversão dos colossenses em geral (v.3-6).
Mas como é comum haver falsos convertidos entre os verdadeiros crentes, a Bíblia sempre alerta para que cada um cheque a si mesmo constantemente e verifique se sua fé é mesmo inabalável como toda fé verdadeira deve ser.
O não convertido, fatalmente terminará...
... se deixando afastar da esperança do Evangelho...
Já o crente, permanece alicerçado na doutrina e firme na prática de boas obras.
É essa permanência na fé e a solidez das nossas vidas que nos mantêm agarrados na esperança do Evangelho. E essa esperança nos traz felicidade: 1Co 15.19
Evangelho ... que ouvistes
Repete o v.6. Tudo começou com ouvir o Evangelho.
... e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu
Antecipação da pregação mundial do Evangelho, já começada na época de Paulo.
Achamos maravilhoso saber tudo isso de Cristo, da nossa salvação, nos sentimos felizes por sermos dEle e estarmos sob a Sua proteção e poder.
Mas devemos cuidar da nossa fé e andar como Ele quer, para que todo esse poder seja muito eficaz em nós.
Que Deus nos abençoe. Amém