Amazias se torna rei de Judá, com 25 anos de idade. Reinou 29 anos (até 54 anos).
v.2a
Fez ele o que era reto perante o Senhor...
Coisa boa de ler! É triste o contrário, tão comum: “fez o que era mau perante o Senhor”.
Mas a alegria dura pouco:
v.2b
... não com inteireza de coração
inteireza: hebraico: inteiro, perfeito, completo
Caso trágico de alguém que FAZ o que é correto, mas sem convicção interna.
O interior não acompanha o exterior.
Ou o exterior não é um reflexo fiel do interior.
E passamos a ver em Amazias uma triste e longa trajetória, aqui e ali salpicada com boas atitudes, mas sempre decadente.
v.3-4:
Vingança (aceitável) e cumprimento da lei.
v.5-10
Atendeu o homem de Deus e não levou para a guerra contra os edomitas os mercenários contratados. Além do mais, mostrou confiança em Deus (v.8 e 9)
v.14
Trágica guinada: tornou-se idólatra, após a vitória.
v.15-16
Não admite ouvir o profeta que Deus mandou e até o ameaça de morte.
v.17-19
Tomou conselho: certamente não de alguém de Deus.
Torna-se belicoso: desafia à guerra o rei de Israel, Jeoás, que não quis guerrear.
Repreendido por Jeoás (um rei mau - 2Re 13.12), que o acusa de soberbo e maligno.
v.20-24
Teimoso, insistiu em guerrear contra Jeoás.
Foi derrotado, preso e humilhado, saqueado e devolvido a Jerusalém.
v.25-28
Quinze anos depois, está no fundo do poço: após abandonar totalmente a Deus, seus próprios auxiliares resolveram aniquilá-lo, fugiu, foi perseguido e terminou assassinado.
Impressionante o EFEITO daquela atitude do rei logo no início do reinado: servir a Deus com apenas parte do coração.
Dizendo de outra forma, mais moderna: servir a Deus com baixa prioridade.
Na própria Lei de Moisés Deus deixa claro o que espera de um servo fiel: Dt 6.5
Jesus falou da impossibilidade de se amar a dois senhores: Mt 6.24a
Mas infelizmente alguns crentes insistem em fazer exatamente isso: servir a Deus com parte do coração.
Envolve-se razoavelmente com a igreja, prega aqui e acolá o Evangelho, lê de quando em vez a Bíblia ou um bom livro cristão, ora uns minutinhos toda semana, reserva uma fração dos seus pensamentos e cogitações para as coisas do alto.
Por outro lado, dedica à profissão muito mais tempo do que o necessário, envolve-se mais do que seria razoável com coisas do mundo, assiste assiduamente mídia secular (filmes, jogos, etc), dedica ao laser mais do que o suficiente para descansar.
Enfim, permite haver um desequilíbrio entre a parcela do coração ligada às coisas do reino de Deus e a parcela do coração dedicada às coisas embaixo do sol.
Raramente usa o verbo “apaixonar-se” para alguma coisa espiritual.
O resultado não é obrigatoriamente tão drástico quanto o de Amazias.
Mas certamente haverá grande prejuízo na vida do crente e motivo de tristeza para Cristo.
Encerro com mais dois exemplos tristes que não quiseram dar o coração todo a Cristo:
1. Demas era um antigo companheiro de Paulo: Cl 4.14; Fm 24
Mas o abandonou! O que houve com Demas para deixar um companheiro desse?
2Tm 4.9-10: amou o presente século: a vida.
Paulo estava preso em Roma e brevemente morreria. Demas pode ter ficando com medo, ou achando que precisava cuidar de outra coisa, não sei.
O fato é que seu coração não estava totalmente com Cristo.
2. Salomão: na consagração do templo, ele encerra a grande solenidade falando ao povo:
1Re 8.61: perfeito: mesma palavra “inteireza” do nosso texto.
Bonito, não? Só que, tragicamente, o próprio Salomão não cumpriu:
1Re 11.4: de todo fiel: mesma palavra no hebraico “inteireza” e “perfeito”.
Não adianta começar a vida cristã vibrando, com alta energia, fazendo mil coisas.
O coração tem de estar totalmente comprometido. Todo dia, até Cristo voltar e dizer:
Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. - Mt 25.21
Que Deus nos abençoe! Amém