Gn 20.1-18 35 minutos 17/07/2016
Mauro Clark
Encontramos aqui Abraão, o nosso respeitado herói da fé, em um ponto baixo da sua vida, envolvido, pela segunda vez, numa situação melindrosa e constrangedora.
Veremos o erro, a causa e as consequências do erro que Abraão cometeu.
O erro
Disse uma meia-mentira, para esconder o fato de que Sara era sua esposa.
Claro que ser esposa era muito mais significativo do que ser meia-irmã.
Esse erro ele já cometera antes com o Faraó do Egito, numa história muito semelhante.
É impressionante como Abraão não aprendeu a lição daquela vez.
A causa
Medo de morrer. Vemos aqui uma fé ainda fraca, em desenvolvimento.
Se Deus prometera uma descendência e tantas bênçãos, como iria permitir que Abraão fosse assassinado por causa da mulher, antes de nascer o filho?
Ele era um homem superprotegido.
As conseqüências
1 - Antes deste episódio, Abraão fizera a Sara um pedido constrangedor. Além de revelar a covardia dele, ainda a levava a enganar também. (v.13)
Parece que Sara perdeu uma boa oportunidade de dar uma lição moral ao marido.
Por causa de uma falha nossa, corremos o risco de levar alguém a pecar. Isso é grave: Rm 14.15; 1Co 8.10-12
Quando um irmão quiser lhe arrastar para uma prática má, além de resistir, procure alertá-lo da fraqueza dele.
2 - Abraão ficou sem a mulher. A mentira era para que não morresse, como de fato não morreu, mas ficou sem Sara. A tentativa errada de evitar um problema gerou outro.
Nunca pense que encontrou uma boa justificativa ou uma boa desculpa para pecar.
Às vezes pode até parecer que valeu a pena certos pecados, mas é ilusão.
3 - Grande perturbação em pessoas inocentes: o rei adoeceu, e todas as mulheres da sua casa ficaram estéreis.
O pecado é algo tão nocivo e sua consequência tão desastrosa, que termina prejudicando pessoas ao nosso redor que nada tiveram com o caso.
O pecado é como uma bomba quando explode: espalha estilhaços para todo lado.
4 - Abraão passou pela vergonha de ser duramente repreendido por um rei pagão.
Isso não era papel para um homem escolhido por Deus para dele fazer uma grande nação e ser uma bênção para todas as nações do mundo.
Todo crente tem seus defeitos. Mas deve evitar que o levem à prática do mal, de modo público e visível.
Paulo ficou indignado quando soube que os irmãos da Igreja de Corinto estavam levando as suas brigas para a justiça. (1Co 6.4-6).
* É muito ruim para o Evangelho quando um professor não crente repreende um aluno crente porque está colando na prova.
* Ou um sargento incrédulo punir um soldado crente por má conduta.
5 - Obrigado a confessar a sua fraqueza publicamente, na frente de um povo estranho.
A confissão foi uma ação honesta e correta. Mas melhor é que não tivesse havido o erro!
Abraão perdeu uma grande oportunidade de dar bom testemunho de Deus, confiando no poder dEle, dizendo a quem perguntasse, que Sara era mulher dele, sim.
Deu margem a que dissessem: Que Deus é este, que não protege os seus escolhidos?
Que contraste com Davi, que ficou irritadíssimo quando ouviu Golias debochar do Deus de Israel e publicamente deu testemunho desse Deus.
Nós somos luz do mundo, devemos brilhar para que os homens falem bem de Deus.
Mas quando pecamos publicamente, deixamos de ser luz, para ser uma vela apagada.
Na próxima pregação veremos ainda outras lições práticas desse estranho evento.
Que Deus nos abençoe. Amém