PREGAÇÃO

Prudência dos judeus: ajuda inimiga? Não!

Ed 3.8-11; 4.1-5, 24      56 minutos      11/06/2017         

Mauro Clark


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v.8-11

Nove meses depois da construção do altar, iniciam o lançamento dos alicerces.

O tempo deve ter sido gasto para trazer a madeira do Líbano, preparar tudo, etc.

Fizeram do lançamento um evento de pompa, com sacerdotes paramentados e com trombetas, os levitas tocando címbalos.

Muitos cantavam louvando a Deus pela Sua misericórdia sobre Israel.

Nesse ponto, surgiu algo interessante:

 

v.12-13

Enquanto um grupo cantava com muita alegria pelo que estava presenciando, surgiu outro grupo: velhos que choravam em altas vozes, ao se lembrarem do 1o. templo.

A saudade e nostalgia deve ter aumentado com o CONTRASTE entre o templo feito por Salomão aprox. 400 anos antes, riquíssimo, muito mais glorioso do que o que estavam iniciando agora.

E eles bem sabiam o motivo pelo qual o primeiro templo foi destruído: PECADO.

E lamentaram alto. Os gritos de alegria e de lamento se misturaram, a ponto de não se distinguir o que era um e o que era outro.

 

Duas lições:

1. Num mesmo evento, uns alegres e outros tristes.

Cada grupo com emoções legítimas e apropriadas para sua respectiva condição: os novos, animados; os velhos, saudosos e chorosos.

Seria uma pena um jovem dizer para um velho “Está estragando nossa festa com esse choro todo”. Ou um velho para um jovem “Em vez de gritar de alegria, deveria era estar chorando pelo que fizemos no passado”.

Cada um tinha seu motivo, sua experiência, sua circunstância de vida.

Sejamos largos com as emoções, os sentimentos, os motivos uns dos outros.

 

2. Tudo bem que você se deixe contagiar com a alegria de irmãos ao redor. Mas se você tem pendências de pecado para tratar com Deus, não permita que essa alegria ao redor desvie sua atenção.

Não fuja de acertos com Deus. Se isso vai lhe angustiar, fazer chorar, que seja. É para o seu bem. Só então, você estará em condições de se alegrar com os outros.

 

O cap.3 termina com os alicerces lançados e o início da contrução do templo.

 

Cap. 4

v.1-2

Parece haver contradição aqui: eram adversários de Judá e Benjamim, mas tentaram ajudar, dizendo deixai-nos edificar convosco... buscaremos a vosso Deus.

Mas não é bem assim. Duas observações:

 

1. Eles não eram judeus, mas gentios mandados para a região da Samaria pelos Assírios, depois de consquistaram o reino de norte, em 722 aC.

Não deviam estar mentido quando disseram que já sacrificavam a Deus.

Mas era um culto misto: adoração a Deus de Israel junto com paganismo: 2Rs 17.24-34

 

2. O que eles fariam no desenrolar da narrativa deixaria claro que eram inimigos de Israel. O autor de Esdras (talvez o próprio Esdras) ao escrever Esdras 60 anos depois, sabia disso e já os qualificou assim.

 

Resumindo: os vizinhos pediram a Zorobabel e aos líderes para ajudar na construção.

Não sabemos exatamente qual a intenção deles. Mas com certeza seria ruim para Israel.

 

Preste bem atenção à resposta de Zorobabel e dos líderes: uma verdadeira lição da doutrina da separação:

 

v.3

Líderes recusam ajuda, declarando abertamente:

nada tendes conosco na edificação da casa a nosso Deus.

Importante: a separação não foi em termos pessoais ou de maneira total, mas em torno de um trabalho que envolvia as coisas de Deus.

Aqueles homens não entendiam a verdadeira adoração a Deus, não faziam parte do povo de Deus. Era claro para Zorobabel que deviam ficar separados.

 

Separação: talvez a doutrina mais desrespeitada hoje no meio evangélico.

Em termos de trabalho sobre coisas espirituais, devemos ser separados dos que não se confessam crentes em Cristo ou que, mesmo confessando, ensinam outras doutrinas.

Só porque alguém se oferece para lhe ajudar no seu serviço a Cristo, não significa que você precisa aceitar.

Peça sabedoria a Deus e examine com atenção. Se achar necessário, recuse!

Pode ser antipático, dar aparência de falta de amor, mas é o que agrada a Deus.

 

v.4-5

Eram tão “amigos” que está aí o resultado: fizeram parar a obra.

A maneira que utilizaram foi genial: contrataram pessoas para aconselharem os judeus a não continuar a obra. Resultado: desânimo e inquietação.

 

Duas observações:

1. Evangélicos ecumênicos estão iludidos, pensando que basta alguém dizer “Eu amo Jesus” para ser irmão em Cristo.

Mas bastaria contrariar um pouco esses falsos irmãos na fé que logo mostrariam a sua oposição contra nós. (História de Ló mostra isso).

As palavras de Cristo são fortes, quanto ao sentimento do mundo contra nós: Jo 17.14

 

2. Quem quiser acabar com o trabalho de uma igreja é só deixar plantarem essas duas sementes danosas (entre outras):

a) Inquietação - rumores (fofocas), conversas desencontradas, medo de ameaças (de dentro ou de fora).

 

b) Desânimo

É fácil imaginar o quanto Zorobabel e os outros líderes lutaram contra o desânimo do povo, se entristecido profundamente em ver o ritmo diminuindo, até parar. Que frustração!

 

É difícil animar uma igreja que está se deixando ser atacada pelo inimigo e desanimando em avançar no trabalho de Deus.

O crente fica sem gosto pelo serviço cristão, não vê sentido em dar a sua energia, e o trabalho da igreja fica estagnado.

Os métodos do inimigo são muitos, variam conforme a época, as circunstâncias.

E o pior é que, como o trabalho de Deus é mesmo feito com dificuldade, não faltam argumentos para os inimigos usarem.

Mas não nos deixemos dasanimar.

 

v. 24

Encaixa perfeitamente com o v.5, mostrando que v.6-23 é um parênteses para mostrar futuras tentativas de impedimento do trabalho continar (não comentarei esse trecho).

O fato é que a obra cessou mesmo, durante 16 anos.

Foi quando iniciou a pregação de Ageu e Zacarias, que resultou no início da reconstrução.

 

Interessante que Ageu concentrou sua denúncia no INDIVIDUALISMO dos judeus, que adiavam a construção do templo por causa de PROJETOS PESSOAIS: Ag 1.4,9;

Ou seja, o desânimo, a apatia com o trabalho de Deus criou um VÁCUO que foi preenchido com preocupações por si mesmos.

E olharam tanto para si próprios que deixaram de ver a causa de Deus como prioritária.

 

Pode observar: um crente muito concentrado em trabalhar para si mesmo, em investir e usufruir as coisas deste mundo, dificilmente será muito engajado nas coisas de Deus.

E vice-versa: um crente profundamente envolvido com as coisas de Deus, não mostrará muita sede ou necessidade de ter ou usufruir as coisas daqui.

 

Que Deus nos dê sabedoria para reconhecer onde estão os inimigos, que certamente perturbarão a obra dessa igreja, inimigos esses que muitas vezes se tornam parecidos com irmãos em Cristo.

Que Deus nos ajude a nunca desanimarmos na luta pela pregação do Evangelho e pela santidade desta igreja.

Que  Deus nos livre do individualismo materialista, do interesse puramente pessal, sem olhar para os interesses do corpo de Cristo. 

 

Que Deus nos abençoe. Amém

Mauro Clark, 72 anos, pastor, pregador e conferencista, foi consagrado ao ministério em 1987. Iniciou em 2008 a Igreja Batista Luz do Mundo, que adota a posição Batista Regular. Mauro Clark é também escritor. Produziu artigos em jornal por dez anos e tem escrito vários livros de orientação e edificação cristã. Em 2004 instituiu o Ministério Falando de Cristo.
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